História, organização e políticas de luta
As universidades brasileiras, institutos de pesquisa e mesmo os movimentos camponeses de nosso país têm pouca informação sobre as muitas e diferentes formas de organização de agricultores e de camponeses em escala internacional. Os autores deste livro realizam uma radiografia cuidadosa de praticamente toda as articulações internacionais dos mais variados setores sociais que atuam no campo, analisando sua composição regional, de classe e ideológica, suas relações com ONGs e instituições internacionais e como eles enfrentaram o neoliberalismo global.
Marc Edelman é professor de antropologia no Hunter College e no Graduate Center da City University of New York.
Saturnino M. Borras Jr. é professor do Instituto Internacional de Estudos Sociais (ISS), em Haia, e professor adjunto da China Agricultural University, Pequim.
Para os estudiosos do mundo agrário, os temas da sustentabilidade e do desenvolvimento são desafios constantes nas análises sobre territórios rurais em diversos países. Compreender essas unidades espaciais, suas relações e dimensões não é tarefa fácil para as pessoas envolvidas na pesquisa do tema. Estudando casos no Equador, África do Sul, Gana, Índia, China e Indonésia, Scoones apresenta uma abordagem dos meios de vida em comunidades rurais ampliada pela economia política. Discute, entre outros temas, a desigualdade, pobreza, direitos, trabalho decente, qualidade de vida, bem estar, desenvolvimento humano, empoderamento e classes sociais, o autor aprofunda o debate teórico e traz novas perspectivas para os estudos das comunidades rurais no Brasil.
Este livro trata dos movimentos sociais urbanos que se colocam contra uma determinada situação e procuram mudar esse status quo usando ou não a força física ou a coerção. Na tradição brasileira, raramente os movimentos urbanos usaram a força física, enquanto a coerção política, relacionada com a capacidade de pressão de cada movimento específico, se faz bastante presente no sentido de coagir o poder público a cumprir as reivindicações de um movimento. A publicação aponta que, a partir do fim da década de 1970 e na de 1980, movimentos urbanos ligados às Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, a sindicatos, com as greves do ABC paulista, à moradia, com as ocupações de terra urbana, ao feminismo, à ecologia e contra a discriminação étnica ou sexual começaram a se destacar e a ocupar muito espaço nos meios de comunicação.
A primeira edição de Conhecimento e imaginário social instigou e dividiu os estudantes de filosofia, sociologia e história da ciência quando foi publicada em 1976. A alegação radical de David Bloor era de que as ciências, mesmo as hard sciences, como a física e a matemática, são tão dependentes de fatores sociais, como convenções, interesses, tradições e prestígio, quanto o são dos fenômenos físicos observáveis ou da necessidade lógica abstrata. Nesta segunda edição, num novo e considerável posfácio, Bloor responde aos acalorados e, por vezes, vituperiosos debates ocasionados por seu livro.
A idéia do assentamento rural conduz necessariamente à discussão do tema maior - a reforma agrária - cuja viabilização vem desafiando, há décadas, a vontade política dos governantes brasileiros. Os estudos aqui reunidos tratam, por exemplo, das políticas públicas para o setor, do problema do assentamento nas várias esferas administrativas do Estado, das questões referentes à organização interna dos assentamentos e de sua viabilização econômica.
Livro que leva o título da conferência, seguida de debate, realizada no Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRA), pode ser classificado como uma sociologia da produção científica que se vale da teoria dos campos sociais, para discutir questões relevantes. O autor acredita que a luta pela "verdade" científica no interior do campo é um jogo de lucros e perdas e que os "campos científicos" são o espaço de confronto necessário entre duas formas de poder que correspondem a duas espécies de capital científico: o social (ligado à ocupação de posições importantes nas instituições científicas) e o específico (que repousa sobre o reconhecimento pelos pares, também o mais exposto à contestação). Sob sua ótica, essas contradições podem ser ultrapassadas com a sociologia da ciência.