Legados e perspectivas - Ensaios metafilosóficos
Nesta obra de fôlego, Ivan Domingues compõe uma profunda e abrangente análise da filosofia no Brasil. O autor propõe oferecer um livro de metafilosofia, na extensão da natureza essencialmente reflexiva da filosofia, que a autoriza a tomar a si mesma como objeto e fazer uma reflexão filosófica sobre a filosofia, uma "filosofia da filosofia". O objeto, no caso, é a filosofia brasileira ou, mais precisamente, o problema filosófico da existência ou não de uma filosofia no Brasil, justificando o qualificativo de brasileira. Também é propósito desta obra imprimir às reflexões a forma de ensaio filosófico, procurando tirar o máximo de proveito do ensaísmo, que por índole é um gênero literário que procura enraizar-se no presente ou no contemporâneo, de onde vai extrair sua motivação e onde vai encontrar suas matérias.
Ivan Domingues é doutor em filosofia pela Universidade de Paris 1 e pós-doutor pelas universidades de Oxford e Notre Dame. Atua como professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde coordena o Núcleo de Estudos do Pensamento Contemporâneo, dedicado à análise de questões do mundo atual a partir de uma abor - dagem transdisciplinar. É autor de, entre outras obras, O grau zero do conhecimento: o problema da fundamentação das ciências humanas (1991) e Epistemologia das ciências humanas (2004).
Em Filosofia econômica, Joan Robinson olha por trás da cortina da economia para revelar uma luta incessante entre a economia como ciência e a economia como ideologia, a qual, a seu ver, era uma parte vital da economia. No seu habitual estilo vívido e cristalino, ela critica os primeiros economistas Adam Smith e David Ricardo, assim como os neoclássicos Alfred Marshall, Stanley Jevons e Leon Walras no tocante à questão do valor. Mostra que aquilo que eles consideravam como os geradores de valor – respectivamente o tempo de trabalho, a utilidade marginal ou as preferências – nada tinha de científico, mas de “metafísico”, e que é frequente encontrarmos na ideologia, não na ciência, motivo para rejeitar as teorias econômicas. Ela também avalia as implicações da revolução keynesiana na economia, particularmente se as teorias de Keynes são aplicáveis a economias em desenvolvimento. Robinson conclui com uma lição profética que ressoa na economia turbulenta e desigual de hoje: que a tarefa do economista é combater a ideia de que os únicos valores que importam são aqueles que podem ser medidos em termos monetários.
A relação entre a lógica e a linguagem é um dos principais pontos deste livro. O estudo de termos como validade, conectivos sentenciais, quantificadores, termos singulares, sentenças, enunciados, teorias da verdade, paradoxos, lógica modal e polivalente ocorre de uma maneira que privilegia a pluralidade de interpretações. Dessa maneira, são gerados problemas e perguntas - nem sempre respondidas, mas invariavelmente instigantes - que permitem os professores, estudantes de lógica e, de maneira geral, a todos aqueles interessados na dinâmica da argumentação, ampliar a sua visão do assunto, estimulando o diálogo com outras áreas do conhecimento.
A fisiocracia foi muito mais do que a primeira escola de pensamento econômico da história. O grupo formado e liderado pelo cirurgião e médico da corte de Luís XV, François Quesnay, compartilhava um sistema teórico bastante sofisticado e coeso, produto de uma visão abrangente do mundo e base de um vasto programa de reformas econômicas e políticas, a partir do qual buscou influenciar o debate e as políticas econômicas francesas da década de 1760. O legado da fisiocracia para a ciência econômica é inegavelmente grandioso, ao mesmo tempo em que é profundamente ambivalente. Por um lado, nasce ali um novo tipo de saber que não apenas tematiza a interdependência das diferentes classes e setores da economia ou o caráter circular e cíclico da produção e da circulação das riquezas, mas também traz consigo um novo modo de pensar o econômico, a modelagem – um modo tão inovador que será necessário mais de um século e meio até que ele se torne a norma entre economistas. Por outro, também nasce ali a arrogância de um especialista que se acredita em posse de um saber superior a respeito do funcionamento da sociedade e que acredita, no pior dos casos, que lhe cabe empregar todos os meios disponíveis, inclusive violentos, na tentativa de conformar o mundo a esse saber, ou, no melhor, lamenta a teimosia de todos aqueles que se recusam a ver em seus ensinamentos uma verdade absoluta.
O objetivo deste livro, que se compõe de nove diálogos com alguns dos principais representantes da filosofia norte-americana contemporânea, é vencer as distâncias entre os pensadores dos EUA e os da Europa. As entrevistas realizadas pela filósofa italiana Giovanna Borradori com nove pensadores norte-americanos contemporâneos constituem uma excelente oportunidade para conhecer melhor o que eles pensam, qual é a sua formação e influências, como constroem o seu presente e quais são as suas principais indagações. Cada diálogo é uma verdadeira aula sobre uma vertente filosófica, com todas as suas potencialidades. Neste caderno de viagem pelo mundo das idéias, a entrevistadora motiva os filósofos a ultrapassarem os seus limites mentais e culturais, em diálogos profícuos sobre temas fundamentais como o pragmatismo, a filosofia analítica e a metafísica.
Esta obra faz uma abordagem histórica dos problemas da filosofia da matemática - que sentido de existência têm os objetos da matemática, se existem de fato objetos matemáticos propriamente ditos? Qual é a natureza da verdade matemática? Como é possivel que a matemática tenha algo a dizer sobre o mundo empítico? --, apresentando uma ou muitas respostas mais ou menos satisfatórias aos problemas suscitados pelo conhecimento matemático.