(1949-2011)
Em O ‘milagre alemão’ e o desenvolvimento do Brasil, Luiz Alberto Moniz Bandeira demonstra como a emergência da Alemanha, como potência industrial, possibilitou ao Brasil maior capacidade de negociação vis-à-vis dos Estados Unidos, na medida em que constituiu não só uma opção de comércio, mas, igualmente, uma fonte de investimentos e de tecnologia. Apesar de devastada na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha Ocidental logo se recuperou e, em pleno boom econômico, destinou, de 1952 até o curso dos anos 1960, a maior parte de seus investimentos ao Brasil, porque não podia fazê-lo nos países comunistas do Leste Europeu e temia uma guerra atômica na Europa.
Luiz Alberto Moniz Bandeira é formado em Direito, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e professor titular de história da política exterior do Brasil, no Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) (aposentado). Tem o título de Doutor Honoris Causa outorgado pelas Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil, do Paraná, bem como pela Universidade Federal da Bahia. E, em 2006, a União Brasileira de Escritores (UBE) elegeu-o, por aclamação, Intelectual do Ano de 2005, conferindo-lhe o Troféu Juca Pato, por sua obra Formação do Império Americano (Da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque). é autor de mais de 20 obras, entre as quais Presença dos Estados Unidos no Brasil (Dois Séculos de História), e O Governo João Goulart – As lutas sociais no Brasil (1961-1964), que foram best-seller;O Feudo – A Casa da Torre de Garcia d’Ávila (Da conquista dos sertões à independência do Brasil); De Martí a Fidel (A revolução cubana e a América Latina); Fórmula para o caos – A derrubada de Salvador Allende (1970-1973); e A Reunificação da Alemanha – do Ideal socialista ao “socialismo real”, cuja 3ª edição foi lançada pela Editora UNESP. Algumas de suas obras foram traduzidas e publicadas na Rússia, Alemanha, Argentina, Chile, Portugal e Cuba. E Formação do Império Americano, traduzida para o mandarim, será lançada na China, possivelmente ainda em 2010. Luiz Alberto Moniz Bandeira foi professor visitante nas Universidades de Heidelberg, Colônia, Estocolmo, Buenos Aires, Nacional de Córdoba (Argentina) e Técnica de Lisboa, entre outras, e também conferencista em diversas universidades, no Brasil e em vários países, na América do Sul, Europa e Estados Unidos. É Grande Oficial da Ordem de Rio Branco (Brasil); comendador da Ordem do Mérito Cultural (Brasil); comendador da Ordem de Mayo (Argentina) e condecorado com a Cruz da República Federal da Alemanha, 1ª Classe (Das Verdienstkreuz – 1 Klasse – Das Verdienstorden der Budesrepublik Deutschland). E, há mais de quatorze anos reside na Alemanha, onde foi encarregado do setor cultural no Consulado-Geral do Brasil, em Frankfurt/Main (1996-2002), e atualmente exerce a função de cônsul-honorário em Heidelberg, com jurisdição sobre o distrito governamental de Karlsruhe, norte de Baden-Württemberg.
Numa época em que vários setores da esquerda e a máquina de propaganda dos que se assenhorearam do poder em 1° de abril de 1964 acusavam João Goulart de populista, fraco, inclusive por não haver resistido ao golpe militar, Luiz Alberto Moniz Bandeira, durante a ditadura militar, ousou e buscou restabelecer a verdade histórica, analisando seu governo e os fatores de sua derrubada. João Goulart não foi populista, não era demagogo; o PTB, escorado nos sindicatos, desempenhara empiricamente um papel similar ao dos partidos social-democratas na Europa; o golpe militar em 1964, com o apoio dos Estados Unidos, constituiu um episódio da luta de classes; o cabo Anselmo trabalhava para a CIA, em conexão com o Cenimar (Centro de Informações da Marinha); o motim dos marinheiros foi uma provocação, visando a unir as Forças Armadas contra o governo; e Goulart não teve condições de resistir, por não mais contar com o respaldo da maior parte das Forças Armadas e saber que os Estados Unidos se dispunham a intervir militarmente e dividir o Brasil, no caso de uma guerra civil. Se Goulart fosse fraco, cederia à pressão dos generais e dos Estados Unidos, fechando o CGT, reprimindo os sindicatos e demitindo do governo os elementos de esquerda, e o golpe militar não teria ocorrido.
A obra do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira apresenta vários aspectos realmente inéditos do processo que culminou com a queda dos regimes comunistas no Leste Europeu, a derrubada do Muro de Berlim e a desintegração do chamado Bloco Socialista. Um desses aspectos é a participação do KGB, o serviço secreto soviético, com a colaboração dirigentes do Stasi, o serviço de inteligência da RDA, na derrubada de Erich Honecker. Essa e outras informações sobre as lutas internas entre os dirigentes da extinta República Democrática Alemã, antes e depois da demolição do Muro de Berlim, foram obtidas em entrevistas feitas diretamente com Egon Krenz, o sucessor de Honecker, Hans Modrow e Lothar de Maizière que foram primeiros-ministros entre a demolição do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, e com Günter Schabowski, membro do Politburo do SED. Também Vernon Walter, embaixador dos EUA em Bonn, deu o seu depoimento. Todos esses homens desempenharam o mais relevante papel nos acontecimentos, e suas entrevistas, concedidas em janeiro/fevereiro de 1991, permitiram que o autor reconstruísse a história e desvelasse a trama que ocorreu nos bastidores da RDA, antes e depois da abertura do Muro.
Para oferecer uma perspectiva crítica em que se pensa o mundo contemporâneo de forma lúcida e clara, Evaldo Vieira retorna aos escritos de Francisco José de Oliveira Vianna para desnudar o pensamento autoritário brasileiro. Ao se debruçar sobre a concepção de Estado Corporativo de Oliveira Vianna, escreve um importante capítulo da história das ideologias políticas no Brasil, analisando as intenções e o alcance de um discurso de civismo pedagogo e edificador da nação.
Análise das mudanças ocorridas na vida econômica e social de São Paulo ao longo dos últimos vinte anos. Esta coletânea é o resultado do seminário "Interiorização do desenvolvimento", realizado em 1987, que reuniu pesquisadores e diretores de órgãos públicos e centros de pesquisas. Trata-se de um esforço de compreensão do complexo processo que transformou o interior paulista no segundo pólo econômico do Brasil.
O avanço da internacionalização da economia brasileira, fato de grande importância na década de 1990, decorrente dos processos de abertura, das fusões e aquisições e das privatizações, e a adoção de medidas para enfrentar a concorrência com as empresas estrangeiras. Oito textos enfocam temas como a relação entre investimento direto estrangeiro, abertura e crescimento, abertura comercial e coeficientes de conteúdo importado na indústria brasileira, padrões de integração comercial das filiais das empresas transnacionais e a inserção internacional das grandes empresas nacionais.