Das origens a Graciliano Ramos e Guimarães Rosa
Este livro apresenta uma história concisa do gênero narrativo, por meio do esboço da genealogia de suas principais formas, com a finalidade de caracterizar os elementos fundamentais e os princípios gerais de um sistema de representação literária e da sua linguagem artística. O trajeto evolutivo do gênero é recortado em três momentos fundamentais: a história antiga, o início da história moderna e um percurso de retorno à Modernidade.
Sérgio Vicente Motta é professor de Literatura e Cultura Brasileiras do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Unesp, câmpus de São José do Rio Preto. Atua nos cursos de graduação (Letras e Tradução) e no programa de pós-graduação em Letras, nas áreas de Teoria da Literatura e Literaturas em Língua Portuguesa.
No cenário dos estudos de literatura, há valores ilusoriamente considerados bem assentados, como o que demarca as fronteiras entre os gêneros literários e os não literários, com atribuição de menoridade a alguns desses textos e consequente possibilidade de descartá-los de uma análise histórico-literária. Rever tais valores significa recuperar autores "menores", às vezes assim rotulados pela arbitrariedade de condicionamentos acadêmicos. Entre os escritores brasileiros do século XIX que merecem um exame desarmado, que possa iluminar os contornos de uma figura realmente importante para o seu tempo, eleva-se sem dúvida o Visconde de Taunay. Neste livro, a obra de Taunay é lida sob o signo da experiência marcante da guerra contra o Paraguai, que determinaria também a atenção sempre vigilante do escritor sobre outros acontecimentos históricos que viveu.
Escrita em linguagem acessível, com objetivos didáticos, esta obra apresenta os marcos conceituais que definem Foco narrativo e fluxo da consciência – técnicas de relato disseminadas ao longo dos séculos XIX e XX sobre a produção do romance. Alfredo Leme Coelho de Carvalho expõe criticamente as ideias dos principais teóricos a respeito do tema, exemplificando-as com trechos de consagrados escritores brasileiros e estrangeiros. O livro, assim, não só propõe um olhar sobre a bibliografia obrigatória do assunto, como também é um convite para os leitores revisitarem obras clássicas sob novos e reveladores prismas.
Nos ensaios que compõem este livro, Chartier – dialogando com autores como Braudel, Febvre, Ricouer e Freud – analisa esses processos, abordando as continuidades e rupturas em relação ao tratamento que é dado aos livros nas editoras dos dias atuais. O cuidadoso exame de palavras, sentenças, pontuação e traduções emoldura o quadro da produção do livro através do tempo. Estão em foco os autores que vêm se dedicando ao exame minucioso dessas camadas de sedimentos textuais, em busca dos rastros que o processo editorial deixou depositados sobre os textos no decorrer da História. Tomando as obras de Cervantes e Shakespeare como exemplo dos efeitos e variações “impressos” pelo processo editorial, Chartier investiga também a constituição do cânone literário e a noção de autoria nos séculos passados.
Neste livro, tendo como ponto de partida a Antiguidade Clássica e as manifestações dos primeiros sinais da parábola na épica de Homero (Ilíada e Odisseia), a autor percorre os caminhos trilhados pelo gênero, observa modos de manifestação no Velho Testamento. Por fim, levanta nas obras de Brecht, Kafka e Kierkegaard as marcas da parábola moderna, que se apresenta tanto em forma de narrativa (Kafka e Kierkegaard) como na modalidade "teatro", especialmente na produção de Brecht.
Este livro, escrito por professores universitários de diversas instituições e origens, apresenta diferentes modos de ler os textos juvenis, procurando atribuir sentidos a uma produção literária contemporânea que cobra novas respostas interpretativas. Os estudos aqui reunidos caracterizam-se por uma tendência de, no esforço de adequar o instrumento de análise ao objeto em foco, mimetizar o caráter intersticial da adolescência, pondo à prova as obras juvenis quanto a sua autonomia estética e sua capacidade humanizadora, por meio de uma problematização que recusa qualquer abordagem pasteurizada e apaziguadora e que revela as contradições típicas de uma zona de fronteira.