Inventando espaços: estudos sobre as condições do ensino do teatro
Esta obra possui uma grande preocupação central: a arte como parte da educação. Mais especificamente, o livro de Carminda Mendes André quer buscar novas soluções para o ensino do teatro. Ela parte das recentes alterações na teatralidade, nas técnicas e na prática da interpretação, engendradas, principalmente, a partir das últimas décadas do século XX, para mostrar como aproveitar essas transformações de modo a criar formas contemporâneas de ensinar teatro. Portanto este título constitui uma grande reflexão sobre o tema, no qual a autora vai rever as principais metodologias de aprendizagem que são historicamente calcadas na noção de drama e teatro dramático. Deste modo ela problematiza estas questões a fim de encontrar um caminho a se seguir neste cenário educacional “pós-dramático”, fazendo deste livro um raro exemplar na pesquisa da área.
Carminda Mendes André é atriz, encenadora e performer. Atualmente pesquisa formas pós-dramáticas e arte nos espaços públicos. É Bacharel em Teatro pela Universidade de São Paulo (1989), mestre em Filosofi a pela Universidade de São Paulo (1997) e doutora em Educação pelaUniversidade de São Paulo (2007). É docente do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista– Unesp. Sua atual área de interesses navega entre teatro contemporâneo e conhecimento.
Historicizar as relações econômicas da escola permite desnaturalizar a materialidade da cultura escolar, a relação das escolas, dos professores e dos alunos com os objetos e recursos didáticos, bem como com as tecnologias educacionais. É por entender que as relações econômicas estão atravessadas por elementos culturais que se busca desenvolver aqui uma história econômica da escola urbana entendida no cruzamento e no confronto de uma diversidade de fontes, mas também de diferentes áreas do conhecimento.
Este livro reúne ensaios escritos em diferentes momentos, mas que têm como eixo comum a literatura juvenil produzida no Brasil do final do século XX ao início do XXI e duas preocupações explícitas: de um lado, a discussão da possível especificidade da chamada literatura juvenil; de outro, o estudo das implicações de sua utilização no ensino. Como os textos procuram demonstrar, enquanto a produção literária voltada exclusivamente para o público infantil parece bem caracterizada e ocupa lugar definido na atividade leitora das crianças, a literatura juvenil é frequentemente associada a finalidades didáticas e encontra certa resistência por parte da comunidade acadêmica, que tende a considerá-la menor ou mesmo um mero produto de consumo. Nestes ensaios, o autor oferece uma contribuição para o aprofundamento dos estudos da literatura juvenil e apresenta propostas de seu uso na sala de aula, às vezes sob a forma de roteiros de leitura, para que tanto o professor como o aluno possam tirar o melhor proveito da leitura dos livros analisados.
Livro que conta a história da fundação e do desenvolvimento da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara. Depoimentos de antigos professores, fotografias, além de informações de arquivos e jornais compõem a reconstituição de uma história que vai até 1976, com a implantação da Unesp e o desmembramento da faculdade em Ciências Farmacêuticas e Odontologia.
Licinia Maria Correa realiza análise de peso sobre a qualidade da educação no país. Ela parte da própria percepção que os jovens têm da escola, investigando o valor que atribuem às instituições de ensino, ao mesmo tempo em que confronta a relação, por vezes antagônica, entre alunos e professores. O retrato que a autora faz do ambiente escolar é pautado nos depoimentos colhidos junto a jovens ligados à ONG Projeto Meninos e Meninas de Rua (PMMR). Por meio da observação participante nas aulas e de entrevistas individuais e coletivas, a autora traça um panorama da condição desses jovens, que são residentes dos subúrbios de São Bernardo do Campo. A partir desse rico conteúdo, que dá voz aos participantes do processo de ensino, Licinia desenvolve uma análise sócio-histórica da instituição escolar, de sua constituição e dos conflitos sociais que a atravessaram, evidenciando os mecanismos sutis de produção do fracasso escolar. Trabalho maiúsculo e obrigatório para todos os profissionais de educação.
O norte-americano Donald Richie (1924 - 2013) foi considerado um dos maiores especialistas em cinema e cultura japoneses. Aqui ele utiliza seu vasto conhecimento para traçar o perfil não só de personalidades, mas também de pessoas comuns do Japão; de gente ligada à sétima arte, como os diretores Akira Kurosawa, Yasujiro Ozu e Nagisa Oshima, ou o ator Toshiro Mifune, mas também de Sada Abe, mulher que estrangulou e emasculou o amante, servindo de inspiração para o filme O Império dos Sentidos. Há ainda o grande mestre zen Daisetz Suzuki e escritores, como o Prêmio Nobel de Literatura Yasunari Kawabata e Yukio Mishima, entre muitos outros que, "com suas qualidades e idiossincrasias", como escreve a tradutora e também estudiosa de cinema Lúcia Nagib, "constróem o retrato do Japão".