Quem tem medo de Hilda Hilst? O dado de provocação dessa pergunta ainda se faz presente, passados mais de dez anos de sua morte, em 2004. A escritora, poeta e teatróloga, nascida em Jaú, em 1930, ganha nestes últimos tempos uma nova leitura e um interesse crescente por sua obra. Em torno de Hilda Hilst é um livro que se situa no panorama da leitura atenta, sensível e curiosa da obra da autora, reunindo pesquisadores do Brasil e do exterior, amantes dessa chama inquieta que é o texto literário que a escritora paulista tão bem soube manter quente e acesa ao longo dos 47 anos de trabalho exclusivo com a literatura. Os leitores que enfrentam o jogo fornecido pela escritora não saem ilesos do ousado universo literário que ela tão bem explorou e que vai do sacro ao metafísico, passando pelo erótico e pelo campo do amoroso e sublime desejo da morte, sem deixar de se lançar ao combativo discurso político e social.
Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, câmpus de São José do Rio Preto, com pós-doutoramento pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, é docente da Unilago e autora de Clarice Lispector e a encenação da escritura (Editora Unesp, 2006) e de Hilda Hilst e o seu pendulear (Editora Unesp, 2013).
É mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e doutora em Letras, na área de Teoria da Literatura, pela Unesp, câmpus de São José do Rio Preto, onde atua como professora de Poesia Brasileira no curso de licenciatura em Letras e no Programa de Pós-graduação em Letras. Seus estudos sobre a poesia de Gregório de Matos, no mestrado, e de Oswald de Andrade, no doutorado, Levaram-na a interesar-se pelos aspectos plásticos do texto poético tecidos pelas zonas fronteiriças entre as linguagens artísticas.
A autobiografia e outros gêneros textuais correlatos despertam grande interesse, sobretudo nas últimas décadas, tanto de um público de leitores cada vez maio quanto de pesquisadores de várias áreas. Essas formas de elaboração textual de fatos memorialistas, histórico e ficcionais, por um lado, vêm ao encontro da necessidade de troca de experiências individuais e coletivas de que o homem foi paulatinamento privado, seja pelo mundo de consumo intenso que o cerca, seja pela reificação da vida e pelo abandono dos valores da tradição; por outro lado, tais textos se encontram em um entroncamento multidisciplinar muito produtivo, por aproximam diferentes áreas das Ciências Humanas – os Estudos Literários e a Linguística, a História e a Filosofia, a Psicanálise e os Estudos Culturais, entre outras –, permitindo a ampliação do conhecimento nessas áreas e o encontro do autor/narrador/personagem/leitor com as escrituras do eu.
El Cid é um dos mais importantes mitos da história da Espanha. Ao morrer, em 1099, era não só um homem de reconhecida fama, mas um guerreiro vitorioso, que inspirou um dos textos fundadores da língua espanhola, o Poema de mio Cid. Professor de História Medieval na Universidade de York, o autor contextualiza toda a saga do herói, desvendando o que há de lenda e de verdade nas numerosas histórias de um soldado sem pátria, que vendeu seu talento tanto para cristãos quanto para muçulmanos.
Ao adotar seu pseudônimo, George Sand havia decidido se tornar uma escritora profissional. História da minha vida é uma das obras mais importantes da autora, cuja edição inaugural se deu em 1856, por intermédio de Michel Lévy Frères, Libraires-Editeurs, Paris, em dez volumes. Sand escreveu sua autobiografia de 15 de abril de 1847 a 14 de junho de 1855, com alguns intervalos na redação dos originais. A obra causou surpresa tanto pela originalidade do fazer autobiográfico pouco confessional quanto pela história contada, a qual não se referia a seus amores em particular, mas sim delineava entre o mundo real e o ficcional as suas lembranças pessoais, calcadas no leitmotiv de que “tudo é história”. Nesse impactante empreendimento, a autora defendeu uma espécie de teoria da simplicidade, deixando-se levar pelos mecanismos da memória, para depois então editar o seu resultado.
Tradução, letras, conduta ética, qualidades essenciais do tradutor, humildade intelectual, paciência, fidelidade ao pensamento, emoção do original, cultura geral, cultura literária, cultura psicológica, cultura histórica, pendor artísticoApós 50 anos de sua primeira edição, este livro, de autoria de um dos mais renomados tradutores brasileiros de todos os tempos, influenciou gerações de profissionais. Ao conscientizá-los de que devem ir além das letras, seguindo uma conduta ética, com alerta para as qualidades essenciais do tradutor: humildade intelectual, paciência, fidelidade ao pensamento e emoção do original e cultura geral, não só literária, como também psicológica e histórica, além do pendor artístico, conclui que traduzir é uma verdadeira arte.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.