Acadêmico Antonio Carlos Secchin percorre veredas da prosa e da poesia

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Em dois novos títulos, imortal da Academia Brasileira de Letras passeia sobre a língua portuguesa e a literatura brasileira, compartilhando variadas maneiras de ler, discutir e escrever poesia  


“Somos nós que a despertamos, muito embora fosse mais fácil deixá-la adormecida.” É dessa forma que o imortal da Academia Brasileira de Letras, poeta, ensaísta e crítico literário Antonio Carlos Secchin define o “despertar da escrita”. Percorrendo as veredas da prosa e da poesia, ele dá à luz dois livros que chegam agora pela Editora Unesp: Papéis de prosa: Machado & mais e Papéis de poesia II.

No primeiro, Secchin reúne discursos acadêmicos, entrevistas, uma reflexão sobre a língua portuguesa e ensaios sobre a literatura brasileira, com destaque à obra de Machado de Assis. De acordo com o consagrado escritor Milton Hatoum, que assina a apresentação, “as análises percorrem os meandros de cada texto em busca de novas relações simbólicas. Em seu conjunto, são recortes pensados e elaborados por um olhar agudo, e escritos com senso plástico e concisão: faca só lâmina. Para o deleite do leitor, a minuciosa mirada analítica de Secchin é movida por um sopro lírico, tornando esses ensaios uma prosa também poética.”

Já em Papéis de poesia II, ele devassa bastidores de alguns de seus poemas, compartilha com seus leitores variadas maneiras de ler, discutir e escrever poesia e apresenta o percurso de suas leituras de poemas alheios, não hesitando em discutir aspectos gerais da poesia. “Manuel Bandeira, Gilberto Gil, Ferreira Gullar, Gonçalves Dias, Dante Milano, Cecília Meireles e muitos outros e outras são personagens. Mas há outros figurantes: Poesia e internet: parceiras? Adversárias? E a poesia de circunstância?”, registra a pesquisadora Marisa Lajolo na apresentação. “Além disso, Secchin comparece de corpo inteiro, em uma bela entrevista, ao lado de divertida e instigante autobiografia desautorizada. Sorte do leitor que tem em mãos este livro.”

“Esta é uma autobiografia desautorizada: ‘eu’ não consegue lembrar-se totalmente de ‘mim’”, escreve Secchin. “O ‘mim’ é esquivo, oblíquo como um pronome, objeto sempre indireto ao desejo de um sujeito nele por inteiro refletir-se. O ‘eu’ de agora poderia ser tentado a recompor fraturas, cobrir lacunas, atenuar contradições ao falar de um ‘mim’ antigo. Entre o vivido e o recordado se interpõe um mar brumoso de silêncio e desmemória. Narrar-se é lançar sinais e sentidos a esse mar, na tentativa inútil de resgatar incólume o náufrago de nós mesmos, todavia perdido, para sempre, numa ilha inacessível à prospecção da verdade.” Uma janela ímpar para o autor e sua vasta obra.  

Sobre o autor

Antonio Carlos Secchin é professor emérito de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em Letras pela mesma universidade. Poeta, autor vários livros, entre eles Desdizer (2017), poesia reunida. Em 2018, publicou a obra infantil O galo gago, que recebeu o Selo 10 da Cátedra de Leitura da Unesco. No mesmo ano, lançou Percursos da poesia brasileira: Do século XVIII ao XXI, ganhador do Prêmio APCA de ensaio. Foi eleito em 2004 para a Academia Brasileira de Letras. Em 2013, a Editora da UFRJ publicou Secchin: uma vida em letras, sobre a sua trajetória. Em 2019, recebeu o Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro, da Academia Carioca de Letras, pelo conjunto da sua obra.

Título: Papéis de prosa: Machado & mais
Autor: Antonio Carlos Secchin
Número de páginas: 264
Formato: 13,7 x 21 cm
Preço: R$ 56
ISBN: 978-65-5711-169-7

Título: Papéis de poesia II
Autor: Antonio Carlos Secchin
Número de páginas: 248
Formato: 13,7 x 21 cm
Preço: R$ 56
ISBN: 978-65-5711-170-3

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