Rio Branco e a identidade brasileira
José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão de Rio Branco, esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores entre 1902 e 1912, mantendo-se no cargo durante quatro diferentes presidências. O evangelho do Barão mostra o quanto essa figura histórica foi de extrema importância para a construção de uma identidade nacional, conquistada por meio da consolidação de uma política externa. A partir de uma cuidadosa pesquisa histórica, o autor contextualiza as ideias e as ações do Barão com o momento social e intelectual em que o país se encontrava, levando o leitor a compreender a dimensão de seu legado e o motivo pelo qual ele se tornou uma referência, tal como um evangelho.
Luís Cláudio Villafañe G. Santos é diplomata e graduou-se em Geografia, na Universidade de Brasília, e em diplomacia, no Instituto Rio Branco. Conta com curso de pós-graduação em Ciência Política pela New York University, além de mestrado e doutorado em História pela Universidade de Brasília. É pesquisador associado ao Instituto Rio Branco. Publicou, pela Editora Unesp, O Brasil entre a América e a Europa (2004) e O dia em que adiaram o Carnaval (2010). Em 2012 foi curador da exposição Rio Branco: 100 Anos de Memória, patrocinada pelo Ministério das Relações Exteriores e pela Fundação Alexandre de Gusmão.
Obra que, sem dúvida, fornece elementos para a definição da identidade brasileira e exibe os precedentes da crítica agenda estratégica e comercial do Brasil contemporâneo com a América e a Europa. Aborda a política do Império brasileiro ante os sucessivos encontros interamericanos realizados no século XIX, desde o primeiro, no Panamá, em 1826, até o de Washington, em 1889/1890 (chamado de Primeira Conferência Internacional Americana, convocada pelos Estados Unidos, já sob a bandeira do pan-americanismo) - o único do qual o Brasil participou. A política externa do Império somente se consolida a partir de 1850, quando posições nos principais temas da agenda brasileira passam a ser definidas por políticas coerentes. Isolado nas Américas como único defensor do princípio monárquico, o Estado brasileiro sente-se desvinculado dos países vizinhos na construção de um discurso legitimador para a constituição do que acreditava ser um bastião da civilização européia no continente.
Tido como o responsável pela consolidação do território brasileiro, o Barão de Rio Branco conquistou em vida a aura de herói nacional. Sua morte, em 1912, levou o governo a declarar luto oficial e a adiar o Carnaval de fevereiro para abril. Esse episódio ímpar, que mistura política externa e festa popular, é o ponto de partida de Luís Cláudio Villafañe G. Santos que, nesta inteligente obra, discorre sobre as complexas relações entre Estado, território e poder político no Brasil.
Mary del Priore abre ao leitor uma vista privilegiada dos conflitos e intrigas que antecederam a queda do Império brasileiro Entre descrições evocativas de Petrópolis, Rio de Janeiro e Paris, trechos de cartas que permitem vislumbrar a interioridade dos biografados e excertos de jornais e revistas que revelam os anseios populares e o cotidiano do século XIX, O castelo de papel é um envolvente retrato do período que antecedeu a queda do Império brasileiro – uma nação mergulhada em conflitos irreconciliáveis, tentando resistir à inexorável marcha da história.
Em meados dos anos 1990, o discurso de um planeta unificado pelas forças do mercado empolgava e conhecia seu auge. Mas uma série de crises econômicas e mudanças geopolíticas decretam a morte de projetos como a Alca. Os textos reunidos nesta coletânea relembram este percurso e provocam uma ampla reflexão sobre a nossa época e o lugar do Brasil no mundo. Diversificados e escritos em momentos diferentes, formam um amplo panorama conceitual, mantendo uma relação constitutiva com o tempo histórico vivido.
Este estudo traça o retrato do movimento operário de Santos, na virada do século, quando se transformou em importante porto e cidade multirracial e multicultural. Trata-se de uma importante contribuição para o melhor conhecimento da história social e política do período.