Ordens antigas na desordem do mundo presente
Este livro aborda uma multiplicidade de aspectos dos processos políticos que tensionam nosso tempo presente. Escrutinando as mudanças pelas quais passa a ordem mundial, busca detectar suas urgências e transformações a partir da análise das razões e dos interesses dos protagonistas da “ordem” e da “desordem” na política. O autor conduz a análise das ideias de “ordem” e “desordem” até o debate atual sobre a crise de hegemonia dos Estados Unidos – principalmente a partir da chegada de Trump à presidência e de suas práticas de revisão das políticas externas –, e as relações sempre problemáticas desse país com o mundo – e, em particular, com a América Latina.
Luis Fernando Ayerbe é professor-titular da Unesp, atuando no Departamento de Economia do câmpus de Araraquara e no Programa San Tiago Dantas de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Unesp, Unicamp e PUC/SP, além de pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre Estados Unidos (INCT-INEU) e do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI-UNESP). Pela Editora Unesp, publicou "Negociações econômicas internacionais" (2011, em parceria com Neusa Maria Pereira Bojikian), "De Clinton a Obama" (2009), "Novas lideranças políticas e alternativas de governo na América do Sul" (2008), "Ordem, poder e conflito no século XXI" (2006), "A Revolução Cubana" (2004), "Estados Unidos e América Latina" (2002) e "Neoliberalismo e política externa na América Latina" (1998).
Este livro analisa seis experiências nacionais nas quais se esboça um complexo cenário, dividido entre o esgotamento de um ciclo econômico marcado pela liberalização dos mercados, a ascensão de governos dispostos a agir pela recuperação da liderança do Estado e a emergência de novas forças políticas e movimentos sociais. Os textos que constituem o volume procuram contemplar a convergência em torno dessa temática central, preservando, ao mesmo tempo, a diversidade de perspectiva dos autores.
Abrangente e rico em informações, este livro aborda dois temas da maior relevância: de um lado, o processo histórico que leva à adoção das reformas econômicas neoliberais na Argentina sob o governo Menem e os rumos seguidos na sua implementação; de outro, a reorientação drástica que se processa na condução da política externa desse país no mesmo período.
Os ensaios reunidos estudam as correntes de pensamento na formulação da política externa estadunidense após o fim da guerra fria e concepções estratégicas dos Estaos Unidos sobre a segurança internacional dos governos de Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, Verifica ainda os interesses nacionais norte-americanos na América Latina entre 1993 e 2009, além de tratar dos cem primeiros dias do governo Obama.
O livro é composto de 8 capítulos que trazem uma minuciosa análise com perspectiva histórica e também fontes bibliográficas de arquivos consultados na Agência Central de Inteligência (CIA) e no Departamento de Estado. Quanto à seleção de documentação presente no livro, o autor escreve "A seleção e análise da documentação não tiveram como objetivo a descoberta de fatos que pudessem contribuir para esclarecer eventuais lacunas presentes nos estudos históricos conhecidos. A intenção foi registrar as avaliações prévias às decisões de política externa, com base em análises originalmente sigilosas, a fim de descrever objetivamente as situações a serem enfrentadas, de modo a assessorar o poder executivo para que este seja bem-sucedido nas medidas adotadas".
A radicalização de posições por parte do governo Bush não está associada ao abandono do consenso hegemônico, decorrente da aceleração de uma crise de caráter estrutural que impõe a dominação aberta como única alternativa. A exacerbação do poder duro busca lidar preventivamente com fatores de instabilidade associados a uma conjuntura de transição entre a bipolaridade da Guerra Fria e a ordem em configuração. Apesar das controvérsias sobre o grau de autonomia dos Estados Unidos e dos métodos privilegiados no combate às ameaças, não se prevê qualquer mudança imediata ou de médio prazo na cúpula do poder. Tanto a União Europeia quanto o Japão, a China e a Rússia trabalham pela acomodação de interesses diante da superioridade militar estadunidense, cuja equiparação exigiria esforços no momento impraticáveis, optando-se pelos ganhos econômicos que no futuro possam garantir maior projeção internacional.