Racionalização, trabalho e tempo livre nas narrativas de ex-alunos do Curso de Ferroviários da Antiga Paulista
Cada linha das narrativas deste livro é um trilho que vai sendo posto na estrada que nos liga, hoje, ao passado vivido pelos trabalhadores e alunos do Curso de Ferroviários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Suas palavras trazem não só as marcas do processo social implementado a partir da organização racional do trabalho, como também revelam as contradições engendradas por essas mesmas ideias, quando encontravam a vida concreta diante de si. Impossível passar despercebido o relato sobre as caixas de ferramentas produzidas por aluno: contempladas hoje, revelam a obsolescência do mundo do qual falam os velhos em suas narrativas e nos lembram que é preciso, para além de um tempo do fazer, um tempo do cuidar e um tempo do contemplar, para que a rememoração, a imaginação e o ócio assumam seu papel, político sobretudo, de discordar dos processos hegemônicos, encontrando argumentos e utopias nas marcas deixadas pelos excessos produzidos e não consumidos no movimento do mundo e de suas incontáveis vidas.
Álvaro Tenca é natural de Dourado (SP), professor aposentado do Departamento de Educação do Instituto de Biociências da Unesp, câmpus de Rio Claro. Bacharel em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), licenciado em Ciências Sociais pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, mestre em História pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Este livro realiza a interpretação da criminalidade envolvendo escravos que viveram no município paulista de Franca, de modo a avançar no conhecimento de suas estratégias de sobrevivência e prática, entre 1830 e 1888. As fontes utilizadas são os processos criminais (documentação serial e normatriva da justiça crmininal), as quais privilegiam versões do cotidiano dos cativos, em seus momentos de conflito e nas soluções violentas. Também são examinados os relatórios dos presidentes da província de São Paulo, em que há referências a essas ações.
Este estudo traça o retrato do movimento operário de Santos, na virada do século, quando se transformou em importante porto e cidade multirracial e multicultural. Trata-se de uma importante contribuição para o melhor conhecimento da história social e política do período.
O início dos anos 1980, em especial os períodos compreendidos pela era Reagan e pela era Tatcher, assinala um retumbante retorno ao liberalismo. Velhos dogmas voltam ao primeiro plano da ideologia econômica, retomando seu prestígio, tendo o princípio do livre-mercado como o único mecanismo eficiente de regulação. São passados em revista temas como: o período keynesiano, as novas correntes liberais, as teorias do mercado sem crises, o Estado-providência, o corporativismo, o desemprego, a depreciação do trabalho e as dificuldades dos países em desenvolvimento.
Este livro é o resultado de um conjunto de entrevistas com personalidades reconhecidamente bem-sucedidas. Por meio desses relatos, as ansiedades e mudanças provocadas por essa nova situação são analisadas com o intuito de discutir a noção de sucesso. Dessa forma, Ray Pahl procura abordar um conjunto de questões ligadas à teoria das motivações, à relação cultura política e, de forma geral, à chamada "história da vida privada".
Reconstruir historicamente o perfil institucional da Escola "Joaquim Ribeiro", de Rio Claro, é o objetivo deste livro. Desse modo, Marilena Guedes analisa a cultura escolar no momento da modernização do Brasil. Esse dispositivo permite à autora recuperar os objetivos educacionais da época e a natureza das relações sociais existentes entre os diferentes sujeitos que lá atuaram.