Com base em uma riquíssima sequência de imagens, iluminuras medievais, pinturas e retábulos barrocos, este livro reconstrói como o Ocidente cristão tentou imaginar e gerir sua relação com o universo dos mortos, de perto e de longe, encerrando-os na misericordiosa prisão do purgatório, um local de reclusão e de sofrimentos expiatórios temporários que rompe a dualidade entre o paraíso aberto a poucos eleitos e o inferno com suas terríveis penas. A análise desse "terceiro local" revela elementos do esforço humano para conviver com os mistérios da morte e apaziguar o trabalho de luto.
Michel Vovelle (1933-2018), um dos maiores historiadores franceses contemporâneos, foi professor emérito da Universidade de Paris-I e diretor do Instituto de História da Revolução. De sua obra, a Editora Unesp publicou A Revolução Francesa explicada à minha neta (2007), As almas do purgatório, ou o trabalho de luto (2010) e A Revolução Francesa: 1789-1799 (2012).
A Revolução Francesa "foi, e continua sendo, a base para uma enorme esperança, a esperança de mudar o mundo, eliminando as injustiças, em nome das luzes da razão e não de um fanatismo cego. Como ela se inscreveu na história num momento determinado da evolução das forças econômicas, sociais e culturais, sabemos que seu êxito teve origem na união das aspirações da burguesia e das classes populares. E, por causa disso, percebe-se bem tudo que fica faltando: a conquista da igualdade pela mulher, a ratificação do fim da escravidão, mas, sobretudo, a eliminação das desigualdades sociais, no momento mesmo em que, ao desferir o golpe derradeiro no feudalismo, ela estabelece as bases sobre as quais irá progredir a sociedade liberal, do século XIX até os dias de hoje."
Nesta obra, Michel Vovelle retrata os dez anos da Revolução Francesa à luz das mais recentes descobertas e interpretações da pesquisa historiográfica. Com uma narrativa concisa e envolvente, o autor coloca em perspectiva as versões tradicionais dos acontecimentos da época, assim como levanta novos questionamentos para as gerações atuais.
Esta coleção de textos não apenas dá mostras da vastidão de tópicos e estudos relacionados à Revolução, como também atesta o compromisso intelectual de Vovelle com seu objeto, mostrando que a história da Revolução sempre foi para ele um tema vivo e apaixonante. Em momentos como o atual, em que avançam o dogmatismo e o obscurantismo, é mais do que nunca importante travar um combate pela história, e isso, como diz o autor, é também “travar um combate pela Revolução”.
Neste livro, Jacques Rancière propõe uma poética do saber: um estudo do conjunto dos procedimentos literários pelos quais um discurso se subtrai da literatura, dá a si mesmo um status de ciência e significa-o. A poética do saber se interessa pelas regras segundo as quais um saber se escreve e se lê como um discurso específico. Ela procurar definir o modo de verdade ao qual ele se destina.
O influente livro de Carlson é uma exposição das teorias sobre o teatro ocidental, dos gregos aos contemporâneos. Dentro desta estrutura, e sem perder de vista o fundamental objetivo didático, o autor procura dar a palavra, sempre que possível, a cada crítico, dramaturgo ou teórico importante do teatro ocidental. Desta maneira, é montado um excelente roteiro de pesquisa bibliográfica apropriadamente complementado por um comentário relevante e judicioso.