A obra monumental sobre a Idade Média organizada por Jacques Le Goff e Jean-Claude Schmitt, que agora sai em nova edição revista, deslinda o complexo sistema de noções que constitui o tema do medievo. Organizada em forma de dicionário, traz verbetes que seguem três linhas magnas de orientação: o traçado de uma história do imaginário sobre a Idade Média; a busca de uma Antropologia histórica, ou seja, a história em diálogo com as ciências sociais; e o olhar desconfiado sobre noções pétreas sobre um período repleto de problemáticas que, em grande parte, ainda tentamos solucionar.
Jacques Le Goff (1924-2014), um dos mais reconhecidos medievalistas de todos os tempos e expoente da Escola dos Annales, foi diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales. E autor de prolífica obra, da qual a Editora Unesp publicou Por amor às cidades (1998) e Uma vida para a história (2007).
Jean-Claude Schmitt nasceu em Colmar, na França, em 1947. É professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris) e um dos mais importantes historiadores de sua geração, autor de inúmeros artigos e dos livros Le saint Lévrier (1979) e La raison des gestes dans l'Occident médiéval (1990).
Jacques Le Goff significa, para os historiadores em geral, um dos ícones que promoveram uma profunda revolução no modo de conceber a profissão. Neste livro, ele conversa com Marc Heurgon sobre sua vida e estabelece as conexões entre a história e a memória que teorizou na Enciclopédia Einaudi. Neste volume, descortina-se um homem que, preocupado com os problemas contemporâneos, se debruça sobre o passado, marcado pela guerra e pelas novas dimensões de um mundo que teve como marco a Bomba Atômica.
Neste livro que integra a série de entrevistas com grandes historiadores, Jacques Le Goff e Jean Lebrun procuram fornecer os modos de compreensão da ruptura urbana que caracterizam nossa época. Por meio de quatro temas (a cidade como lugar de troca de diálogo, como lugar de segurança, de poder e de aspiração à beleza), os historiadores analisam a reconfiguração do conjunto de funções da cidade. A pesquisa iconográfica aparece aqui como complemento necessário ao texto.
O leitor deve estar curioso sobre o que esperar do último livro escrito por Jacques Le Goff, falecido em 2014. A resposta mais simples seria “coerência”. Sem se desviar da visão historiográfica que marcou sua longa e prolífica carreira, especialmente como medievalista, o autor já planteia no título do livro a pergunta-mote de sua reflexão central nesta obra, a respeito da necessidade de estabelecer “períodos”, “partes”, “pedaços” ou “fatias” da História para que seja possível identificar e tentar compreender as continuidades e rupturas que marcaram a trajetória da humanidade.
Vol. 1 – O campo do signo, 1945-1966 Vol. 2 – O canto do cisne, de 1967 a nossos dias Esta viagem fascinante ao coração do estruturalismo permite seguir as jornadas intelectuais de seus grandes pensadores: de Claude Lévi-Strauss e Roman Jakobson a Michel Foucault, de Louis Althusser e Georges Dumézil a Roland Barthes, passando por Jacques Lacan e Jacques Derrida. O historiador François Dosse reconstitui as questões teóricas, institucionais e existenciais do estruturalismo e as organiza em dois grandes períodos distintos: o de sua ascensão em 1945, até seu apogeu no ano de 1966, objeto do primeiro volume, e o de seu declínio, a partir de 1967, tema deste segundo volume. Desse modo, Dosse oferece ao leitor um guia intelectual útil para identificar a extraordinária abundância pluridisciplinar daqueles anos e para compreender, além dos impasses do programa estruturalista, a influência que esse pensamento continua a desempenhar no processo de recomposição das ciências humanas e sociais contemporâneas.
No alvorecer do século XX, o antropólogo e explorador alemão Theodor Koch-Grünberg aventurou-se em uma saga apaixonante pelo Brasil setentrional, em viagens pelo norte do Amazonas, entre a Venezuela e a Guiana Inglesa. Em suas expedições, travou contato com muitas tribos, algumas das quais até então inteiramente desconhecidas, estudando suas línguas e seus costumes. O trabalho etnográfico do explorador legou-nos registros linguísticos, botânicos, zoológicos e iconográficos de valor inestimável, e, como corolário, tornou-se marco vigoroso no percurso de constituição da imagem e da autoimagem do Brasil. Neste volume, o autor faz um precioso registro de mitos e lendas indígenas com base nos relatos colhidos junto a integrantes das tribos visitadas. A coleção de relatos abrange mitos da natureza e lendas de heróis, contos, fábulas de animais e narrativas humorísticas.