No decorrer da história do teatro, várias experimentações são feitas no sentido de deslocar a ação cênica para um espaço não concebido como edifício teatral. Desde o começo do século passado, diretores adotam a prática com o intuito de causar estranhamento, alterar e expandir possibilidades de leitura de textos dramáticos. Nos espetáculos analisados por Evill Rebouças, o espaço é fator preponderante nesse universo de descobertas e é sempre explorada a tensão entre a semântica própria de cada lugar e a proposta fabular que se opõe ao significado histórico entranhado naqueles locais. O autor se apoia em áreas complementares de pesquisa; recorre, por exemplo, à topofilia para fundamentar o seu discurso, o que enriquece seu estudo, pois são extrapoladas as fronteiras dos estudos específicos sobre o teatro. Este livro contribui para experiências futura s que visem a uma práxis fundamentada em conceitos mais amplos do fazer artístico hoje.
Autor deste livro.
O encenador argentino Victor Garcia, que montou, no Brasil, com ampla repercussão, no final da década de 1960 e início dos anos 70, peças como Cemitério de automóveis e O balcão, é o tema deste livro. Seu trabalho, referência obrigatória no teatro nacional, é analisado por uma óptica que questiona o que significa, de fato, o termo vanguarda, aqui entendido como a busca de alternativas para os modelos capitalistas de produção.
Publicado em 1974, o livro A via crucis do corpo, de Clarice LIspector, foi recebido pela crítica como uma "obra menor", "um desvio", até mesmo "um lixo", em relação aos demais textos da escritora, que o teria produzido por encomenda, em um momento de dificuldades financeiras. Com o propósito de questionar essa crítica cristalizada e, a seu ver, injusta, Nilze Reguera realiza um estudo minucioso sobre esse livro, demonstrando suas qualidades como um trabalho de (e com) a linguagem e como um lugar de problematização de certos conceitos. Defende a necessidade de reavaliar posições interpretativas que não levam em conta sua ambivalência constitutiva, desvelada quando A via crucis do corpo é lida sob a perspectiva da encenação e do fingimento, de modo a se articular perfeitamente ao conjunto da obra legada pela escritora.
Ao fixar o modernismo paulista como sendo o modernismo brasileiro, a crítica e a história literárias excluíram tudo aquilo que não cabia no modelo de 1922. Nos ensaios que compõem este volume, Francisco Foot Hardman desafia o consenso fácil e a hegemonia de pensamento que, de modo geral, os eternos modernistas paulistas obtiveram no país.
Este livro reconstitui o significado dos eventos políticos e sociais mexicanos entre os anos de 1900 e 1940, a partir da análise do álbum Historia Gráfica de la Revolución Mexicana, da família Casasola, examinando a representação visual dal uta revolucionária e as imagens do poder no México. O autor – especialista num dos temas mais importantes da historiografia latino-americana – mergula numa reflexão metodológica específica e num diálogo produtivo com outras áreas, como as artes e a comunicação, e propõe uma investigação original do acervo fotográfico dos Casasola como memória histórica da revolução.
Este livro apresenta algumas das iniciativas para a retomada da máscara no teatro moderno. No amplo quadro da primeira metade do século XX, o autor selecionou quatro principais artistas que abordaram esse objeto: Gordon Craig, Meyerhold, Jacques Copeau e Jacques Lecoq. Nesses autores, a máscara não é apenas um elemento colocado em cena, mas também um princípio organizador da teatralidade que almejam. A partir das reflexões desses autores, Vinícius Torres Machado analisa algumas características da máscara que podem ser reelaboradas no teatro contemporâneo.