Perspectivas teóricas e práticas
O oportuno título desta obra representa com perfeição o que ela tem de peculiar: a análise da teoria e da prática da tradução associada a outros tópicos e campos de conhecimento, como a adaptação, a psicanálise, o direito, a tradução de poesia no Brasil, a questão de gênero, a crítica, as novas tecnologias. Segundo os organizadores, a intenção deste trabalho “foi trazer alguns tópicos teóricos tanto ao leitor não especializado como àquele que já tem familiaridade com a leitura da literatura sobre tradução, sem ter como objetivo uma aplicação direta de princípios teóricos nem de uma metodologia. Trata-se de um convite a uma refl exão teórica sobre a prática de tradução, a partir dos tópicos selecionados”. Os ensaios do presente livro, escritos por pesquisadores da área ligados a universidades brasileiras que oferecem cursos de tradução em nível de graduação ou pós-graduação, revelam a consolidação dos Estudos da Tradução como disciplina.
É doutor em Translation Studies pela SUNY (Binghamton, Estados Unidos) e professor do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Unesp, câmpus de São José do Rio Preto, onde leciona no curso de bacharelado em Letras com Habilitação de Tradutor e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos. Suas publicações incluem Cores desinventadas: a poesia afro-americana de Harryette Mullen (Dobra Editorial, 2014); Translation, Blackness, and The (In)Visible: Harryette Mullen’s Poetry in Brazilian Portuguese (LAP, 2010), e Tradução e adaptação: encruzilhadas da textualidade em Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, e Kim, de Rudyard Kipling (Editora Unesp, 2005). Atualmente se interessa pela tradução (poética) da identidade, investigando as relações entre autonomia estética, “racialidade” e tradução na recepção da literatura afro-americana traduzida no Brasil.
É doutora em Linguística pela Unicamp. De 1988 a 2010 atuou como professora na Unesp, câmpus de São José do Rio Preto, onde ministrou disciplinas no bacharelado em Letras com habilitação de Tradutor. Atualmente é professora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da mesma unidade. Vinculada ao Grupo de Pesquisa MultiTrad, Abordagens Multidisciplinares da Tradução, e no período de 2010 a 2012 coordenou o Grupo de Trabalho Estudos da Tradução, da ANPOLL. Publicou, em 2000, Tradução e diferença, editado pela Editora Unesp, e atualmente se dedica à pesquisa em história da tradução no Brasil.
É doutora em Estudos Linguísticos pela Unesp. É tradutora pública e intérprete comercial. Professora do Departamento de Letras da Unesp de São José do Rio Preto, leciona as disciplinas de Prática de Tradução (inglês e português) e Tecnologias de Tradução (sistemas de memórias). É membro do grupo de pesquisas MultiTrad (CNPq) e autora do livro Ética profissional na tradução assistida por sistemas de memórias de tradução (Editora Unesp).
Érika Nogueira de Andrade Stupiello faz aqui um convite à reflexão sobre o envolvimento do tradutor com seu trabalho, o papel desse profissional na atualidade e, principalmente, as consequências do emprego de tecnologias na tradução de textos. Ela enfatiza três sistemas de armazenamento de memória de tradução – Trados, Transit e Wordfast –, analisando os principais atributos de cada sistema e concentrando-se nas implicações de seu uso.
Os sistemas apresentam vantagens e desvantagens bastante comentadas pela literatura sobre tradução. Embora possibilitem maior controle e padronização de terminologia e fraseologia, aumento da velocidade de trabalho, constituição do próprio banco de dados, eles reduzem o espaço para escolhas do tradutor, incentivam o uso instrumental das línguas para aumentar o reaproveitamento, impedem remuneração de material recuperado pelo sistema.
