Contribuição a uma clínica crítica dos processos de subjetivação na saúde coletiva
A obra reúne uma série de ensaios produzidos a partir da preocupação do autor em colaborar com o desenvolvimento de diferentes aspectos da Atenção psicossocial. Para ele, a Atenção psicossocial é o “conjunto de ações realizadas no campo da saúde mental, geralmente denominadas tratamento, cuidado, promoção e mesmo atenção” A definição do paradigma de Atenção psicossocial é o objeto dos ensaios e lhes dá unidade, embora cada texto possa ser lido independentemente. Para o autor, o termo “psicossocial”, que tradicionalmente se referia apenas a aspectos psíquicos e sociais secundários à prática psiquiátrica, passou a aspirar o status de conceito, determinando um novo campo da práxis, a partir do momento em que a crítica mais radical à atividade psiquiátrica contribui para sua transformação. Nas últimas décadas, desde que o Ministério da Saúde estabeleceu a Atenção psicossocial como política pública nacional, delimitou-se um campo de saberes baseados em um ideário ético-político que veio a substituir a psiquiatria centrada nas práticas hospitalares e médicas. E, embora hoje o antigo modo de exercício da psiquiatria se encontre subordinado ideologicamente, continua sendo percebido nas práticas cotidianas. De acordo com o autor, “este conjunto de ensaios, com as preocupações teóricas, técnicas e éticas que os atravessam, pretende ser uma contribuição para melhorar nossas caixas de ressonância para a receptividade das demandas dos indivíduos que nos procuram nas instituições substitutivas do manicômio e do hospital psiquiátrico”.
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Escrita no século XVII, A escola da infância é a obra germinal de Jan Amos Comenius, considerado o fundador da didática moderna. Nela, a criança surge não apenas como um sujeito dotado de particularidades, mas também inserido em um projeto educacional que deve respeitar seu desenvolvimento físico e mental. Comenius sinaliza neste livro sua concepção de educação como um processo universal de formação, de que a própria vida é uma escola.
A partir da revolução na psicanálise proporcionada pelas ideias de Freud acerca do inconsciente humano, a autora Araguaia Solange de Souza Roque faz uma análise dos romances de dois autores italianos. Ela mostra como a subjetividade na formação do sujeito, pensada pelo psicanalista alemão, iria influenciar a produção literária daquele período do século XX. Inseridos neste contexto, são utilizados como amostra os livros: La coscienza di Zeno (1923), de Italo Svevo, e Uno, nessuno, centomila (1926), de Luigi Pirandello. Para trabalhar relações entre essas obras, o estudo presente em Minha consciência daria um romance se propõe a investigar como o subconsciente humano se revela através da arte da escrita. Em uma pesquisa que analisa a interseção entre a psicanálise e a literatura, Araguaia Solange de Souza Roque entrega um trabalho instigante de grande interesse para esses dois campos do conhecimento.
A ideia de contestação e rebeldia tem sido comumente associada à juventude como oposição às normas sociais estabelecidas. Neste livro, investiga-se o sentido da rebeldia face ao projeto educacional por meio de narrativas e enredos produzidos com base em relatos de adolescentes. A autora encontra a rebeldia como elemento essencial e fundamental à conduta obediente. Ao lado disso, desvela que os arranjos entre rebeldia e obediência, sempre singulares em cada pessoa, referem-se ao processo de construção da identidade ou da representação que o sujeito tem de si. A rebeldia é, portanto, elemento integrante da construção do que se pode chamar de obediência.
A relação entre Adorno e a psicanálise sempre foi um eixo maior de sua experiência intelectual. Sua perspectiva materialista e suas estratégias de crítica social são incompreensíveis se não levarmos em conta o que Freud lhe revelou a respeito da gênese do Eu e da estrutura pulsional da vida social. Neste volume, o leitor encontrará os textos de Adorno dedicados à construção de uma crítica social psicanaliticamente orientada. Em vários momentos, um modelo de crítica da razão como análise de patologias sociais se apresenta para permitir a compreensão mais precisa de fenômenos como o fascismo, a personalidade autoritária e os impactos psíquicos do capitalismo.
É bem conhecida a afirmação de Dostoiévski sobre os poderes relativos da literatura e da psicologia. Para ele, um psicólogo jamais alcançaria a eficácia do escritor: é na literatura que encontramos um retrato acurado da mente. Mas mesmo para aqueles que reivindicam superioridade para um desses dois polos uma coisa é certa: psicologia e literatura partilham uma ampla fronteira e guardam inter-relações significativas. Essa convivência ao mesmo tempo conflituosa e complementar é estudada por Dante Moreira Leite em vários de seus ângulos. Neste conhecido e influente ensaio, ênfase particular é dada à questão da criatividade, à avaliação de vertentes psicologistas (junguiana, psicanalítica etc.) da análise literária e aos processos psicológicos associados à leitura e ao autor.