O mito da Deusa Mãe
Neste livro, Flávia Regina Marquetti realiza o resgate da figura de Afrodite, a Deusa Mãe, e seus efeitos sobre a cultura e a condição humana em seus acervos materiais e simbólicos, nos quais se pode deslumbrar a influência da Deusa do amor. Para tal tarefa, a autora faz uma leitura diacrônica das representações femininas nas artes e na literatura, partindo das primeiras manifestações escultórias do feminino na pré-história – mais exatamente nos períodos Paleolítico e Neolítico e seus desdobramentos nas artes cretenses, minóica e grega – para em seguida, contemplar a face judaico-cristã, que propôs uma “redefinição” para o feminino a partir das representações da Virgem Maria e de algumas santas. Prosseguindo esse percurso, Marquetti explora a dimensão afrodisíaca do feminino encarnada pelas jovens heroínas dos contos maravilhosos e dos romances de origem européia
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Esta edição bilíngue dos hinos homéricos destina-se a todos aqueles que se interessam por Mitologia, Religião, Língua, Literatura da Grécia Antiga e Antropologia. Todos os esforços foram envidados para que tanto a tradução dos hinos quanto os estudos sobre as divindades gregas homenageadas ficassem também ao alcance do leitor culto, de amplos interesses humanísticos, que já sabe (ou pelo menos desconfia) que a mitologia grega é muito mais que uma simples coleção de antigas lendas sobre deuses e heróis da Grécia Antiga.
Neste livro, Kátia Brasilino Michelan busca trabalhar sob uma perspectiva historiográfica atual, tomando a questão das práticas de escrita e de memória na cultura ocidental, analisando o fazer histórico cronístico português do século XIV até o início do século XVI, com a narração da história do reinado de D. Afonso Henriques (1109?-1185), o primeiro rei português. Para isso, a autora selecionou três crônicas em língua vernácula que contam a história do monarca, procurando pôr em evidência três versões de séculos diferentes de uma mesma história, para assim perceber as atualizações do passado que cada cronista realizou. O leitor tem em mãos um livro de consistência indiscutível, relevante para os estudos sobre as crônicas e a memória da monarquia na época da formação do Estado lusitano.
Em As ideias e os fatos, Frederico Mazzucchelli reúne ensaios escritos com o esteio da teoria e da história. Na primeira parte, analisa os grandes paradigmas da realidade capitalista (formulados por Adam Smith, Karl Marx, Nassau William Senior, William Stanley Jevons, Léon Walrase John Keynes) e dedica-se à contribuição original de Maria da Conceição Tavares para o pensamento econômico brasileiro. Nos textos históricos, o autor versa sobre as grandes estruturações do capitalismo mundial a partir de meados do século XX: a ordem liberal burguesa, o interregno instável do entreguerras, o consenso reformista do pós-guerra e a avalanche neoliberal dos últimos quarenta anos.
“Pode ser que somente se possa pensar dentro de formas herdadas. Mas isso não significa que devemos nos contentar em apenas aceitar a herança. Se pensarmos com a filosofia antiga, talvez seja possível filosofar hoje em dia. Tomar emprestado dos antigos é pegar deles o que continua sendo deles, portanto é tentar lê-los fielmente, adequando nosso olhar histórico sobre eles, mas é também tentar compreendê-los por completo, integrando seu pensamento ao nosso. É esforçar-se para sair da alternativa: história ou filosofia?”
Este livro investiga a busca de alegria, bem-estar e saúde – ou tudo que faz a vida durar – em duas aldeias mbya (guarani) no litoral sul do estado do Rio de Janeiro: Araponga e Parati Mirim. Ao mesmo tempo que analisa a extensa literatura antropológica sobre os Guarani, à luz dos desenvolvimentos mais recentes da etnologia americanista, Elizabeth Pissolato trata de temas como o xamanismo, o parentesco, os cuidados com as crianças e a vida diária, de um modo geral pouco explorados nesse tipo de pesquisa. Sob uma ótica bastante original, que privilegia a experiência individual das relações sociais, com ênfase para os atos e palavras dos próprios Mbya, a pesquisadora se dedica à etnografia dos deslocamentos, examinando as condutas pessoais e os comentários em torno das andanças por lugares. É na mudança frequente de lugar e de perspectiva que os Mbya, de fato, apostariam na conquista de condições renovadas de continuar existindo nesta terra.