Por meio de uma rica argumentação baseada em autores como Canguilhem, Foucault e Nietzsche, o livro demonstra a necessidade de uma articulação de saberes e de um diálogo entre biologia, física, filosofia, psicanálise e outras especialidades. A biologia tem um papel central nesse processo, não porque ela é uma ciência, mas porque ela estuda a vida, interesse comum em torno do qual todas as formas de conhecimento devem se articular. “O conhecimento sobre a vida deve ser assumido como eixo de transformações da relação do homem com o conhecimento”, destaca a autora. Essas transformações são o fio condutor da obra, que reúne reflexões sobre conceitos do campo da medicina, da saúde pública e da epidemiologia. O livro discute e problematiza a sociedade do risco, a individualidade, a alteridade, a concepção de doença, a dualidade corpo-mente, o conceito de physis e o pensamento hipocrático.
Dina Czeresnia é pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Fundação Oswaldo Cruz) e do CNPq.
Para Aristóteles, a filosofia se ocupa de todas as coisas existentes, mesmo não tendo a ciência de cada uma delas. Porém, para fazê-lo, devemos considerar todas as coisas em algum sentido que nos permita estudá-las como um conjunto. Diante desse desafio, o filósofo grego propõe que a multiplicidade de seres, a partir de suas propriedades gerais, pode ser classificada com base em dez conceitos fundamentais – as chamadas categorias. Constituindo a espinha dorsal da filosofia aristotélica, esta obra pavimentou, como paradigma primeiro, o caminho para vasta e variada tradição filosófica, lógica e epistemológica, sobretudo no Ocidente.
Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma visão ampla e complexa sobre a materialidade. Com linguagem envolvente e acessível, o autor apresenta uma perspectiva crítica e original que busca romper com os preconceitos e estereótipos comuns com relação ao materialismo, demonstrando como nossos corpos e atividades corporais são responsáveis por tornar o pensamento e a consciência possíveis.
Ao investigarem “a morte do autor” e a falência da linguagem, os críticos dão com a arma do crime com as impressões digitais de Derrida (1930 - 2004). Nenhum outro filósofo levantou tanta suspeita ou foi tão desafortunadamente desfigurado. Johnson nos mostra que “desconstrução” não significa “destruição” e que em Derrida se pode conhecer o que há de mais relevante sobre nosso tempo.
Qual é, pois, o significado da vida? Nesta investigação astuta, espirituosa e estimulante, Eagleton mostra de que maneira pensadores ao longo dos séculos – de Shakespeare e Schopenhauer a Marx, Sartre e Beckett – resolveram a questão. Recusando-se a se contentar com o insosso e monótono, Eagleton revela – com uma mistura de humor e rigor intelectual, muitas vezes irreverente, mas com um objetivo muito sério em mente – de que maneira a questão se tornou particularmente problemática nos tempos modernos.
Etocracia propõe uma aliança inquebrável entre a moral e a política. O que está em jogo, para o barão d’Holbach, é nada menos que a velha arte de governar, que ele apresenta em novas roupagens, apelando a uma ordem natural onipresente que é também, em grande medida, onipotente. Para esse moralista, que é também um naturalista, o bom governo e a tirania jamais se confundem, e seria trágico querer tomar esta última, deplorável exceção, como regra ou verdade do governo dos povos.