O presente livro, mais que um precioso documento do pensamento linguístico indiano, é uma rica fonte de reflexão sobre a linguagem, e, nesse sentido, pode-se estabelecer fértil diálogo entre ele e toda a tradição posterior na área linguística. A tradução, diretamente do sânscrito, resulta de longa pesquisa e de um trabalho meticuloso de reconstituição para os estudiosos brasileiros de um texto notadamente hermético. Vem acompanhada de ensaio introdutório no qual os problemas tratados por Bhartrhari são contextualizados para o leitor não familiarizado com o conhecimento linguístico indiano.
Bhart?hari (600-651 d.C.) foi um dos principais gramáticos indianos do período antigo; é o fundador da vertente especulativa da disciplina gramatical (vyakara?a-darsa?a). Sua obra teve profunda influência sobre todas as escolas filosóficas indianas que se pronunciaram acerca da palavra. Além do presente Vakyapadiya, é autor da Tripadi, comentário ao Mahabhasya de Patañjali (séc. II d.C.).
Madame Staël é uma das figuras mais fascinantes da França dos fins do século XVIII. Nascida Annie-Luise-Germaine Necker (1766-1817), a parisiense se destacava nos salões iluministas com sua inteligência vívida e posições fortes em questões de literatura e política, o que a colocaria, mais tarde, em rota de confronto com Napoleão. De sua influente produção, que marcaria o pensamento europeu no século XIX, Da Alemanha, é o livro mais importante. Pois, opondo as culturas latina e germânica, acaba por articular a concepção moderna de literatura. Ou seja, ao descrever a Alemanha e seus costumes, literatura, filosofia e religião, articula a concepção moderna de literatura.
O moralista que defendia a elegância, o asceta que apreciava pequenas apostas, o devoto cristão que tinha a efemeridade em alta conta. Pascal é um filósofo mais engraçado e mais irônico do que sua reputação como um existencialista angustiado sugeria. Ainda que os termos de seu irônico projeto sejam irreverentes, seu ímpeto implícito é tão sério quanto profundo. Nesta fantástica introdução a este pensador e seu pensamento, Ben Rogers demonstra a profunda sabedoria presente na defesa pascaliana da loucura do povo - uma defesa de que ele lançava mão a fim de enfatizar os ainda maiores delírios do indivíduo de educação sofisticada.
A crítica literária e a lingüística têm nos textos literários um grande desafio. Diversas correntes deixam de lado o texto propriamente dito e colocam em primeiro plano outras ciências, como a sociologia, a história e a psicologia. Lingüista da Universidade de Reims, França, o autor valoriza o papel do leitor como receptor. Entende, portanto, o ato da leitura como um momento em que o prazer estético, obtido pelas relações entre forma e conteúdo, transporta o fruidor a uma outra realidade, criada pelo poder da palavra.
Ao investigarem “a morte do autor” e a falência da linguagem, os críticos dão com a arma do crime com as impressões digitais de Derrida (1930 - 2004). Nenhum outro filósofo levantou tanta suspeita ou foi tão desafortunadamente desfigurado. Johnson nos mostra que “desconstrução” não significa “destruição” e que em Derrida se pode conhecer o que há de mais relevante sobre nosso tempo.
Voltaire (1694 - 1778) inquietou o poder na Europa do século XVIII. Mais do que escarnecer, seu intuito era infundir na ignorância a luz da ciência e do intelecto. Mas, à medida que os triunfos do Iluminismo foram sendo postos em xeque, o escárnio voltou-se contra ele. Gray oferece radical reavaliação do fascinante Voltaire, desmistificando o ícone e revelando sua grandeza.