A oposição entre convivência e isolamento é intensificada pelo papel das novas tecnologias de comunicação e das redes sociais. Mas esse fenômeno é apenas o ponto de chegada de uma longa história que começa na Antiguidade, quando os pensadores já haviam posto a alternativa em seus termos: o homem é um “animal social”, mas não deixa de ser amante dos encantos bucólicos do isolamento. Solidão física e psicológica, solidão voluntária e aplicada como pena criminal, refúgio e maldição: este livro retraça em detalhe a história da dubiedade dessa condição humana.
Georges Minois é professor de História e historiador das mentalidades religiosas. Dele, a Editora Unesp publicou História do riso e do escárnio (2003), A idade de ouro (2011), História do ateísmo (2014), História do futuro (2016), História do suicídio (2018), História da solidão e dos solitários (2019), As origens do mal (2021), Henrique VIII (2022), História do inferno (2023) e História da Idade Média (2023).
Neste livro, a filósofa Maria das Graças de Souza, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, mostra que é possível encontrar uma unidade de pensamento na multiplicidade de textos e abordagens do filósofo francês. Para a autora, é no naturalismo materialista que Diderot amplia a exigência de uma crítica racional da representação teológica do mundo, atribuindo à totalidade material tudo o que a tradição até então tinha considerado fruto da transcendência. A vida pública e a história seriam determinadas por necessidades materiais, sem nenhum tipo de crença em nenhuma forma de panteísmo. Segundo Diderot, o pensamento materialista, portanto, não se destina a manifestar uma realidade oculta no sentido místico, mas a ter uma clareza muito maior na explicação da natureza do mundo.
Cartas escritas da montanha constitui momento alto da produção rousseauniana madura. Traduzida pela primeira vez em língua portuguesa, a obra revela a indignação de Rousseau às condenações que sofreram suas duas obras fundamentais, O contrato social e Emílio. Neste trabalho o filósofo genebrino discute as teses básicas, religiosas e políticas, de seus escritos anteriores e lhe dá a oportunidade de refletir sobre as instituições de sua cidade de origem.
Publicadas em 1791, as Cinco memórias sobre a instrução pública de Condorcet fixavam o quadro teorico e ideológico que fundamentaria, mais tarde, seu projeto completo de organização da instrução nacional, do ensino primário ao ensino superior. No contexto das transformações politicas significativas implementadas pelo movimento revolucionário francês, desde 1789, o ideário de Condorcet baseia-se nos princípios do acesso universal, da gratuidade e da independência, que deveriam sustentar a organização do sistema de instrução. Sua proposta, detalhada e consistente, revela-se extremamente avançada para seu tempo e contém, em germe, muitas das bandeiras ainda hoje defendidas, no complexo âmbito da educação.
O objetivo do historiador francês Georges Minois é reencontrar as maneiras como o ser humano utilizou o riso ao longo da História. O humor, para o autor, é, portanto, um fenômeno que pode esclarecer, em parte, a evolução humana. O riso é uma das respostas fundamentais do ser humano perante o dilema da existência. Verificar como ele foi e é utilizado ao longo da História constitui o objetivo deste livro. Exaltar o riso ou condená-lo, para o autor, revela a mentalidade de uma época e sugere uma visão de mundo, podendo contribuir para esclarecer a própria evolução humana.
A cuidadosa seleção dos verbetes, sua esmerada tradução e um esclarecedor texto introdutório tornam este um volume indispensável para estudiosos de Filosofia, de Política e de História, e para aqueles que desejam conhecer um pouco melhor o pensamento de uma época que marcou indelevelmente a história cultural do Ocidente.