A Tropicália e o surgimento da contracultura brasileira
No final da década de 1960, artistas brasileiros consolidaram um movimento cultural divisor de águas conhecido como Tropicália. Atualmente, a música inspirada por esse movimento tem recebido considerável atenção tanto no Brasil quanto no exterior. Poucos novos ouvintes, contudo, conhecem a relação entre essa música e as circunstâncias por trás de sua criação, a fase mais violenta e repressiva do regime militar que governou o Brasil de 1964 a 1985. Com importantes manifestações no teatro, cinema, artes visuais, literatura e especialmente na música popular, a Tropicália articulou com dinamismo os conflitos e aspirações de uma geração de jovens brasileiros urbanos.
Christopher Dunn atuan no Departamento de Espanhol e Português e no Programa de Estudos da África e Diáspora Africana da Tulane University. Pesquisador do Roger Thayer Stone Center for Latin American Studies e codiretor do Brazilian Studies Council da Tulane University, ele também coedita a Brazilian Popular Music and Globalization. Atualmente está organizando uma coletânea de ensaios com Idelber Avelar, Brazilian Popular Music and Citizenship.
Peter Burke investiga alguns dos temas centrais na história das línguas europeias desde a invenção de Gutenberg até a Revolução Francesa. Explora as relações entre língua e comunidades do continente e em outras regiões nas quais estes idiomas eram falados, abarcando o emaranhamento com a política e trabalhando a linguagem como um indicador sensível da mudança cultural. Ao construir uma “história cultural da língua”, destaca suas funções sociais, levando a uma discussão sobre seu exercício na expressão ou construção de uma variedade de relacionamentos sociais, incluindo dominância e subordinação, amizade e fraternidade, tolerância e preconceito, a manutenção e a subversão de uma ordem social, e assim por diante.
Este livro apresenta uma abrangente descrição da luta atual pela reforma agrária no Brasil. Os 18 capítulos incluídos aqui foram produzidos e revistos entre 2004 e 2007 após uma conferência patrocinada pelo Centre for Brazilian Studies da University of Oxford. Todos os colaboradores deste livro, um grupo de acadêmicos e pesquisadores brasileiros, europeus e norte-americanos, têm ampla experiência em pesquisas sobre o tema. Juntos, oferecem uma singular perspectiva internacional e interdisciplinar sobre este fenômeno.
Este é um livro que ganhou fama, antes mesmo de ser publicado. Desde 1975, quando João Manuel apresentou O capitalismo tardio como tese de doutoramento, as cópias xerografadas circulam pelo Brasil inteiro, cada vez menos legíveis pela incessante reprodução. O autor, como de hábito, ignorou sistematicamente o sucesso de seu trabalho clandestino e desdenhou os elogios. Absorveu as objeções com o mesmo rigor com que costuma avaliar os méritos de sua própria obra. Por isso desapontou os críticos com o silêncio e suportou os apelos para publicar o livro, com o desapego dos que já estão pensando novas questões. A distância que João Manuel guarda em relação a seus trabalhos terminados é proporcional à intimidade que mantém com o pensamento vivo e questionador.
Livro que assinala o papel desempenhado pela Igreja católica na formação do pensamento conservador do Brasil. Privilegiando as primeiras décadas do século XX, Romualdo Dias esclarece o papel da Igreja na implementação e legitimação de políticas autoritárias que se observam a partir desse período, apresentando, ainda, a análise do esforço empreendido pela hierarquia católica na formação de uma elite dirigente nacional.
O leitor encontra, neste livro, uma história e uma etnografia de Iauaretê, povoado indígena multiétnico situado no médio rio Uaupés, fronteira Brasil-Colômbia, noroeste da Amazônia brasileira. O tratamento das fontes históricas e do material empírico é um exercício dedicado à elucidação das premissas sociocosmológicas pelas quais os grupos indígenas descrevem e vivenciam as transformações sociaisd que se passaram na região desde o início da colonização no século XVIII.