Perdido durante uma caçada na região serrana do Ceará do século XVII, o colonizador português Martim é alvejado pela flecha da índia Iracema. Inicia-se assim a relação que alegoriza o surgimento de um novo povo e uma nova nação, questão seminal das obras de José de Alencar. Por meio de belas metáforas e texto bem ritmado, o autor se mantém fiel ao projeto romântico de criar uma literatura nacional, tarefa na qual Alencar se destaca entre os escritores de sua época.
José Martiniano de Alencar (Messejana - CE, 1° de maio de 1829 — Rio de Janeiro - RJ, 12 de dezembro de 1877) foi um escritor e político brasileiro. É notável como escritor por ter sido o fundador do romance de temática nacional, e por ser o patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras.
Urupês é uma coletânea de contos e crônicas do escritor brasileiro Monteiro Lobato, considerada sua obra-prima e publicada originalmente em 1918. Inaugura na literatura brasileira um regionalismo crítico e mais realista do que o praticado anteriormente, durante o romantismo.
Em Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, Mário de Andrade radicaliza o uso literário da linguagem oral e popular que já havia utilizado em seus livros anteriores e mistura folclore, lendas, mitos e manifestações religiosas de vários recantos do Brasil, como se fizessem parte de uma unidade nacional. Macunaíma, que ora é índio negro ora é branco, até hoje é considerado símbolo do brasileiro em vários sentidos: o do malandro esperto, amoral, que sempre consegue o que quer, e o do povo perdido diante de suas múltiplas identidades. Nas palavras do próprio autor, “Macunaíma vive por si, porém possui um caráter que é justamente o de não ter caráter”.
Na Paris do final do século XIX, acompanhamos uma confraria de jovens idealistas em busca de uma renovação do meio artístico. O protagonista, Claude, é um pintor em busca obsessiva pelo modelo ideal. Ele encarna a determinação daqueles intelectuais combativos, e sua história nos permite testemunhar dramas e desacordos da época que permanecem como pontos sensíveis nos dias atuais.
Guy de Maupassant é mais que um contador de histórias para leitura de entretenimento. Em seus contos, encontramos retratada em pinceladas rápidas e precisas a vida burguesa da época, com seus tipos e suas situações descritos em flagrantes certeiros. O retrato não é nada otimista; pelo contrário, pode-se entrever nas narrativas a crítica severa à moral de aparências da sociedade burguesa.
Rio de Janeiro, anos 1870. O jovem Sérgio ingressa em uma prestigiosa instituição de ensino reservada à aristocracia e à burguesia carioca e se encontra imerso em um universo violento, cujos códigos ainda não domina. Romance de formação por excelência, esta obra não se acomoda no figurino realista da época: dono de um estilo singular, Raul Pompeia se sobressai pelo traço expressionista com que desenhou com destreza e refinamento seus personagens.