Desde sua tese de doutorado, Da fronteira do asfalto aos caminhos da liberdade, a questão da predominância da capital angolana na literatura desse país africano tem estado no centro das preocupações do trabalho de Tania Macêdo e tem sido objeto de vários textos que buscaram dar conta do "mundo rico de sugestões" que é a Luanda da escrita. E a esse mundo a autora retorna neste livro em que apresenta, organizado sob a forma de um texto único, o resultado de reflexões levadas a efeito desde os anos 1990, com uma nova redação e uma nova perspectiva.
Tania Macêdo é livre-docente em Letras pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" e professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo, onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. É colaboradora no mestrado em Letras da Universidade Agostinho Neto, de Angola, e co-organizadora de Portanto... Pepetela; Literaturas em movimento: hibridismo cultural e exercício crítico; Brasil/África: como se o mar fosse mentira; Boaventura Cardoso: a escrita do processo e Marcas da diferença: literaturas africanas de Língua Portuguesa. Publicou Angola/Brasil: estudos comparados.
Segundo Jakobson, “o ‘formalismo’, etiqueta vaga e desconcertante que os difamadores lançaram para estigmatizar toda análise da função poética da linguagem, criou a miragem de um dogma uniforme e consumado”. O presente livro traz a público as traduções feitas por Todorov de ensaios dos principais integrantes da chamada escola “formalista” russa, para que os leitores possam tecer suas próprias análises a respeito dessa vertente analítica.
Nesta obra, Paulo Franchetti reúne alguns de seus textos sobre o ensino da literatura, atividade a que se dedicou durante seu percurso como professor no ensino médio e na universidade. Durante esse tempo, Franchetti interrompia as aulas de língua para ler para seus estudantes contos de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Ernest Hemingway, crônicas de Rubem Braga, Fernando Sabino e outros textos de vários outros gêneros e escritores. Em todos os casos, o professor priorizava a leitura expressiva, pausada, apenas com observações pontuais sobre vocabulário ou sintaxe ou com repetição de algum trecho que julgava importante. Depois, abria espaço para o comentário e a conversa sobre o lido e o ouvido. Essa leitura em voz alta era o ponto central de qualquer aula dele; até mesmo quando o objeto era um texto crítico. Essa maneira de ensinar literatura despertou no autor reflexões importantes sobre sua atuação em sala de aula como professor: para quem ensinava? E que preparação oferecia àqueles estudantes que seriam professores de ensino médio ou estudantes de pós-graduação? Essas e outras questões são tratadas neste volume, em que o leitor encontrará também uma reflexão sobre a questão da avaliação do mérito nas humanidades e suas consequências para o ensino de literatura e um ponto de vista mais testemunhal de Franchetti, na entrevista que encerra este volume.
Neste livro, Eagleton analisa a relação da literatura com a história, a política, a filosofia e a crítica, revelando como a obra literária se torna um campo de batalha para a luta de ideias, valores e ideologias, sendo muito mais que um reflexo da realidade: a literatura é um espaço de contestação, de questionamento e de reinvenção do mundo.
Este livro reúne artigos publicados no Proleitura, jornal que circulou de junho de 1992 a fevereiro de 200, realizado por uma equipe fixa constituída de professores da UNESP ( Assis-SP), UEM (Maringá-PR), UEL (Londrina) e UFMS (Três Lagoas-MS), bem como por destacados colaboradores eventuais. Sempre primado por um cuidado editorial rigoroso, que permitiu fosse lido com prazer e proveito, seja pelos trabalhos de cunho teórico, relacionados aos avanços dos estudos lingüísticos e literários, seja pelos estudos ligados diretamente à aplicação em sala de aula, seja ainda pelas relevantes indicações de leituras e resenhas de obras de variada natureza, presentes em sua páginas, o Proleitura representou uma importante referência para todos quantos se dedicam ao ensino de língua e literatura. Com esta relação de textos, espera-se possibilitar aos leitores continuar desfrutando, se um modo mais acessível e permanente, das idéias veiculadas noProleitura, contribuindo com sua reflexão para o desenvolvimento dos estudos da área e, principalmente, fazendo chegar à sala de aula alguns avanços dos últimos anos.
Por que a escola não vem obtendo o sucesso esperado no processo de ensino e de aprendizagem da produção escrita de textos nos últimos anos, apesar de privilegiar essa atividade? Por que mesmo as pessoas altamente escolarizadas não têm tido um bom desempenho, quando se trata de produzir um texto escrito bem elaborado? Para responder a essas questões, a autora leva em conta o pressuposto teórico da junção da linguagem e do pensamento, revelando uma nova categoria híbrida: o pensamento verbal, que se torna agora o suporte para uma nova pedagogia da produção escrita de textos. Nessa linha, considera, além das dimensões gramatical e pragmática da linguagem humana, uma nova face: a dimensão ideativa, que tem em vista os elementos lógico-semântico-cognitivos do pensamento. Com os dados fornecidos por um corpus constituído de produções de alunos da primeira série do ensino superior, recém-egressos do ensino médio, Textualidade e ensino propõe ainda algumas estratégias didático-pedagógicas que visam a articular a teoria subjacente à pesquisa com uma prática efetiva em sala de aula, procurando superar o insucesso das estratégias didáticas da produção escrita de textos.