A construção de redes transnacionais da sociedade civil na Américas
A batalha do livre comércio revela o papel cada dia mais importante das redes transnacionais da sociedade civil nas relações internacionais. Com base em ampla pesquisa de campo que cobre duas décadas de negociações comerciais nas Américas, o livro investiga a criação de vínculos entre atores sociais que nunca haviam colaborado no passado, analisa o surgimento de novos tipos de organizações e explora os seus impactos na arena internacional.
É doutora em Ciência Política pela Johns Hopkins University e professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (Ipol/UnB).
Esta obra indispensável de Edward Saíd, ícone da resistência política e cultural da Palestina, é editada pela primeira vez no Brasil. Escrita entre 1977 e 1978 e publicada originalmente em 1979, foi atualizada pelo autor no prefácio à edição de 1992. Nesse texto, Said lembra que entre 1978 e 1992, quando considerava a questão palestina “a última grande causa do século 20”, um mundo novo havia surgido, moldado por inúmeros fatos. No Oriente Médio, a invasão do Líbano por Israel, em 1982, o início da longa intifada, em 1987, a crise e a Guerra do Golfo, de 1990 a 1991, e a conferência de paz de 1991, além da revolução iraniana. No Leste Europeu, a dissolução da União Soviética, na África, a libertação de Nelson Mandela e a independência da Namíbia e, na Ásia, o fim da guerra do Afeganistão. “No entanto, causando estranheza e infortúnio, a questão palestina persiste – sem solução, aparentemente irreconciliável, indomável”, escreveu Said, mudando o tom ligeiramente otimista que imprimiu ao livro.
Se no século XX a luta pela terra esteve no núcleo duro da questão agrária, no século XXI um novo elemento também ganha centralidade: a alimentação. O modo de produção capitalista na agricultura contaminou a terra, a comida e as pessoas. O uso intensivo de agrotóxicos na produção agropecuária está cada vez mais associado aos problemas de saúde. Os alimentos industrializados necessitam de intensa propaganda para persuadir os consumidores a ingeri-los sem questionar sua procedência. A ideia de Philip McMichael de analisar o desenvolvimento do capitalismo na agricultura por meio dos conceitos de regimes alimentares e questões agrárias coloca a comida no centro da questão agrária sem negar a importância da luta pela terra. Essa interpretação contribui para compreender melhor como o modo de produção capitalista se estruturou para utilizar a comida como forma de controle político da população em geral.
A atualidade da perspectiva pedagógica do projeto iluminista é o assunto principal do trabalho de Carlota Boto. Trata-se de um retorno às origens da perspectiva educacional do Ocidente moderno, aos escritos de Rousseau, Diderot e Voltaire. A autora mostra como o projeto iluminista já adiantava questões que hoje estão na ordem do dia, como as funções do Estado e a estrutura das políticas públicas, e reatualiza a discussão sobre o caráter emancipatório dos processos educacionais.
Organizado por uma equipe do Instituto do Banco Mundial, defende a tese de que o crescimento qualitativo de um país somente é possível com investimento na educação do povo e na preservação e gestão adequada dos recursos naturais. Desse crescimento, seria possível promover a redução da pobreza e atingir uma melhor qualidade de vida compartilhada por todos. Dentro dessa premissa, são apresentados capítulos para lidar com riscos financeiros globais e com oportunidades em ambientes de mudança.
Esta obra discute a política de comércio internacional dos Estados Unidos, com especial atenção às instituições norte-americanas responsáveis por sua formulação e execução. O período estudado é extenso – a partir do entreguerras até o início do século XXI – e concentra-se na análise do papel dos Estados Unidos na dinâmica evolutiva do General Agreement on Tariffs and Trade (Gatt), da Organização Mundial de Comércio (OMC) e no exame detalhado de instituições especificamente norte-americanas, particularmente o United States Trade Representative (USTR).