O pós-modernismo na música e seus reflexos no Brasil – 1970-1980
Em Aberturas e impasses, Paulo de Tarso Salles examina o conceito de pós-moderno, em suas variadas definições e implicações ideológicas, sociológicas e políticas. Com base nesse conceito, discute a música erudita brasileira produzida entre as décadas de 1960 e 1980. Desse modo, levanta os principais debates que alimentaram sua realização. A leitura crítica e rigorosa que Paulo de Tarso Salles faz do tema jamais se perde na discussão do pormenor e do periférico, apesar da diversidade bibliográfica e do pluralismo que necessariamente permeiam uma pesquisa dessa natureza. Por tudo isso, Aberturas e impasses é um trabalho original, que certamente oferrece uma original perspectiva metodológica de abordagem da música erudita brasileira.
Paulo de Tarso Salles atua como compositor, professor e violonista. Chegou a cursar Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, curso que deixou incompleto para dedicar-se totalmente à música. Atualmente é doutorando no Instituto de Artes da Unicamp, desenvolvendo estudos sobre processos composicionais de Villa-Lobos, ao mesmo tempo em que divulga suas pesquisas sobre a música no pós-modernismo.
Símbolos, objetos, linguagem e roupas utilizados por tribos juvenis urbanas são estudados neste livro. A análise desses grupos permite observar como essa etapa da vida adquire caráter cada vez mais autônomo, deixando de ser mero preparo para o ingresso na vida adulta. Acompanhados da discussão de temas como acesso à educação, entrada no mercado de trabalho, violência, formação de nova família e possibilidade de aquisição de bens consumo, os segmentos jovens vêm se constituindo em poderosa força a influenciar os rumos das sociedades modernas. O objetivo da obra é pensar como o espaço público urbano se estrutura em sua relação com as culturas dos jovens, pouco reconhecidas como legítimas pelo mundo adulto dominante. Verifica-se ainda como as manifestações das culturas juvenis tendem a proliferar, tornando-se mais complexas e configurando um múltiplo panorama cultural de tendências de formas de expressão da população jovem urbana.
As investigações reunidas neste volume, orientadas predominantemente de um ponto de vista histórico, destinam-se a desenvolver uma teoria crítica da sociedade projetada com um propósito prático e a delimitar seu status diante de teorias de outra proveniência.
Em Crer e saber, Raymond Boudon realiza uma síntese dos temas centrais de sua trajetória intelectual, complementada por uma apreciação da sociologia clássica. O autor não se limita, entretanto, ao registro testamental de temas e autores que lhe são caros – como Max Weber e Émile Durkheim – e que constituem a torre teórica de seu pensamento. Neste livro, Boudon procura dar maior sistematicidade às suas análises, aprofundando a relação entre considerações teóricas e estudos sociológicos quantitativos. O texto inicia-se com uma revisão da teoria geral da racionalidade e a verificação dos tipos fundamentais de explicação racional para as crenças. Em seguida, a partir dos resultados de uma pesquisa mundial sobre valores sociais, o autor se ocupa das diferentes versões da questão da justeza do julgamento e de suas aplicações nos domínios moral, religioso e político. Raymond Boudon (1934-2013) é um dos mais importantes cientistas sociais contemporâneos. É conhecido pelas pesquisas sociológicas sobre mobilidade social e desigualdade de oportunidades e pela defesa do individualismo metodológico. Entre outras obras, publicou L’inégalité des chances (1973), La logique du social (1979) e Dictionnaire critique de la sociologie (1982).
O autor estuda a saúde pública na Primeira República, combinando elementos da história social do período com informações sobre o cotidiano das populações. As ações sanitárias aparecem como estreitamente vinculadas aos processos políticos que caracterizam o Brasil da República Velha. A implantação dos serviços sanitários é vista como dependente do padrão oligárquico e clientelista, vigente tanto no Estado de São Paulo quanto no município.
Este estudo traça o retrato do movimento operário de Santos, na virada do século, quando se transformou em importante porto e cidade multirracial e multicultural. Trata-se de uma importante contribuição para o melhor conhecimento da história social e política do período.