A etnografia do mundo consagrado da moda é o ponto de partida deste livro. Contudo, o olhar de Alexandre Bergamo, preocupado em estabelecer as articulações entre esse mundo e o que está para além de suas fronteiras, estende seu estudo para o universo das faculdades e das revistas de moda, passando por uma pesquisa detida das vitrines das lojas – de luxo e populares – em São Paulo. Além disso, alia a etnografia à análise de uma multiplicidade de outras fontes: propagandas de moda atuais e antigas, depoimentos, entrevistas, noticiário de moda, figurino de novelas, guias de etiqueta e estilo etc. Desse modo, o autor escapa do senso comum que representa a moda como se ela tivesse um epicentro – os estilistas e seus desfiles – e como se tudo o mais fosse tão somente sua "imitação". Desvenda, assim, um universo marcado por uma multiplicidade de agentes e de interesses sociais capazes de imprimir contornos específicos ao campo da moda.
É formado em Ciências Sociais pela Unicamp, com ênfase em Antropologia. Possui mestrado e doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), sendo Sociologia da Cultura sua área de concentração. Atualmente é professor adjunto do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina, onde atua também junto ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia da Cultura, atuando principalmente nos seguintes temas: indústria cultural, jornalismo, televisão, música, moda e arte. Pela Editora Unesp publicou A experiência do status (2007) e tem trabalhos lançados por outras editoras.
O dito popular de que "religião, política e futebol não se discutem" é posto em xeque de maneira vigorosa, neste livro, por Eduardo Rodrigues da Cruz. Seu texto empolgante apresenta as "regras do jogo" que se fazem presentes no universo das religiões estabelecidas. O autor aborda a fascinante variedade religiosa do Brasil e trata de modo muito particular que o "jeitinho brasileiro" achou para lidar com a questão religiosa. Ao longo dessa avaliação, problematiza a identidade nacional e toca em assuntos relevantes, como a pluralidade e a tolerância religiosas, a separação Igreja-Estado e a controvérsia em torno da obrigatoriedade do ensino religioso no país.
O que nos interessa é justamente a tensão inerente à escolha de um termo extraído da hierarquia das castas para descrever uma sociedade em que a hierarquia se torna ilegítima. Pois se constitui aí o campo semântico que dá à figura do pária sua singularidade “ocidental”, sua historicidade e, talvez, sua perenidade.
Sidney Harris é um cartunista norte-americano que, embora não seja especializado em assuntos científicos, toca em pontos essenciais da ciência em seus cartuns. Tão essenciais (paradigmas das ciências naturais, a forma como cientistas escolhem seus dados, os limites da argumentação e retórica científicas) que o leitor pode ser levado a crer que ele teria sólida formação em alguma ciência natural. Surpreendente: não tem. Sua intuição dá conta de tudo. E como... Seus cartuns podem ser encontrados nas principais publicações da imprensa norte-americana (The New Yorker, Playboy), além de, é claro, em publicações científicas (Discover, American Scientist, Science, Chronicle of Higher Education), para as quais começou a escrever em 1970.
Elaborado a partir de depoimentos do pintor naïf Waldomiro de Deus e de críticos de arte, colecionadores e familiares, este livro oferece um percurso pela sua vida e obra. Narra desde os primeiros passos do artista no sertão da Bahia até o seu sucesso internacional na Europa e em Israel. Destaca a religiosidade e a defesa dos direitos humanos como temáticas centrais dos seus quadros, dominados pelas cores vivas e as figuras mulatas com as quais ele anuncia o Terceiro Milênio.
O influente livro de Carlson é uma exposição das teorias sobre o teatro ocidental, dos gregos aos contemporâneos. Dentro desta estrutura, e sem perder de vista o fundamental objetivo didático, o autor procura dar a palavra, sempre que possível, a cada crítico, dramaturgo ou teórico importante do teatro ocidental. Desta maneira, é montado um excelente roteiro de pesquisa bibliográfica apropriadamente complementado por um comentário relevante e judicioso.