Questões emergentes e agenda de pesquisa
Existem capacidades, papéis e funções políticas específicas da sociedade civil nas sociedades democráticas? Há um estatuto político da sociedade civil nas democracias? Qual a relação entre participação e desenvolvimento?
Professor doutor do Departamento de Ciência Política da USP, pesquisador do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão de Estudos da Metrópole (CEM) e do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Os textos aqui reunidos resgatam o pensamento de Mauricio Tragtenberg, intelectual que concebia o mundo contemporâneo de forma lúcida e clara, em relação à política, ao poder politico e ao Estado. Exemplos acabados de um trabalho comprometido com o projeto libertário de sociedade e que conservam uma atualidade dramática, principalmente quando analisam o muitas vezes aviltante modo de fazer política no Brasil.
Escritos por pesquisadores e especialistas no tema, os artigos que compõem este volume investigam, sob diversos aspectos, os marcos políticos de nosso recente trajeto republicano. Assim, questões como aquelas ligadas à agenda de proteção social de diferentes partidos, a efetividade das políticas de redistribuição de renda adotadas, a questão tributária e sua relação com a desigualdade social e econômica, a estruturação do orçamento federal, entre outras, são abordadas a partir de dados empíricos e com o devido rigor científico.
O trabalho enfoca a trajetória da primeira-dama, Darcy Vargas, esposa de Getúlio Vargas, para examinar a relação estabelecida por uma mulher de homem público e governante com a política. A autora procura mostrar como a política infiltrou-se no percurso da personagem, criando formas de participação na política e nas políticas assistenciais, destacando três momentos: a organização da Legião da Caridade, em 1930; a criação da Fundação Darcy Vargas, em 1938 e, sua atuação na presidência da Legião Brasileira de Assistência, entre os anos 1942 e 1945. Na trajetória da personagem, ela localiza os sinais da criação de um modelo de participação para as primeiras-damas na política, atrelado ao social do governo.
Estudo inédito que percorre quase três séculos de nobreza no Brasil. Destaca as mudanças ocorridas ao longo do processo histórico do país, divididas em três fases: do início da colonização até 1750; do ministério pombalino à chegada da Corte ao Rio de Janeiro; e de 1808 ao movimento constitucionalista. Um retrato fiel da nobreza no Brasil Colônia que revela tanto a complexidade da vida familiar, civil, militar e política, como os esforços da nobreza para manter o seu estilo de vida, a qualquer custo.
Um dos maiores best-sellers recentes da França, O horror econômico faz o balanço da atual crise global do trabalho. Para Forrester, o quadro de crise demonstra uma das verdades maiores do capitalismo pós-industrial: a nova estrutura de produção, presente tanto nos países centrais quanto nos periféricos, não proverá emprego para a população ativa. Isso nos coloca diante de um impasse. Os problemas implicados por essa realidade econômica aparecem como um drama moral que questiona o próprio projeto civilizatório da modernidade.