Esta obra aborda duas formas de representação da história de Malcolm Little (1925–1965) ou Al Hajj Malik Al-Shabazz, conhecido como Malcolm X. O autor compara duas biografias do ativista – o livro Autobiografia de Malcolm X, de 1965, do escritor e jornalista Alex Haley, e Malcolm X, filme de 1992 dirigido por Spike Lee –, apontando as aproximações e distanciamentos entre as produções literária e cinematográfica. Segundo o autor, ambas as biografias, criadas em um intervalo de quase 30 anos, construíram um Malcolm X como personagem heróico, o que resultaria da omissão por parte dos autores de passagens da vida do ativista e também acerca das influências ideológicas e dos diferentes momentos históricos em que as obras foram produzidas. Um dos protagonistas na luta contra a discriminação e o racismo em relação aos afrodescendentes nos Estados Unidos, Malcom X, convertido ao islamismo, percorreu uma trajetória política entre o radicalismo e a moderação. Em sua busca pela igualdade de direitos na sociedade norte-americana, enfrentou forte reação de conservadores defensores da supremacia branca e sofreu resistência, ainda, de grupos de líderes afrodescendentes rivais. Assim como Martin Luther King Jr., Malcolm X morreu assassinado, e deixou um legado, cujo último resultado foi a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
Autor deste livro.
Poucos são os estudos mais aprofundados sobre a produção de Lima Barreto, um dos expoentes da literatura brasileira do início do século XX e autor de obras clássicas como Triste fim de Policarpo Quaresma e Clara dos Anjos. Mas esta pesquisa do inglês Robert John Oakley, professor de português e espanhol da Universidade de Birmingham, se diferencia por ir além da análise das muitas obras do autor, entre narrativas longas, contos, sátiras e crônicas. Ao destrinchar a trajetória literária de Lima Barreto, Oakley baseia-se nos resultados da pesquisa sobre as pouco investigadas leituras do autor, e revela que textos como O que é a arte?, de Tolstoi, Os heróis, de Thomas Carlyle, e autores como Herbert Spencer e Henry Maudsley, serviram muito para desenvolver sua concepção da prática da escrita e do papel da literatura. Neste livro, o leitor poderá ter acesso a uma visão mais ampla do pensamento barretiano.
Neste livro, Eagleton analisa a relação da literatura com a história, a política, a filosofia e a crítica, revelando como a obra literária se torna um campo de batalha para a luta de ideias, valores e ideologias, sendo muito mais que um reflexo da realidade: a literatura é um espaço de contestação, de questionamento e de reinvenção do mundo.
Especialista no estudo da história da escrita, o autor reúne cinco ensaios que mostram como o mundo digital está alterando a relação do leitor com o texto impresso. A ação da comunicação eletrônica sobre as publicações tradicionais é questionada. O próprio conceito de livro, para o pesquisador francês, está sofrendo transformações perante a revolução tecnológica propiciada pela comunicação via Internet e pela leitura cada vez mais comum de textos diretamente na tela do computador. Presente e futuro do livro e da escrita são personagens centrais destes ensaios cintilantes.
Neste livro, Vera Teixeira de Aguiar discorre sobre o fenômeno geral da comunicação, abordando questões centrais para a compreensão da natureza e da função, não apenas da linguagem verbal, mas de muitas outras linguagens, tais como a das imagens, da moda ou da propaganda, e das complexas relações que mantêm com a linguagem verbal, nas suas mais diferentes manifestações.
Nos ensaios que compõem este livro, Chartier – dialogando com autores como Braudel, Febvre, Ricouer e Freud – analisa esses processos, abordando as continuidades e rupturas em relação ao tratamento que é dado aos livros nas editoras dos dias atuais. O cuidadoso exame de palavras, sentenças, pontuação e traduções emoldura o quadro da produção do livro através do tempo. Estão em foco os autores que vêm se dedicando ao exame minucioso dessas camadas de sedimentos textuais, em busca dos rastros que o processo editorial deixou depositados sobre os textos no decorrer da História. Tomando as obras de Cervantes e Shakespeare como exemplo dos efeitos e variações “impressos” pelo processo editorial, Chartier investiga também a constituição do cânone literário e a noção de autoria nos séculos passados.