O tema Mediação Cultural Social é aqui tratado por autores de vários países e conjunturas. A principal característica deste livro é justamente o trânsito entre o campo da arte e o da educação. Os textos são reunidos em quatro tópicos: questões gerais em torno do conceito ou do campo da mediação; experiências de mediação em museus ou centros culturais; a mediação no âmbito da educação formal; e possibilidades de reconstrução social que a relação com o campo da arte e da cultura potencializa. As experiências relatadas com base nos contextos francês, espanhol, português e norte-americano servem de contraponto para pensar as demandas e as especificidades da realidade brasileira na área de mediação.
Ana Mae Barbosa é graduada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre em Art Education pelo Southern Connecticut State College e doutora em Humanistic Education pela Boston University. Professora titular aposentada da Universidade de São Paulo, atualmente é docente da Universidade Anhembi Morumbi.
Rejane Coutinho é graduada em Educação Artística pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre e doutora em Artes pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professora assistente do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Nesse trabalho, a autora analisa as implicações entre a educação e o serviço social como um possível elo para a construção da cidadania. Apoiada teoricamente no intelectual marxista italiano Antonio Gramsci, no educador brasileiro Paulo Freire e em outros que compartilham da mesma perspectiva, a autora parte do reconhecimento da importância da educação, nas suas mais diferenciadas formas, como um elemento essencial para a organização da cultura e para a formação do homem na direção de sua emancipação, cuja busca é também uma das principais missões do serviço social. A pesquisadora estabeleceu como campo empírico de sua análise a prática profissional dos assistentes sociais no contexto da política de educação em municípios paulistas. Procurou, nesta empreitada, levantar como esses profissionais utilizam os espaços sociais e ocupacionais que se colocam no atual ordenamento jurídico que fundamenta a política de educação no estado de São Paulo. Ainda articulou esta abordagem com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que delineia a política de atendimento para o setor. Também não deixou de analisar o próprio projeto ético-político da profissão, em cujo âmbito a educação como prática da liberdade deveria ocupar lugar central.
A medicina tem sido um exemplo interessante de uma disciplina que tem procurado estabelecer a convergência entre explicações sociais e "naturais", mostrando como a manifestação do fenômeno doença depende, freqüentemente, de condições suficientes, de natureza social. Ela, sem dúvida, nunca deixou de entender que a explicação das doenças e sua cura é facilitada pelo conhecimento do contexto social em que vivem as pessoas. Bem ou mal, ela tem buscado explicá-las através da referência a fatores sociais, ainda que, o mais das vezes, esse social seja encarado como constituído por características de pessoas, na já tradicional concepção multicausal da doença. Este livro volta-se, fundamentalmente, para as práticas sociais da medicina. Estas são, inquestionavelmente, objeto da sociologia. Mas podem ser, também, objeto da medicina, quando concebida como atrás. Em outras palavras, os aspectos sociais da medicina, como os institucionais, se são objeto da sociologia aplicada à medicina, podem também, ser objeto de uma disciplina que se tem denominado de Medicina Social.
No presente livro, Russell se debruça sobre aspectos que, sistematicamente consolidados nas infraestruturas do ensino, são aceitos como naturais. Ele condena, por exemplo, o hábito de estimular os alunos a decorar determinadas informações às vésperas de exames. “O tipo adequado de instrução ensina a usar livros, não façanhas mnemônicas inúteis que se destinam a tornar os livros desnecessários”. O autor milita por um conceito de “educação livre”, sem as amarras conservadoras que sempre caracterizaram o ensino de uma maneira geral. Essa noção de liberdade, para Russell, implica inclusive liberar a criança da presença em sala de aula em certas situações para deixá-la simplesmente “ir brincar”. O ódio pelas autoridades que a oprimem, ele crê, poderá se entranhar nela e se transformar, no futuro, em desejo de infligir opressão equivalente a seus pares. Seu olhar sobre o tema, no entanto, não se atém aos limites da sala de aula ou da escola. Passa também por reflexões sobre religião, sexo, patriotismo, competição, propaganda.
Abordagem do tema da educação e a relação teórica entre as idéias pedagógicas de Reich e Freud, inexplorado pelos comentadores de Reich, cuja preocupação primordial foram as questões terapêuticas da neurose. As preocupações de Reich com a educação e a política atravessam sua obra, buscando responder basicamente a: como emancipar a sociedade se os indivíduos que a constituem têm medo da liberdade? Como formar indivíduos autônomos, com capacidade crítica, pré-requisito de uma sociedade democrática? A resposta de Reich, reconstituída minuciosamente pela autora, desde a fase inicial próxima de Freud até o seu afastamento da psicanálise e a elaboração da teoria da economia sexual, é uma educação das crianças menos repressiva sexualmente, vista como uma possibilidade para a profilaxia das neuroses, resultando numa sociedade mais saudável.
O Serviço Social no Brasil começou a emergir como área de produção de conhecimento crítico sobretudo após a década de 1970. Nesta obra, o autor Ricardo Lara vai avaliar justamente a produção de conhecimento dessa área, analisando as principais teorias que começaram a surgir, influenciadas, em maior escala, por Marx e Lukács. Em um segundo instante, Ricardo Lara parte para refletir sobre as questões relativas ao “mundo do trabalho” e o papel do Serviço Social no debate da situação dos trabalhadores. O autor resgata a pesquisa deste campo de estudo para também olhar criticamente as contribuições geradas para esses profissionais, debatendo a ética no trabalho e a influência do sistema de produção capitalista. Com uma visão bastante precisa do Serviço Social, Ricardo Lara já se mostra um promissor crítico para as discussões que envolvem esse conhecimento.