Metamorfoses de uma festa (1923-1938)
Este livro apresenta uma análise do carnaval de rua e de clubes das décadas de 1920 e 1930, procurando trazer para o leitor as motivações que mobilizaram homens e mulheres em torno dos festejos e, também, prescrutar os significados por eles atribuídos às diversas brincadeiras em que estiveram envolvidos, redefinindo esses festejos, quando eles não mais correspondiam aos seus interesses.
Zélia Lopes da Silva é professora de História do Brasil nos cursos de graduação e pós-graduação da Unesp, câmpus de Assis. Graduada em História pela Universidade de Brasília, mestra pela Unicamp, doutora pela USP e livre-docente, em 2004 pela Unesp. Foi coordenadora do Programa de Pós-Gradua
Tendo como tema a Cultura Histórica, esta coletânea de textos de historiadores e pesquisadores dos mais importantes centros universitários do país procura aglutinar o conjunto de preocupações que envolvem o debate teórico da investigação histórica, neste final de século. A primeira parte discute as crises e as mudanças de paradigmas que vêm ocorrendo não apenas na história, mas em praticamente todas as ciências humanas e se aprofunda na questão de seus fundamentos epistemológicos. A segunda reúne trabalhos pontuais - exercícios de historiografia - que nos permitem observar como as questões teóricas antes levantadas se desdobram concretamente. Trata-se de um livro informativo e esclarecedor, que nos oferece uma descrição qualificada das grandes linhas teóricas da historiografia contemporânea e um panorama bastante significativo de como os historiadores brasileiros se posicionam em relação a eles.
Nas décadas de 1950 a 1980 o Brasil construiu um dos mais avançados e integrados parques industriais dentre os chamados países “em desenvolvimento”. De início, esse processo concentrou-se quase por completo no estado de São Paulo, mais precisamente na capital e seu entorno, a Região Metropolitana, principalmente na área conhecida como ABC paulista. O vertiginoso crescimento econômico e populacional resultante dessa expansão industrial moldou o tecido urbano. A partir dos anos 1980, o processo de descentralização das indústrias para outros estados reduziu a importância de São Paulo na produção industrial brasileira. Embora permanecesse como principal estado industrial, sua capital transformou-se em cidade com prevalência do setor de serviços, tornando-se a capital financeira do país e sede majoritária das companhias nacionais e internacionais em atividade. Seus serviços nas áreas de saúde e educação passaram a ser os mais distinguidos, refletindo-se nas altas taxas de educação no estado e no crescimento da categoria dos profissionais liberais. Em 2020, subsistem ainda graves problemas a enfrentar nas áreas de habitação, saneamento e mobilidade. Este livro é importante referência aos estudiosos de história, política e economia da América Latina.
Este livro procura identificar o mais profundamente possível a documentação relativa às várias etapas do processo migratório. Tarefa quase sempre bastante difícil, uma vez que os instrumentos de pesquisa disponíveis nas diversas instituições visitadas são, via de regra, incompletos, desatualizados e imprecisos. Se alguns conjuntos documentais eram visivelmente relacionados ao tema, outros, no entanto, foram objeto de intensa consulta, com o fim de detectar seu interesse para a questão da imigração. Isso significou, portanto, que foi preciso requisitar e consultar uma enorme quantidade de caixas e volumes de documentação, que foram minuciosamente avaliados pela equipe do projeto. Apontamos para a existência de acervos que, de maneira geral, jamais se consultou de modo exaustivo, em busca do imigrante. É o caso, de todos os registros eleitorais da República Velha, através do qual se permite vislumbrar, de maneira bastante instigante, o processo de inserção social do imigrante na comunidade onde veio a residir.
Em sua análise da mão de obra e do mercado interno no Oeste Paulista, especificamente nas regiões de Araraquara e São Carlos, entre 1830 e 1888, a autora aponta uma diversidade da transição, da organização e da disciplina do mercado de trabalho livre, com predominância da convivência de trabalhadores nacionais, forros ou libertos, e estrangeiros recrutados na Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo. As condições de vida, porém, eram similares. Escravos libertos pediam adiantamento para a compra de sapatos, enquanto os trabalhadores nacionais pobres, desnutridos e maltrapilhos, habitavam casas de pau a pique semelhantes a senzalas e também iam descalços para a lavoura. Os imigrantes, por sua vez, viviam igualmente uma realidade precária. Predominava o sentimento de futuro incerto, com muito trabalho, pouco usufruto e reduzidas perspectivas de melhoria.
Apresenta ensaios interpretativos de um livro clássico, que completou seu centenário de publicação em 2002. São enfocados aspectos artísticos, históricos e sociológicos, analisando as circunstâncias da construção da obra, uma epopéia que realiza uma avaliação histórica do episódio de Canudos e de seus personagens históricos, como o coronel Antônio Moreira César. Outros aspectos estudados são a recriação da obra para o francês e as diferentes interpretações que o livro recebeu desde o seu lançamento.