Um olhar latino-americano sobre diversidade e desigualdade
O autor discute o conceito de tolerância verificando como ele se articula, especialmente na realidade latino-americana. Estuda não só os paradoxos que envolvem o conceito de tolerância, seja ele fundamentado no universalismo seja no relativismo cultural, mas também enfoca problemas de ordem prática relacionados à educação.
Clodoaldo Meneguello Cardoso é professor de Filosofia e Ética da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp, câmpus de Bauru (SP). É autor de A canção da inteireza: uma visão holística da educação (Ed. Summus) e coordenador do Núcleo pela Tolerância do Departamento de Ciências Humanas.
Este livro reúne artigos de pesquisadores preocupados com a produção multi e interdisciplinar do conhecimento. Aqui o leitor irá encontrar reflexões sobre a fundamentação do conhecimento e da ação profissional na área da comunicação, estimulando o desenvolvimento de uma consciência mais abrangente no processo de formação acadêmica. Os artigos apresentam novas perspectivas ao saber acumulado sobre o sentido e a importância das Humanidades nos processos comunicacionais midiáticos, por meio de análises do contexto social, histórico e lingüístico que permeiam os fluxos de informação nos diferentes âmbitos da produção e do consumo.
O público não especializado encontra aqui as principais linhas contemporâneas de pesquisa da Epistemologia e da Filosofia da Ciência. Granger fala da diferença entre conhecimento científico e saber técnico, demonstra como a diversidade de métodos pode conviver com a unidade de perspectiva e dá uma versão não relativista da evolução das verdades científicas.
Escrever cartas revela o desejo de registrar acontecimentos, racional e afetivamente, para não esquecê-los, para estabelecer uma memória de si e dos outros. Nesse sentido, Simón Bolívar lidou com sua correspondência de forma dedicada e delicada porque esteve entre seus objetivos oferecer à posteridade um personagem: o homem público irretocável, desprovido de vida privada. Neste livro, Fabiana de Souza Fredrigo empreende a releitura desse epistolário e propõe múltiplos sentidos narrativos constitutivos do que denomina "memória da indispensabilidade". No interior dessa memória, Fredrigo constata a presença do ressentimento e da solidão de Bolívar, transformados em elementos retóricos que, por sua vez, permitiram à autora demonstrar os limites em compreender a conformação de uma nova cena histórica e o apego ao ideal da liberdade desse ator histórico que venezuelanos e colombianos alcunham el Libertador.
Em seu mais recente livro, Terry Eagleton, um dos intelectuais mais celebrados de nossa época, considera a menos considerada das virtudes. Sua instigante reflexão sobre a esperança começa com uma rejeição firme do papel do otimismo no curso da vida. Assim como seu parente próximo, o pessimismo, o otimismo é mais um sistema de racionalização do que uma lente confiável através da qual mirar a realidade, refletindo uma postura do temperamento em vez de verdadeiro discernimento. Eagleton então se volta para noção epistemologicamente mais promissora, a esperança, sondando o significado dessa palavra familiar, mas elusiva: trata-se de uma emoção? Como se diferencia do desejo? Fetichiza o futuro? Finalmente, o autor aborda o conceito de esperança trágica – talvez a única genuína forma de esperança –, em que essa velha virtude persiste mesmo após o confronto com uma perda devastadora. Em uma ampla discussão que abrange o Lear de Shakespeare, as considerações de Kierkegaard sobre o desespero humano, Tomás de Aquino, Wittgenstein, Santo Agostinho, Kant, a filosofia da história de Walter Benjamin e uma longa reflexão sobre o “filósofo de esperança” Ernst Bloch, Eagleton exibe sua magistral e altamente criativa fluência em literatura, filosofia, teologia e teoria política. Esperança sem otimismo está repleto do senso de humor e da clareza costumeiros deste escritor cuja reputação não se baseia apenas na notável originalidade de suas ideias, mas também em sua capacidade de envolver o leitor diretamente nas questões urgentes da vida.
Giacomo Marramao explora as características da modernidade e a função nela desempenhada pela intuição do tempo, tal como se condensa nas categorias de progresso, revolução e libertação. O ponto central do livro reside no desenvolvimento da nova categoria de sociedade antagonista, com a qual procura renovar o pensamento político de esquerda do nosso tempo, a partir do que chama uma ética transpolítica.