S. F. Lacroix interessou-se cedo pelos estudos matemáticos e filosóficos. A primeira parte de sua produção teve caráter mais notadamente didático: foi chef de bureau da Comissão de Instrução Pública e escreveu uma série de obras que iam da aritmética básica ao cálculo diferencial e integral. Tal fase termina com o lançamento, em 1805, destes Ensaios sobre o ensino em geral e o da Matemática em particular, coletânea de textos metapedagógicos voltados a professores e estudiosos da Ciência e da Educação em geral.
Sylvestre-François Lacroix (1765-1843) desempenhou papel importante na reforma do sistema educacional francês durante a Revolução Francesa. Publicou um conjunto de livros didáticos entre 1797 e 1802, que ficou conhecido como Cours de Mathématiques. Suas obras tiveram repercussão internacional, impactando fortemente a educação brasileira já na primeira metade do século XIX.
Nesta obra, Paulo Franchetti reúne alguns de seus textos sobre o ensino da literatura, atividade a que se dedicou durante seu percurso como professor no ensino médio e na universidade. Durante esse tempo, Franchetti interrompia as aulas de língua para ler para seus estudantes contos de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Ernest Hemingway, crônicas de Rubem Braga, Fernando Sabino e outros textos de vários outros gêneros e escritores. Em todos os casos, o professor priorizava a leitura expressiva, pausada, apenas com observações pontuais sobre vocabulário ou sintaxe ou com repetição de algum trecho que julgava importante. Depois, abria espaço para o comentário e a conversa sobre o lido e o ouvido. Essa leitura em voz alta era o ponto central de qualquer aula dele; até mesmo quando o objeto era um texto crítico. Essa maneira de ensinar literatura despertou no autor reflexões importantes sobre sua atuação em sala de aula como professor: para quem ensinava? E que preparação oferecia àqueles estudantes que seriam professores de ensino médio ou estudantes de pós-graduação? Essas e outras questões são tratadas neste volume, em que o leitor encontrará também uma reflexão sobre a questão da avaliação do mérito nas humanidades e suas consequências para o ensino de literatura e um ponto de vista mais testemunhal de Franchetti, na entrevista que encerra este volume.
Além da originalidade da abordagem do tema e das contribuições para a área da Educação, em especial para os campos da história da alfabetização e da história da educação, destaca-se a relevância deste livro para a compreensão desses processos históricos e sua relação com o presente. É um instigante convite a pesquisadores da história da alfabetização e áreas afins, professores e estudantes de graduação e pós-graduação, alfabetizadores e demais professores e gestores da educação básica para a reflexão sobre as práticas pedagógicas de leitura e escrita, visando a retomada de respostas e à formulação de outras perguntas e propostas para o enfrentamento dos persistentes problemas da alfabetização e da educação em nosso país.
A Matemática não é apenas a linguagem da ciência empírica moderna, nem só um meio conveniente de expressão. Ela é também um contexto em que se calcula, se raciocina, se prevê, se inventa e se descobre. A Matemática desempenha muitos papéis em ciência natural, os quais Jairo José da Silva se dispõe a mapear e investigar. Ao se buscar responder o que a Matemática tem que ser para que possa ser assim tão útil à ciência, busca-se também esclarecer a própria natureza do conhecimento matemático. Investigando tal dinâmica, este livro procura, ao mesmo tempo, entender a natureza da Matemática e deslindar o mistério de sua aplicabilidade em ciência.
Interrogar sobre o passado de uma das principais atividades educativas na escolarização inicial de crianças – o ensino de leitura e escrita – é o objetivo central desta obra. Entre as várias contribuições relevantes do livro, uma coletânea de 14 ensaios que abrangem mais de um século, da década de 1870 aos dias atuais, sobressai-se a importância da própria temática para a compreensão da cultura escolar.
Os estudos põem em destaque cartilhas, livros de leitura, manuais, textos, artigos publicados em jornais e periódicos, polêmicas em torno dos métodos de ensino e a atuação de quem produziu e problematizou sobre o ensino de leitura e escrita no país. Estão contemplados tanto os interesses econômicos e comerciais subjacentes à produção de materiais para esse ensino quanto as tensões políticas que envolveram as disputas dos educadores, o que permite ao leitor aproximar-se das tematizações, concretizações e normatizações que ao longo do tempo pautaram o debate político e pedagógico sobre a alfabetização no Brasil.
O primeiro texto da coletânea trata do método de alfabetização de Thomaz Paulo de Bom Sucesso Galhardo, autor da Cartilha da infância, publicada entre a década de 1880 e o ano de 1992. Seguem-se estudos sobre as experiências de Antonio da Silva Jardim (1860-1891), João Köpke (1852-1926), Ramon Roca Dordal (1854-1938) e Carlos Alberto Gomes Cardim (1875-1938), Arnaldo de Oliveira Barreto (1869-1925), Francisco Vianna (1876-1935), Theodoro de Moraes (1877-1956), Antonio Firmino Proença (1880-1946), Renato Fleury (1895-1980), Lourenço Filho (1897-1970), Antônio D’Ávila (1903-1989), Bárbara V. de Carvalho (1915-2008), Emilia Ferreiro (1935) e João Wanderley Geraldi (1946).
Neste livro, a partir da análise do exemplo dos Estados Unidos, Reginaldo C. Moraes investiga o universo das rápidas metamorfoses no mundo do trabalho contemporâneo (geradas, principalmente, pela revolução tecnológica em curso), em que novas habilidades são necessárias para a codificação das tarefas. Isso exige uma mudança nos métodos de aprendizado laborial na graduação, o que vem transformando o perfil do trabalhador.