Ao lembrar que os sistemas de memória não têm como objetivo eliminar a intervenção humana durante o processo de tradução nem destinar ao tradutor o papel de mero pós-editor de textos, a autora pontua questões práticas e teóricas, especialmente as relacionadas à ética profissional, que emergem com sua utilização. Uma destas questões refere-se eventual esquecimento do caráter humano envolvido na tradução, em meio à vertiginosa circulação eletrônica de textos.
A obra também aborda tópicos delicados, como o compartilhamento de memórias, neste caso sob três perspectivas: a do cliente, a das agências de tradução e a do próprio tradutor. Traz à tona ainda as discussões sobre a pulverização da responsabilidade do tradutor em grandes projetos e as questões éticas envolvidas no intercâmbio de memórias, além da questão financeira e da polêmica sobre a propriedade intelectual, contexto que sugere, para o futuro, a possibilidade reestruturação na remuneração do tradutor e da prática de reutilização de memórias.
O presente trabalho tem como objetivo não apenas apresentar e discutir as nuances relativas ao conceito de adaptação, mas, sobretudo, sua relação inevitável com a prática tradutória. Para tanto, o percurso teórico empreendido vem explorar os aspectos complexos que caracterizam a própria concepção de tradução na pós-modernidade, avaliando a problemática da identidade da tradução perante outras formas de reescritura. Nesse sentido, o trabalho aborda as relações entre tradução e adaptação, refletindo sobre os limites em que essas reescrituras se inscrevem. Têm-se como objetivo, avaliar em que medida elas não se excluiriam e de que modo suas fronteiras são concebidas no discurso de tradutores, adaptadores e teóricos da tradução.
O oportudo título desta obra representa com perfeição o que ela tem de peculiar: a análise da teoria e da prática da tradução associada a outros tópicos e campos de conhecimento, como a daptação, a psicanálise, o direito, a tradução de poesia no Brasil, a questão de gênero, a critica, as novas tecnologias. Segundo os organizadores, a intenção deste trabalho "foi trazer alguns tópicos teóricos tanto ao leitor não especializado como áquele que já tem familiaridade com a leitura da literatura sobre a tradução, sem ter como objetivo uma aplicação direta de princípios teóricos nem de uma metodologia. Trata-se de um convite a uma reflexão teórica sobre a prática de tradução, a partir dos tópicos selecionados". Os ensaios do presente livro, escritos por pesquisadores da área ligados a universidades brasileiras que oferecem cursos de tradução em nível de graduação ou pós-graduação, revelam a consolidação dos estudos da Tradução como disciplina.
Affonso Romano de Sant’Anna toma o recente conceito de artificação – elaborado no início do século XXI pela socióloga francesa Roberta Shapiro – para repensar o lugar, o papel e a função da arte em nossa contemporaneidade. Na contramão da antiarte ou da não arte, com sua busca de criar objetos artísticos sem significação, a artificação procura entender como, quando e por que são criadas novas formas de expressão artística, levando-nos a rever o conceito de arte e ainda diversos problemas da modernidade e da pós-modernidade. A investigação da artificação envolve “historiar como se deu a inclusão dos excluídos” no campo das artes, ou seja, como um determinado fazer tornou-se artístico e em que circunstâncias, o que só pode ser problematizado com o aporte de diversas disciplinas, como a antropologia, a sociologia e a história. Neste livro, aliás, Affonso Romano insiste na necessidade de um caráter cada vez mais interdisciplinar para o estudo da arte, renovando alguns enfoques teóricos que, isolados, não conseguem mais dar conta do atual cenário artístico da pós-modernidade, marcado pela morte do autor e da arte e, ao mesmo tempo, pela proliferação de tantas atividades requisitando o estatuto artístico.
Nova edição do romance "O cromo", de Horácio de Carvalho, publicado originalmente em 1888 e considerado uma das narrativas mais características do movimento naturalista na literatura brasileira. A obra conta a história de Ester, jovem culta e bela que sofre de sintomas de uma doença psicológica, e da relação que se desenvolve entre ela e o médico responsável por seu tratamento, dr. Lins Teixeira.