As organizações de trabalhadores passaram por importantes transformações no início do século XX, quando o Estado brasileiro deixou de se pautar por uma lógica liberal e assumiu uma perspectiva corporativa. Este livro mobiliza conceitos geográficos para analisar como os sindicatos organizavam suas ações territoriais e de que maneira o Estado interferia nelas.
O período estudado contempla uma mudança na relação dos mecanismos estatais nas entidades dos trabalhadores, sendo que se no início do século tratava essencialmente de reprimir as manifestações operárias, por volta da década de 1930 influía diretamente na organização classista, com o fim da pluralidade sindical e o estabelecimento de uma ação sindical única, por exemplo.
A relação entre o Estado e os sindicatos sob uma perspectiva territorial nos fornece, assim, um estudo aprofundado das conformações do sindicalismo no início do século XX e apresenta uma contribuição significativa de como a Geografia pode ser apropriada para o estudo dos movimentos sociais.
Amir El Hakim de Paula possui graduação (1999), mestrado (2005), doutorado (2011) e pós-doutorado (2016) em Geografa pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Tem experiência na área de Geografa, com ênfase em Geografa Humana e ensino de Geografa, atuando principalmente nos seguintes temas: história do pensamento geográfco, epistemologia da geografa, anarquismo e educação.
Este livro procura discutir as principais contribuições para a ciência do pensador russo Piotr Kropotkin, um dos principais intelectuais do anarquismo no fim do século XIX e início do século XX. Embora respeitado no século XIX, ainda são escassos os debates sobre a obra de Kropotkin, principalmente sobre sua teoria do apoio mútuo e a influência que ela teria na organização dos seres vivos (incluindo os seres humanos). Relacionando suas pesquisas empíricas na Sibéria com a questão darwinista da “sobrevivência do mais capaz”, Kropotkin percebe que, ao contrário do que afirmavam alguns evolucionistas, naquela região predominava uma “estranha” sociabilidade, na qual se destacava a solidariedade entre indivíduos de uma mesma espécie, que desse modo conseguiam levar vantagem sobre seus “inimigos” naturais. Compreender a teoria do apoio mútuo e suas implicações no debate científico do século XIX permite-nos também perceber de que forma Kropotkin contribuiu para a constituição teórica de uma Geografa mais humanista, solidária e crítica.
O estágio atual das relações entre o Estado Democrático de Direito – que invarialvelmente os Estados contemporâneos proclamam constituir nas respectivas constituições – e o Direito Penal tem apresentado uma tensão muito grande, decorrente do embate de correntes doutrinárias, que se posicionam em extremos opostos, sem nenhuma preocupação com o regime jurídico inerente à democracia. No presente trabalho, o princípio da igualdade ganhou destaque na medida em que se analisaram suas diferentes manifestações no direito penal brasileiro, desde o simbolismo penal, os aspectos éticos da proporcionalidade, a discricionariedade legislativa, a função da pena e a desproporção das penas, consideradas em abstrato, diante da objetividade jurídica das normas incriminadoras, especialmente na fase de sua elaboração, até a busca da igualdade na aplicação das leis penais brasileiras e o papel da mídia diante do tratamento desigual dos pobres, dos crmiminosos do "colarinho-branco" e corruptos.
Este livro apresenta a primeira história intelectual do desenvolvimento dos Estudos de Segurança Internacional (ESI), delineando as forças motrizes que moldaram seus debates e traçando um levantamento sem paralelo de sua literatura e suas instituições. Trata-se de um guia imperdível para todos os estudantes e acadêmicos da área, sejam eles tradicionalistas, da “nova agenda” ou críticos.
Este livro mostra o papel decisivo do poder público para desenhar o desenvolvimento dos Estados Unidos. A ação dos estados e governos locais promoveu a construção de infraestrutura na primeira metade do século XIX – e o país foi mudando de cara.
A Revolução Francesa "foi, e continua sendo, a base para uma enorme esperança, a esperança de mudar o mundo, eliminando as injustiças, em nome das luzes da razão e não de um fanatismo cego. Como ela se inscreveu na história num momento determinado da evolução das forças econômicas, sociais e culturais, sabemos que seu êxito teve origem na união das aspirações da burguesia e das classes populares. E, por causa disso, percebe-se bem tudo que fica faltando: a conquista da igualdade pela mulher, a ratificação do fim da escravidão, mas, sobretudo, a eliminação das desigualdades sociais, no momento mesmo em que, ao desferir o golpe derradeiro no feudalismo, ela estabelece as bases sobre as quais irá progredir a sociedade liberal, do século XIX até os dias de hoje."