A inclusão escolar de alunos com deficiência impõe-se como tema a ser pesquisado para propor práticas adequadas à nova realidade educacional. Alunos com deficiência visual, por exemplo, começaram a frequentar espaços sociais como a escola sem que antigos paradigmas de normalização de comportamentos tenham sido revistos. Neste livro, Eder Pires de Camargo analisa os saberes que professores do ensino médio devem mobilizar para incluir alunos com deficiência visual em atividades de ensino. Toma como exemplo a interessante experiência de uma disciplina de graduação – Prática de Ensino – na qual futuros licenciados estruturaram e implementaram novas práticas de ensino para turmas mistas. A originalidade e contribuição deste trabalho está em propor atividades desenvolvidas por futuros professores e avaliá-las durante os cursos de licenciatura.
Autor deste livro.
Interrogar sobre o passado de uma das principais atividades educativas na escolarização inicial de crianças – o ensino de leitura e escrita – é o objetivo central desta obra. Entre as várias contribuições relevantes do livro, uma coletânea de 14 ensaios que abrangem mais de um século, da década de 1870 aos dias atuais, sobressai-se a importância da própria temática para a compreensão da cultura escolar.
Os estudos põem em destaque cartilhas, livros de leitura, manuais, textos, artigos publicados em jornais e periódicos, polêmicas em torno dos métodos de ensino e a atuação de quem produziu e problematizou sobre o ensino de leitura e escrita no país. Estão contemplados tanto os interesses econômicos e comerciais subjacentes à produção de materiais para esse ensino quanto as tensões políticas que envolveram as disputas dos educadores, o que permite ao leitor aproximar-se das tematizações, concretizações e normatizações que ao longo do tempo pautaram o debate político e pedagógico sobre a alfabetização no Brasil.
O primeiro texto da coletânea trata do método de alfabetização de Thomaz Paulo de Bom Sucesso Galhardo, autor da Cartilha da infância, publicada entre a década de 1880 e o ano de 1992. Seguem-se estudos sobre as experiências de Antonio da Silva Jardim (1860-1891), João Köpke (1852-1926), Ramon Roca Dordal (1854-1938) e Carlos Alberto Gomes Cardim (1875-1938), Arnaldo de Oliveira Barreto (1869-1925), Francisco Vianna (1876-1935), Theodoro de Moraes (1877-1956), Antonio Firmino Proença (1880-1946), Renato Fleury (1895-1980), Lourenço Filho (1897-1970), Antônio D’Ávila (1903-1989), Bárbara V. de Carvalho (1915-2008), Emilia Ferreiro (1935) e João Wanderley Geraldi (1946).
Os Congressos Estaduais Paulistas sobre a Formação de Educadores (CEPFE) são realizados desde 1990 e têm dado ênfase especial à formação de profissionais da educação, nos ensinos Fundamental, Médio e Universitário. Diferentes áreas dos saber são envolvidas na discussão, como ocorre nesta reunião de textos do VIII Congresso Estadual Paulista, realizado em 2003. Os estudos aqui apresentados encontraram orientação nos seguintes eixos temáticos: Artes como elemento formador/educativo de expressão e de sensibilidade; Ciência e conformação crítica na formação do educador; Técnicas na formação do educador; e Políticas e orientação desejável, produtiva e emancipatória na formação do educador, sempre em uma ótica que contribui para o aparecimento e a consolidação de novas configurações relativas à sistemática da construção do saber dos educadores.
Analisando a experiência estética do tropicalismo singular de Tom Zé e o rap contestador do Racionais MC’s, Julia Pinheiro Andrade revela as “formas vivas” que falam e cantam São Paulo. Observando a cidade de um ângulo rico e insuspeito, em que arte e educação se imbricam, reflete a correspondência entre a forma estética da canção e a experiência urbana. Deste modo, partindo do estudo da música popular, produz uma reflexão sobre os tempos e as formas contemporâneas de sociabilidade, sobretudo no que se refere aos circuitos e às culturas jovens.
O tema Mediação Cultural Social é aqui tratado por autores de vários países e conjunturas. A principal característica deste livro é justamente o trânsito entre o campo da arte e o da educação. Os textos são reunidos em quatro tópicos: questões gerais em torno do conceito ou do campo da mediação; experiências de mediação em museus ou centros culturais; a mediação no âmbito da educação formal; e possibilidades de reconstrução social que a relação com o campo da arte e da cultura potencializa. As experiências relatadas com base nos contextos francês, espanhol, português e norte-americano servem de contraponto para pensar as demandas e as especificidades da realidade brasileira na área de mediação.
Após 30 anos da primeira publicação desta coletânea, o autor surpreende pela atualidade do pensamento e análises elaboradas no final dos anos 1970. Com diversos artigos, depoimentos e um debate com o autor, é abordada a relação entre saber e poder, escola e burocracia, escola e domesticação e a existência da "delinquência acadêmica". Traz, novamente, a proposta corajosa e viva de que a história construirá a escola popular e de acesso ao povo e apresenta debate que expõe o que significam os vestibulares à universidade, concluindo que "é lamentável que loucos dirijam cegos".