O moralista que defendia a elegância, o asceta que apreciava pequenas apostas, o devoto cristão que tinha a efemeridade em alta conta. Pascal é um filósofo mais engraçado e mais irônico do que sua reputação como um existencialista angustiado sugeria.
Ainda que os termos de seu irônico projeto sejam irreverentes, seu ímpeto implícito é tão sério quanto profundo. Nesta fantástica introdução a este pensador e seu pensamento, Ben Rogers demonstra a profunda sabedoria presente na defesa pascaliana da loucura do povo - uma defesa de que ele lançava mão a fim de enfatizar os ainda maiores delírios do indivíduo de educação sofisticada.
Ben Rogers escreve um doutorado em Oxford sobre o pensamento moral e político de Pascal e seus companheiros. Ele faz resenhas regularmente para o Independent on Sunday e outros jornais, e está trabalhando numa biografia de A. J. Ayer.
Diariamente, ainda que muitas vezes sem se dar conta, o ser humano é posto diante de ponderações e até de dilemas de natureza ética e moral. Bem-humorado e acessível, este livro combina profundidade, rigor e apuro estilístico para abordar as principais questões que tensionam o debate de temas como nascimento, morte, felicidade, desejo e liberdade, trazendo à reflexão o próprio significado da vida e pregando a desconfiança diante de verdades absolutas contidas nas frases de efeito que muitas vezes impregnam os debates morais.
O século XX é repleto de “certezas” implacáveis. O totalitarismo, segundo Popper (1902 - 1994), tinha por base ideias implícitas na filosofia ocidental, de Platão a Hegel e Marx. Ele desafiou argumentos sobre os quais a esquerda e direita repousavam. Raphael sugere, neste guia, que a épica integridade de Popper pode tê-lo tornado o mais radical pensador do nosso tempo.
Para Marx (1818 - 1883), o ser humano é livre quando produz sem o agulhão da necessidade física. Esta é a natureza essencial de todos os indivíduos. Eagleton nos faz ver que Marx está mais preocupado com a diferença do que com a igualdade e que a liberdade, para ele, implicaria a libertação do trabalho comercial: “superabundância criativa acima do que é materialmente essencial”.
Locke (1632 - 1704) fez pela filosofia o que Newton fez pela física no século XVII. Ambos, porém, são subestimados em nossa época. Locke pela retórica prolixa, Newton pelo mecanicismo. Nesta habilidosa releitura, Ayers restitui a Locke seu lugar no centro da moderna investigação filosófica e explica a importância histórica do projeto filosófico empreendimento pelo pensador.
Hegel (1770 - 1831) deu suporte para que seus sucessores, de Marx a Merleau-Ponty, de Kierkegaard a Nietzsche, dessem curso à era moderna. Se a filosofia de Hegel parece tão contemporânea, suas ideias “religiosas” são consideradas anacronismos. Para R. Plant, porém, essa divisão é falsa: em suas investigações religiosas, Hegel enfrentou questões de grande interesse.