O personagem sujeito do (ao) inconsciente na interface literatura e psicanálise
A partir da revolução na psicanálise proporcionada pelas ideias de Freud acerca do inconsciente humano, a autora Araguaia Solange de Souza Roque faz uma análise dos romances de dois autores italianos. Ela mostra como a subjetividade na formação do sujeito, pensada pelo psicanalista alemão, iria influenciar a produção literária daquele período do século XX.
Inseridos neste contexto, são utilizados como amostra os livros: La coscienza di Zeno (1923), de Italo Svevo, e Uno, nessuno, centomila (1926), de Luigi Pirandello. Para trabalhar relações entre essas obras, o estudo presente em Minha consciência daria um romance se propõe a investigar como o subconsciente humano se revela através da arte da escrita. Em uma pesquisa que analisa a interseção entre a psicanálise e a literatura, Araguaia Solange de Souza Roque entrega um trabalho instigante de grande interesse para esses dois campos do conhecimento.
Araguaia Solange de Souza Roque é mestre e doutora em Letras, na área de Teoria da Literatura. Atualmente é professora da Unesp, no campus de São José do Rio Preto (SP), onde ministra aulas de Língua e Literatura Italiana para alunos dos cursos de Licenciatura em Letras e Bacharelado em Letras com Habilitação para Tradutor. Desenvolve pesquisas nas áreas de Língua e Literaturas Estrangeiras Modernas e Teoria Literária. Sua produção científica está relacionada às subáreas de Literatura Italiana, Literatura e Psicanálise, Ensino Italiano e Produção de Materiais Didáticos.
Noam Chomsky é um dos pensadores mais influentes do nosso tempo. Nesta série de entrevistas, expõe suas ideias iconoclastas a respeito da linguagem, da natureza humana e da política. Em diálogo com James McGilvray, Chomsky percorre uma grande variedade de tópicos e a partir dessa transcrição é possível retraçar, em voo panorâmico, parte significativa do percurso intelectual desse pensador. A primeira parte do livro é dedicada à visão chomskyana sobre a linguagem e a mente. Na segunda parte, ele realiza um mergulho de alta profundidade na amplitude da natureza humana e seus componentes biológicos, linguísticos, políticos, filosóficos.
O livro, de profundo interesse para todos os envolvidos no estudo da linguagem e da mente, revela a dimensão das teorias linguísticas de Noam Chomsky sobre a linguagem, que se situam no campo das investigações sobre os elementos constitutivos da própria natureza humana.
Deleuze e Guattari desenvolveram um conceito inovador de inconsciente-multiplicidade, resultado da interlocução do pensamento desses autores com a psicanálise e com uma série de aliados, filósofos ou não. Esse conceito procura fornecer uma definição do inconsciente como substância múltipla com amplitude sócio-histórica, em contraposição às versões correntes em que o "ele" é associado à representação de um drama da memória ou ao simbolismo da linguagem.
O grande público não se interessa pela arte contemporânea, mas será que a arte contemporânea se interessa pelo público? É a partir de questões como essa – estampada no Museu D’Orsay, em Paris, anos atrás – que o escritor e crítico Affonso Romano de Sant’Anna instaura uma reflexão original em torno do que chama de a insignificância nas artes plásticas contemporâneas, ou seja, o fato de que as obras privilegiam a construção da não significação, em completa oposição à tradição não apenas das artes plásticas, mas das artes de modo geral.
Avançando em discussões travadas em livros anteriores como Desconstruir Duchamp e O enigma vazio, e apoiado em contribuições de disciplinas diversas, com destaque para a antropologia, a linguística e a semiologia, o autor, nos dois ensaios que compõem este livro, propõe modos de interferir na confecção da própria história da arte, pensando em novos métodos para essa história, e assim questionando, por exemplo, qual é o lugar da transgressão na arte. Affonso Romano de Sant’Anna procura traçar o que identifica como a base gramatical do discurso atual das artes plásticas, compreender sua estrutura interna, de forma a refletir sobre esse discurso e, indo além, pensar e problematizar os próprios enigmas de nosso tempo.
Para o filósofo Jean-Paul Sartre, a literatura redescobre a sua função na sociedade quando a sua percepção da realidade passa a ser constituída pela consciência da historicidade. Isso significa um mergulho brutal na atualidade de cada um. A prática literária é então entendida como uma "ação na história", ou seja, uma síntese entre o irredutível e o relativo; e entre "o absoluto moral e metafísico" e a contingência histórica. Neste livro, o filósofo Franklin Leopoldo e Silva mostra por que, para o pensador francês, a tarefa ética da literatura é construir a mediação necessária para que o homem tome consciência de sua alienação. Portanto, escrever é agir, pois significa comprometer-ser com uma ação social conreta e prática, não se limitando apenas a uma atitude de contemplação do mundo.
Que tipo de subjetividade se produz no contexto de um seminário catolico? Para responder a essa pergunta, o autor deste livro realiza uma análise institucional de um seminário, procurando compreender os discursos e as práticas que instauram a realidade do seminarista, esclarecendo as redes discursivas eclesiásticas e suas relações com estratégias de poder.