Neste livro, Macioniro Celeste Filho apresenta as conexões entre dois acontecimentos determinantes para a implementação da reforma universitária na principal instituição de ensino superior brasileira, a Universidade de São Paulo (USP). Para compreender essa reforma, o autor busca também entender a formação da USP, recuando à década de 1930, quando diversas escolas politécnicas brasileiras, capitaneadas pela Escola Politécnica de São Paulo, lutavam pela primazia dentro das universidades que então se formavam.
Macioniro Celeste Filho possui graduação (1989) em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação, ambas da Universidade de São Paulo (USP); mestrado (2002) e doutorado (2006) em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Atualmente é professor no Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), câmpus de Bauru. Tem experiência da área de Educação, com ênfase em ensino superior, atuando principalmente com os seguintes temas: História, Educação, História da Educação, História da Arte e Turismo.
O presente estudo de cenários prospectivos teve como ponto de partida e motivação as incertezas, preocupações, esperanças e empenho em fortalecer a universidade pública e a produção científica no Brasil. Ao nos perguntarmos qual será a situação das instituições públicas de ensino superior e da pesquisa no Brasil de 2040, o presente estudo não tem pretensão preditiva, isto é, não se pretende asseverar como será de fato o futuro ou traçar as probabilidades de ocorrência de certos eventos. Seu objetivo é, por meio da construção de cenas futuras, trazer ao debate público os caminhos aos quais podem nos direcionar as decisões tomadas no presente. Busca-se, assim, promover uma reflexão coletiva sobre qual direção estamos tomando e aonde desejamos ou precisamos chegar, em termos de ensino superior e pesquisa acadêmico-científica no Brasil. Ao longo da elaboração deste livro, entre 2020 e 2021, partimos de tendências, potencialidades, obstáculos e desafios que podem significar pontos de inflexão para a universidade pública e a ciência no país, como desigualdades no acesso ao ensino superior, dificuldades financeiras e sistemático corte de recursos públicos, incorporação de novas tecnologias ao ensino e à pesquisa acadêmica, ataques à legitimidade do conhecimento científico, tensionamento das autonomias financeira, administrativa e acadêmico-científica das universidades públicas, evasão de pesquisadores, mercantilização da educação superior, assim como um contexto mais amplo de tensões e acenos de instabilidade política no país e preocupações cada vez mais prementes com problemas ambientais.
A universidade reformanda apresenta uma análise histórico-sociológica do ensino superior dos primeiros anos da ditadura militar, revelando aspectos inéditos das mudanças efetuadas na época. Com outros dois volumes – A universidade temporã e A universidade crítica – a Universidade reformanda integra uma trilogia que dá conta da história da universidade brasileira dos primórdios ao período da ditadura militar.
Interrogar sobre o passado de uma das principais atividades educativas na escolarização inicial de crianças – o ensino de leitura e escrita – é o objetivo central desta obra. Entre as várias contribuições relevantes do livro, uma coletânea de 14 ensaios que abrangem mais de um século, da década de 1870 aos dias atuais, sobressai-se a importância da própria temática para a compreensão da cultura escolar.
Os estudos põem em destaque cartilhas, livros de leitura, manuais, textos, artigos publicados em jornais e periódicos, polêmicas em torno dos métodos de ensino e a atuação de quem produziu e problematizou sobre o ensino de leitura e escrita no país. Estão contemplados tanto os interesses econômicos e comerciais subjacentes à produção de materiais para esse ensino quanto as tensões políticas que envolveram as disputas dos educadores, o que permite ao leitor aproximar-se das tematizações, concretizações e normatizações que ao longo do tempo pautaram o debate político e pedagógico sobre a alfabetização no Brasil.
O primeiro texto da coletânea trata do método de alfabetização de Thomaz Paulo de Bom Sucesso Galhardo, autor da Cartilha da infância, publicada entre a década de 1880 e o ano de 1992. Seguem-se estudos sobre as experiências de Antonio da Silva Jardim (1860-1891), João Köpke (1852-1926), Ramon Roca Dordal (1854-1938) e Carlos Alberto Gomes Cardim (1875-1938), Arnaldo de Oliveira Barreto (1869-1925), Francisco Vianna (1876-1935), Theodoro de Moraes (1877-1956), Antonio Firmino Proença (1880-1946), Renato Fleury (1895-1980), Lourenço Filho (1897-1970), Antônio D’Ávila (1903-1989), Bárbara V. de Carvalho (1915-2008), Emilia Ferreiro (1935) e João Wanderley Geraldi (1946).
A multidisciplinaridade na formação de educadores, a prática dos professores na construção da cidadania, a promoção de uma escola pública de qualidade e democrática, a produção acadêmica e a construção e a incorporação de saberes "reflexivos" a uma política de formação docente são alguns dos temas presentes nesta obra, que reúne trabalhos apresentados na sétima edição do Congresso Estadual Paulista sobre a Formação de Educadores (CEPFE).
Esta antologia de textos de Cristovam Buarque apresenta uma constatação urgente: quase um milênio depois de ser inventada, a universidade está em xeque. O paralelo que o autor traça para dar a dimensão dessa crise é provocador. Se foi o insulamento dos mosteiros, aprisionando o conhecimento em dogmas e na fé religiosa, que pavimentou o surgimento das universidades como espaço para o novo pensamento livre, hoje são estas instituições que padecem da mesma clausura. “O conhecimento universitário, mais uma vez, se vê murado e defasado, perdendo sintonia com o conhecimento e as demandas da realidade social externa.”