Impactos na estrutura fundiária e na ocupação agropecuária no estado de São Paulo
A partir de 1975, ocorre uma grande expansão da lavoura canavieira no estado de São Paulo e, no final da década de 1990, o início da mecanização das etapas de plantio e colheita da cultura. Com a expansão produtiva, elevou-se a concentração da posse da terra no estado, com mais de 64% de canaviais plantados em estabelecimentos agropecuários maiores que mil hectares. Nas empresas sucroalcooleiras paulista, o número de pessoas ocupadas nas atividades industriais cresceu proporcionalmente à produção setorial, mas foi reduzido para menos da metade o número dos trabalhadores empregados no corte de cana ou em outras atividades com menor exigência de qualificação profissional. Esses dados indicam que as transformações tecnológicas fizeram a atividade canavieira contribuir de modo negativo para a ocupação agropecuária paulista. Este livro procura estudar os efeitos dessa expansão na estrutura fundiária, apontar as causas da aceleração recente da mecanização das atividades de lavoura e, ao mesmo tempo, analisar seus efeitos sobre a ocupação canavieira e agropecuária no estado de São Paulo.
José Giacomo Baccarin é livre-docente em Desenvolvimento Agroindustrial e Política Agrícola pela Universidade Estadual Paulista (Unesp); doutor em Engenharia de Produção (2005) pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); mestre em Economia Agrária (1985) pela Universidade de São Paulo (USP); e graduado em Agronomia (1979) pela Unesp. Atuou como prefeito de Jaboticabal (1989-1992), deputado estadual paulista (1995-1998), secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2003-2005) e superintendente no estado de São Paulo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) (2011-2012). É professor do Departamento de Economia, Administração e Educação da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal e do Programa de Pós-Graduação em Geografa do Instituto de Geociências e Ciências Exatas, ambas instituições da Unesp. Trabalha com os temas de trabalhador rural, complexo sucroalcooleiro, políticas agrícolas e segurança alimentar e nutricional.
Em sua análise da mão de obra e do mercado interno no Oeste Paulista, especificamente nas regiões de Araraquara e São Carlos, entre 1830 e 1888, a autora aponta uma diversidade da transição, da organização e da disciplina do mercado de trabalho livre, com predominância da convivência de trabalhadores nacionais, forros ou libertos, e estrangeiros recrutados na Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo. As condições de vida, porém, eram similares. Escravos libertos pediam adiantamento para a compra de sapatos, enquanto os trabalhadores nacionais pobres, desnutridos e maltrapilhos, habitavam casas de pau a pique semelhantes a senzalas e também iam descalços para a lavoura. Os imigrantes, por sua vez, viviam igualmente uma realidade precária. Predominava o sentimento de futuro incerto, com muito trabalho, pouco usufruto e reduzidas perspectivas de melhoria.
Os estudos presentes neste livro têm como foco as disputas territoriais entre o agronegócio e os camponeses. A atuação de instituições nacionais e multilaterais, a estrutura fundiária, a questão da violência e da grilagem da terra, as formas de organização da agricultura no capitalismo, a ação política de classes e frações de classe, bem como diferentes políticas públicas rurais são analisadas com base em pesquisas empíricas cujo objetivo central consiste em compreender alguns dos principais embates sociais, econômicos e políticos em curso na América Latina.
Dialogando com distintos paradigmas e perspectivas teóricas, esta coletânea busca contribuir para a compreensão mais acurada das mudanças que têm ocorrido no setor agrário e dos limites e desafios que nossas sociedades enfrentam.
Variedades brasileiras de mangas é o resultado de um estudo longo e minucioso, levado a efeito por uma equipe coordenada por Luiz Carlos Donadio, e contém informações recentes e descrições dos problemas e das características de variedades de mangas de origem brasileira, constituindo-se uma obra de grande importância para pesquisadores, produtores, estudantes e demais interessados em fruticultura em geral.
A participação de especialistas de várias linhas de pesquisa e de diferentes procedências permitiu a organização de um volume rico e diferenciado, que acaba por contemplar o interesse tanto do pessoal pioneiro, que vem trabalhando nesta área, quanto do leitor preocupado com formas mais racionais e menos predatórias de agricultura.
Por que o homem tornou-se agricultor? A que picos inesperados de produtividade alguns milhões de agricultores motorizados, mecanizados e especializados chegaram ao final do século XX? Ao retraçar a prodigiosa epopeia que vai das primeiras domesticações de plantas e animais às agriculturas diferenciadas de hoje, este livro mostra que a recente crise da economia mundial está enraizada na instauração da concorrência, que não leva em conta as heranças agrárias das diferentes regiões do mundo. Os autores propõem uma estratégia mundial capaz de desenvolver a agricultura camponesa pobre e de dar novo impulso à economia.