A formação da identidade nacional moçambicana é aqui analisada por um sociólogo que, além de testemunha, foi protagonista do processo de independência, tendo também ocupado cargos ministeriais. José Luís Cabaço mostra os conflitos culturais, as ideologias e as políticas que moldaram o país africano desde o período colonial até a luta emancipadora dos anos 1960 e 1970, quando opta pelo modelo socialista.
José Luís Cabaço é moçambicano e doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo. Participou na luta pela independência do seu país nas fileiras da Frente da Libertação de Moçambique. Após a proclamação da independência em 1975, assumiu diversas responsabilidades no governo e nas instituições políticas, até se retirar do serviço público em 1992. É autor de capítulo de livros editados em Moçambique, Áustria e Brasil e de artigos sobre ciências sociais, cultura, comunicação, política e cooperação internacional, com especial foco no contexto do continente africano, publicados em Moçambique, África do Sul, Zimbábue, Itália, Portugal, Áustria e Estados Unidos.Foi professor convidado na Universidade Politécnica de Moçambique e hoje é reitor da Universidade Técnica de Moçambique.
A partir do estudo do sistema internacional contemporâneo, este livro mergulha na constituição histórica e na atuação dos atores políticos brasileiros no Mercosul. Inclui ainda um capítulo sobre os grupos de interesses no contencioso Brasil-Argentina do açúcar. Este livro, de Marcelo Fernandes de Oliveira, é uma contribuição aos estudos de relações internacionais de parte de uma geração nova, que está ocupando seu espaço na vida intelectual brasileira. Essa área do conhecimento tem crescido: dos anos 90 até agora, a ampliação do número dos pesquisadores permitiu o adensamento dos estudos das correntes teóricas que se movem no mundo, viabilizando a aplicação crítica dessas ferramentas para a compreensão da política exterior do país. O tema da integração regional tem tido destaque, particularmente o Mercosul, visto ser considerado relevante para a compreensão da inserção internacional do Brasil. Este livro discute essas questões, aprofundando os temas dos mecanismos decisórios, dos atores institucionais, políticos e sociais. Há uma contribuição específica, ao dar destaque ao papel do Parlamento e dos seus limites no tocante à política exterior.
Comer: necessidade básica, desejo primal, obsessão patológica: uma inextrincável mistura que Rossi investiga e descreve de modo magistral, explorando as inúmeras nuances que o verbo assumiu na história da humanidade.
De amplo escopo, o livro que o leitor tem em mãos não é somente uma biografia de Richelieu; é também, e principalmente, uma fotografia dos primeiros trinta anos do multifacetado e intenso século XVII. A trajetória dessa proeminente figura se entrelaça com a história da hegemonia política, mas também cultural, da França nos dois séculos seguintes: o prestígio mundial da literatura, dos costumes e das ideias francesas não era um fato puramente intelectual; era também o resultado da preeminência da França na Europa – a qual as ações decisivas do cardeal ajudaram a forjar.
Em um mundo que ainda se ressente da pandemia de covid-19 e das perspectivas pouco alentadoras que ela abre, este pequeno e vibrante elogio às massas é um bem-vindo respiro: aqui, Hans Ulrich Gumbrecht – que, em paralelo à sua prolífica atividade intelectual no campo das ciências humanas, é ávido apreciador de esportes (e apaixonado torcedor do Borussia Dortmund) – encontra razões poderosas e vieses inexplorados para elogiar as multidões, explorando com olhar entusiasmado o estado de espírito que elas ensejam.
Este livro explora as origens do mito da Atlântida, com Platão, e seus desdobramentos na Antiguidade greco-romana e bizantina, na Renascença e na Idade Moderna. Vidal-Naquet consegue uma proeza pouco comum: ser erudito e agradável, mostrar domínio da História antiga, moderna e contemporânea, analisar documentos e esclarecer suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-se às abordagens científicas, em um caleidoscópio original e sempre em mutação. Vidal-Naquet mostra, de forma magistral, como se formam os mitos e como continuam a ocupar lugar de destaque em nossa época.