Financista analisa o sistema econômico mundial e destrincha sua permanente crise

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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Antes mesmo da pandemia, Marc Chesney já apontava as dramáticas consequências da crescente financeirização da economia e da sociedade 

Em um momento em que o mundo todo enfrenta a pandemia causada pelo coronavírus, falar em crise pode ser redundante. Mas, até o final de 2019, a ideia de crise permanente parecia inadequada: falava-se, ao contrário, de retomada do crescimento econômico. Para o financista Marc Chesney, entretanto, a falência do sistema econômico já se acelerava diariamente, com escaladas globais de subemprego e precariedade crescente das condições de vida, demonstrando a insuficiência das medidas governamentais em nível internacional, que pretendiam encontrar soluções para as mazelas sociais. É o que ele aborda de maneira direta e crítica em A crise permanente: o poder crescente da oligarquia financeira e o fracasso da democracia, lançamento da Editora Unesp. O título descreve ao público tanto a atitude e a mentalidade dos “crupiês” da “finança-cassino” como a dos mercenários da guerra financeira.

Segundo o autor, vivenciamos o declínio de uma civilização que confunde o ser com o ter e o aparecer. "O título do livro é uma constatação”, explica. Para Chesney, muitas vezes passa despercebida a artificialidade do anunciado crescimento econômico – que se baseia principalmente em uma explosão da dívida global. Não se menciona que a subida das cotações nas bolsas é sempre mais desconectada dos resultados das empresas e da economia em geral. Tampouco são consideradas as injeções constantes e gigantescas dos bancos centrais no setor financeiro, a fim de manter os grandes bancos em operação e preservar suas vantagens, muitas vezes em detrimento das empresas e dos cidadãos.

O conteúdo, disposto em seis capítulos, aponta que as novas gerações são infantilizadas pela mídia que muitas vezes mostra o fútil como essencial e que trata o essencial, na melhor das hipóteses, de forma fútil. A obra apresenta um compromisso em relação às gerações atuais e futuras, que têm o direito imprescritível de viver de maneira decente e digna, em uma sociedade responsável e civilizada.

“Este livro se preocupa precisamente em identificar soluções. É claro que elas existem e, em última análise, não se baseiam nem em mercados desregulados e endeusados nem em um Estado que controla, dirige a economia e vigia os indivíduos. As soluções não se assentam em consumidores de bugigangas, mas, em última instância, em cidadãos ativos assumindo o controle de seu destino.” É este o objetivo último do autor e da obra que ora chega ao público brasileiro, particularmente em meio a uma crise global, em que se impõe a necessidade de analisar e promover caminhos aos desafios que a época atual exige.

Sobre o autor - Marc Chesney é professor de Finanças e diretor do Departamento de Bancos e Finanças da Universidade de Zurique, Suíça, assim como Diretor do Centro de Competência em Finanças Duráveis. Entre 1993 e 2000, foi professor e decano associado da HEC, Paris, e atualmente é membro da ONG europeia Finance Watch. Desenvolve, em trabalho de longo prazo, uma análise crítica do setor financeiro e da chamada finança-cassino.

Título: A crise permanente: o poder crescente da oligarquia financeira e o fracasso da democracia
Autor: Marc Chesney
Número de páginas: 140
Formato: 14 x 21cm
Preço: R$ 36,00
ISBN: 978-85-393-0825-5

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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