Segundo Nicolau Cabasilas e Santo Tomás de Aquino
Santo Tomás de Aquino e Nicolau Cabasilas são representantes eméritos do que se poderia chamar "a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente". Autores tão diferentes, envolveram-se em questões que hoje a muitos pareceriam "inúteis" ou, mínimo, "inatuais", porque o mundo presente certamente alega outras "urgências", em lugar de resolver problemas de "graça sacramental". Neste livro, Jean-Yves Leloup se ocupa em examinar aspectos em que se opõem ou se completam as doutrinas desses dois autores que foram, em sua opinião, pensadores "incomparáveis".
Jean-Yves Leloup, doutor em Psicologia, Filosofia e Teologia, leciona na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina. É autor de inúmeras obras, entre as quais Se minha casa pegasse fogo, eu salvaria o fogo, O ícone: uma escola do olhar e João da Cruz ou A noite habitada, todos publicados pela Editora Unesp.
A tarefa do autor é mostrar que, ao lado das leituras estéticas, teológicas, litúrgicas, tradicionais, uma leitura antropológica é possível. Tais "leituras de ícones" têm como objetivo não somente fazer com que conheçamos melhor as tradições nas quais eles foram concebidos, mas também nos iniciar na prática visionária que os inspirou, permitindo-nos verificar os elementos dos quais o ícone é composto: as cores e as formas que o estruturam, e as razões que explicam seu poder inspirador.
Jean-Yves Leloup propõe um trabalho estritamente positivo; trata-se de se expor, da maneira mais objetiva possível, a doutrina de São João da Cruz. Dessa forma, o leitor irá encontrar nesta obra os grandes temas que constituem a doutrina católica e ortodoxa: teologia trinitária, cristologia e pneumatologia. O autor cita longamente alguns textos nos quais São João da Cruz parece querer fornecer uma síntese de seu pensamento. É importante ressaltar que o livro não tem o cunho de um trabalho de teologia histórica ou crítica, mas sim de teologia mística, com o intuito de permanecer fiel ao carisma próprio de São João da Cruz, que é conduzir as almas pelas vias da união com Deus.
Se a idade de ouro nunca existiu – a não ser na imaginação – nem se avizinha, por que a felicidade é, mais que nunca, uma exigência massacrante? E o que buscar neste início de século, quando as referências se desmembram e a existência perde o sentido? Eis uma obra que revisita – desde a Antiguidade até os tempos correntes – a história da procura por essa felicidade. Nunca conquistada, mas exaustivamente procurada.
Vida e esperanças é um relato sobre a importância do reconhecimento na construção do cotidiano. Aborda a negação da fecundidade implicada na realização de esterilizações por mulheres de um bairro pobre urbano do Nordeste, compreendendo este evento como parte de uma busca ativa de reconhecimento de mulheres pobres enquanto pessoas num mundo repleto de controles, de violência, de emoções e de resistência. Acompanhando uma qualidade narrativa que desarma pela sua aparente simplicidade e evidente clareza, o leitor é transportado para a rede de amizades da autora onde convive com os tormentos da ambigüidade que não somente assolam as moradoras da periferia nas suas decisões sobre saúde reprodutiva e todo que isso representa para elas, mas também que assolam à própria pesquisadora social em busca de interpretações fidedignas ao que observara.
Este livro é resultado de um esforço coletivo: o de publicar reflexões sobre o tema da anistia; o de reunir pessoas para debater sobre a história política recente de nosso país, sobre as lutas travadas em favor da democracia, sobre as conquistas e derrotas dos movimentos, sobre os direitos humanos, sua violação e a impunidade que rodeia esta questão. É também resultado de um esforço que se iniciou pouco depois dos primeiros abusos da ditadura militar, com as primeiras lutas pela liberação dos presos políticos, pulverizadas em ações pontuais que mais tarde se constituiriam em uma grande campanha nacional pela anistia no Brasil.