A palavra escrita na luta de Carlos María de Bustamante (México - 1805-1845)
No século XIX, em um período em que a demanda por notícias crescia no mundo, surgiam os primeiros periódicos para reunir os principais acontecimentos, e Carlos María de Bustamante foi um dos responsáveis pela inauguração desse tipo de publicação no México. Ele, que era um advogado, jornalista, político e historiador, fundou, em 1805, o Diario de México, apresentando artigos de literatura, arte e economia. Nesta obra, o autor Alexandre Budaibes mostra, então, como Bustamante via seu veículo como uma forma de propagar ideias, de incutir cultura no povo, de conscientizar a população para o momento histórico que viviam, no instante em que o vice-reino da Nova Espanha era invadido por Napoleão Bonaparte. Como aponta o título, Moralizar, propagar e conscientizar apresenta o grande objetivo de Carlos María Bustamante, fazendo deste livro um meio rico para conhecer uma parte da história da Comunicação e entender como a figura de um homem contribuiu para a formação intelectual do México.
Alexandre Budaibes é mestre em História Social, Bacharel e Licenciado em História e Pedagogia ambos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp. Professor Efetivo de História nas Redes Públicas Estadual e Municipal de São Paulo. Especializado na área de História da América, atuando com os temas: processos de independência, ilustração e jornalismo (final do século XVIII e primeira metade do século XIX) na América Espanhola.
Há mais de cem anos, a violência gerada pela ação do crime organizado deixa seu rastro de sangue pelo mundo. A máfia siciliana, a chamada Cosa Nostra, além de expandir seus negócios pelo mundo, fez escola: novas organizações criminosas, algumas delas transnacionais, tomaram corpo durante o século xx. Ousadas, elas aterrorizam regiões inteiras e a cada ano incrementam suas práticas, buscando escapar à vigilância e ampliar seus lucros. Com ramificações em todas as esferas da sociedade, inclusive na política, tornam-se muito difíceis de derrotar. Como fazer frente a esse fenômeno? Fruto de décadas de vivência do autor, que sempre esteve debruçado e atuando sobre o tema, este livro oferece ao leitor um precioso testemunho sobre o universo obscuro do crime organizado, mas também sobre o vigor daqueles que trabalham e se arriscam para enfraquecer e, esperançosamente, derrotar essas organizações.
Edward Lopes é um scholar, também amplamente conhecido como lingüista, ensaísta e fino romancista. Nesta obra de maturidade, liberta-se de todos os ranços acadêmicos e oferece-nos doze ensaios, ricos de informação, penetrantes pelas análises e vazados em um estilo pessoal, saboroso e irônico. Estuda obras literárias de várias épocas e origens, com tratamento lingüístico ou semiótico ou à maneira de Bakhtin ou de Propp, mas de forma crítica e muito livre. São seus temas: o ensino da língua, semiótica da literatura, Bakhtin, Saussure, Camões, os Árcades, Cornélio Penna, Borges, o Lazarillo de Tormes e Unamuno, entre outros.
Este é o primeiro volume da coleção Pequenos Frascos, de obras com textos menos conhecidos (e, de certa forma, "marginais") de autores consagrados nas mais diversas áreas. Neste volume há uma compilação de escritos satíricos de Jonathan Swift, escritor irlandês do século XVII. O texto que o intitula é um pequeno grande achado: o autor apresenta uma polêmica solução para o problema das crianças famintas que perambulava pelas ruas da Irlanda na época. É um "mundo dos horrores" modo pelo qual o autor convoca a todos para a liberdade de pensar "pelo avesso", porque "o mundo está direitinho demais para estar certo".
O livro A Voz e o Sentido é uma contribuição aos estudos de poesia oral com base em uma pesquisa de campo com vários narradores, realizada no pantanal sul-mato-grossense. Seu principal objetivo é ouvir os moradores ribeirinhos para compreender as maneiras de produção, manifestação, armazenamento e (re)significação do texto poético oral. A leitura dos relatos resulta numa tentativa de desatar a poesia oral dos grilhões da escrita e, para tanto, de compreendê-la em seu sentido dinâmico.
Nesta obra, que simboliza um exemplo da melhor antropologia social produzida no Brasil, a autora aborda a questão das relações raciais e sexuais no Brasil, em contraste com a experiência sul-africana. Baseada em entrevistas, observação etnográfica, dados demográficos, ficção literária, leis, teorias sociológicas, entre outros materiais e fontes, é colocado em discussão o modo como os relacionamentos afetivo-sexuais inter-raciais se estruturam e são pensados em diferentes sociedades, de acordo com políticas sexuais adotadas em distintos contextos nacionais.