Suas implicações nas relações internacionais da época
O bloqueio da Venezuela pelas potências europeias em 1902, como meio de exigir o pagamento da dívida pública desse país, coloca questões que ainda hoje são substantivas no estudo das relações internacionais: dívida externa, intervenção estrangeira e marginalidade da América Latina no concerto mundial. Neste livro, Ana Maria Stuart desvenda a complexa trama de relações que existia entre os países que participaram, direta ou indiretamente, desse acontecimento histórico. Nesse caso, as posições oficiais do Brasil e da Argentina embutiam tendências que se consolidaram ao longo do século passado, diferenciando as suas posturas no marco das relações interamericanas e mundiais. A análise histórico-comparativa das políticas externas de Brasil e Argentina, naquela conjuntura histórica, segundo a autora, "responde a um interesse que transcende o plano do acadêmico e se insere no plano do desejo: contribuir para o processo de conhecimento dos precedentes das suas relações, para que a história ilumine o presente em que surge uma agenda de interesses convergentes que poderão viabilizar no futuro a postergada integração dos países latino-americanos”.
Ana Maria Stuart (1.945-2008) teve um papel destacado na construção da Secretaria de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores. Em sua trajetória acadêmica, concentrou-se principalmente nas questões sobre a integração latino-americana e a democracia nas relações internacionais. Licenciada em Ciências Políticas e Diplomáticas na Universidade Nacional de Rosario (Argentina) obteve mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo. Foi docente de Relações Internacionais da Unes, além de pesquisadora do Centro de Estudos Contemporâneos (Cedec) e integrante do Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais (Nupri) da USP. Também era membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional (Gacint) da USP e do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI).
Tema obrigatório no cenário internacional contemporâneo, a permanente tensão institucional na Venezuela suscita controvérsia dentro e fora do país. Frequentemente caricaturada como perigoso resultado de exotismos personalistas do presidente Hugo Chávez, a revolução venezuelana – "revolução em andamento" – é expressão de um passado rico, complexo e tumultuoso e expõe encruzilhadas inevitáveis com que depara o futuro do subcontinente americano.
Elmar Altvater trata aqui das consequências do esgotamento dos recursos naturais pelo capitalismo contemporâneo. Ao privilegiar uma determinada estratégia energética, o capitalismo perpetua as condições de pobreza dos países do Hemisfério Sul, pois os países do Primeiro Mundo dependem daquilo que o autor chama de modelo fordista fossilista.
O livro - uma coletânea de onze artigos escritos por vários autores - reconstitui a história da Escola Estadual Bento de Abreu, da cidade de Araraquara, interior de São Paulo, abordando as transformações nela ocorridas ao longo do tempo e a contribuição da instituição para o sistema de educação da região, a formação de professores e a democratização do ensino. A importância da escola - conhecida como "Ginásio Morada do Sol" - reside no fato de ter sido uma das primeiras de nível médio implantadas pelo governo paulista, que até então privilegiava a educação primária, deixando a cargo da iniciativa confessional, laica e municipal a oferta da educação secundária. No caso de Araraquara, o ginásio oficial correspondia, na verdade, à estadualização do Ginásio Municipal Mackenzie de Araraquara, que já vinha funcionando desde 1914. Fruto de ampla pesquisa documental, o livro examina principalmente o lugar social e cultural representado por essa escola na cidade de Araraquara, destacando a articulação do poder municipal com a iniciativa privada na criação e manutenção da instituição nos seus primeiros anos de funcionamento (1914-1932) e as representações em torno da oficialização do ginásio, pelo qual passaram diversos membros da elite política, econômica, social e cultural da região.
Este O século das revoluções consegue penetrar alguns dos eventos mais dramáticos e empolgantes da História britânica, para explicar o que eles significaram para o povo que os viveu. Uma história revolucionária de um período revolucionário.
Ao contrário do que o título pode sugerir, O homem diante da morte, de Philippe Ariès, é uma obra serena. Resultado de anos de pesquisa, o livro se transfigura em um profundo mergulho no inconsciente coletivo em torno do tema da morte para o homem ocidental através dos séculos.