Em Justificação e crítica, Rainer Forst discute sua teoria da justificação. Com base em seus trabalhos mais recentes, debruça-se sobre conceitos fundamentais da filosofia política e examina o entrelaçamento com uma teoria crítica da política e os possíveis limites de um pensamento voltado à justiça discursiva.
Rainer Forst é professor na Johann Wolfgang Goethe-Universität, em Frankfurt, e integrante da geração mais recente da Teoria Crítica. Suas principais áreas de pesquisa são teoria política, tolerância e justiça política e social. Em 2012, ganhou o prestigioso prêmio Gottfried Wilhelm Leibniz.
A explosão das ilusões neoliberais promoveu a concepção de que os mercados financeiros, principalmente os sistemas funcionais que perpassam as fronteiras nacionais, criam situações problemáticas na sociedade mundial que os Estados individuais – ou as coalizões de Estados – não conseguem mais dominar. A política como tal, a política no singular, é desafiada em certa medida por tal necessidade de regulamentação: a comunidade internacional dos Estados tem de progredir para uma comunidade cosmopolita de Estados e dos cidadãos do mundo, levando adiante a juridificação democrática do poder político.
Jürgen Habermas examina neste livro o “complexo” que segundo ele descansa sob a expressão “esfera pública”. Para ele, pode-se esperar, ao compreender tal conceito e submetê-lo a esclarecimento sociológico, apreender de modo sistemático a própria sociedade. “A esfera pública”, diz o filósofo, “continua a ser um princípio organizador de nossa ordem política”.
Ao observar os acontecimentos recentes, tanto em âmbito nacional como internacional, ninguém terá muita dúvida de que estamos assistindo, em diversas sociedades, à ascensão de atitudes e políticas que ameaçam seriamente ideias fundamentais presentes na base das sociedades democráticas. Vê-se a ascensão de posições nacionalistas xenófobas, autoritárias e racistas, que não poucas vezes se traduzem em atitudes de grave discriminação de pessoas e formas de vida culturais diferentes. Em face desse cenário, este livro é uma contribuição importante para o diagnóstico das sociedades contemporâneas e para a reflexão sobre as questões teóricas e normativas que dele emergem.
A nova mudança estrutural da esfera pública levada a cabo pelo progresso tecnológico da comunicação digitalizada tem contribuído para o incremento da qualidade discursiva das deliberações políticas? Como manter a promessa emancipatória de uma democracia radical junto à plataformização da esfera pública, que se configura por ruídos selvagens em câmaras de eco fragmentadas e que giram em torno de si mesmas? Em um mundo de fake news (difícil de imaginar), é um imperativo constitucional manter uma estrutura midiática que possibilite o caráter inclusivo da esfera pública e um caráter deliberativo na formação pública da opinião e da vontade.
Politicamente, este volume aspira a contribuir com a configuração de um movimento social de direitos humanos na América Latina. Esse movimento ajudará, por sua vez, a dar um novo caráter às lutas populares e favorecerá a capacidade de nossas esquerdas de assumir novas formas de sua responsabilidade política.