Neste livro, Gilca Machado Seidinger estuda as relações entre enunciação, enunciado e história na obra Tutaméia, de João Guimarães Rosa, tratando também da versão alemã assinada por Curt Meyer-Clason. Pressupondo que o processo de tradução altera significações originais ou produz novas significações não previstas pelo autor, a autora recorre à narratologia genettiana, bem como à teoria das modalidades da tradução, de Francis Aubert, para examinar as quarenta narrativas do livro. Uma obra importante no campo dos estudos literários, voltada para a ficção de Guimarães Rosa, e que aborda, com muita competência, um dos livros mais complexos e menos estudados do autor, levantando, ao mesmo tempo, aspectos relevantes para a análise teórica e para a prática da tradução de textos literários, sobretudo os modernos, que proporiam ao tradutor desafios antes inimagináveis.
Formou-se em Português, Alemão e Espanhol pela Universidade de São Paulo (USP). Cursou o mestrado e o doutorado em Estudos Literários na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Araraquara. É autora de Guimarães Rosa ou a paixão de contar: narrativas de Sagarana (Scortecci, 2004).
O trabalho do sociólogo Octávio Ianni é analisado com base em suas diversas contribuições no campo da política, da cultura e da sociologia. Dentre os colaboradores desta coletânea estão seus mestres Florestan Fernandes e Antonio Candido, além de pesquisadores do porte de Gabriel Cohn e Renato Ortiz.
Ao ensejo do ano da França no Brasil, este livro reúne artigos que analisam a presença de imigrantes franceses em território brasileiro. Ao trabalhar extensivamente questões relativas às modalidades de instalação, inserção profissional e social, torna-se elemento precioso e inédito no campo de pesquisa da emigração/imigração francesa no Brasil nos séculos XIX e XX.
Escrever cartas revela o desejo de registrar acontecimentos, racional e afetivamente, para não esquecê-los, para estabelecer uma memória de si e dos outros. Nesse sentido, Simón Bolívar lidou com sua correspondência de forma dedicada e delicada porque esteve entre seus objetivos oferecer à posteridade um personagem: o homem público irretocável, desprovido de vida privada. Neste livro, Fabiana de Souza Fredrigo empreende a releitura desse epistolário e propõe múltiplos sentidos narrativos constitutivos do que denomina "memória da indispensabilidade". No interior dessa memória, Fredrigo constata a presença do ressentimento e da solidão de Bolívar, transformados em elementos retóricos que, por sua vez, permitiram à autora demonstrar os limites em compreender a conformação de uma nova cena histórica e o apego ao ideal da liberdade desse ator histórico que venezuelanos e colombianos alcunham el Libertador.
Uma das mais completas obras sobre Charles Darwin chega agora nesta coedição da Editora Unesp com a Aracati. Publicado originalmente em 1995, este extenso trabalho da historiadora Janet Browne revela aspectos anteriormente desconhecidos da trajetória do naturalista inglês. O trabalho é dividido em dois volumes, e neste primeiro livro, Viajando, a autora relata a juventude e a preparação científica de Darwin, indo até os anos de sua saga desbravadora ao redor do mundo.
Figura basilar para a consolidação do Brasil como Estado nacional, D. Pedro II é retratado nesta obra não apenas a partir de suas intervenções políticas e públicas, sempre cuidadosamente pensadas, mas também desde sua intimidade, seus anseios e suas frustrações. Munido de uma vasta documentação, o historiador brasilianista Roderick J. Barman nos oferece novas interpretações para a reservada personalidade do monarca.