Goethe esteve na Itália entre setembro de 1786 e abril de 1788. A infinidade de assuntos dos quais se ocupou ao longo dessa permanência reflete os múltiplos interesses do autor, ao mesmo tempo em que confere ao texto seu caráter enciclopédico. Mas é preciso determo-nos aqui no sentido do termo “enciclopédico”. Assim como Friedrich Schlegel, cerca de dez anos mais tarde, enfatizará o caráter “universal e progressivo” da obra de arte, sua abrangência épica e sua natureza fragmentária, o Goethe “clássico” proverá o texto da temporada italiana de uma dicção variada e ao mesmo tempo autoral, inserindo ali observações que bem podem ter sido colhidas no calor da hora, ao lado de longos trechos extraídos de obras de outros viajantes que o precederam, além de reproduzir sua correspondência e alguns textos de terceiros, como o pintor Tischbein e Karl Philipp Moritz, ambos companheiros de jornada. Viagem à Itália não é apenas o relato fiel de uma experiência em um país estrangeiro, mas também um texto extremamente pessoal, que ultrapassa o registro autobiográfico. As idiossincrasias, anseios, e obsessões do homem de 37 anos emergem sob o texto, desestabilizando a dicção clássica encontrada por aqueles que desejam ver na obra o ponto de passagem, o momento em que o artista amadurece por completo para prover a Alemanha de seu Classicismo.
Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832) nasceu em Frankfurt, na Alemanha. Foi poeta, dramaturgo, romancista e ensaísta e é considerado o maior nome da literatura alemã. Escreveu as obras mundialmente consagradas como Fausto e Os sofrimentos do jovem Werther. A Editora Unesp publicou De minha vida: Poesia e verdade e Viagem à Itália, ambos de sua autoria, e Conversações com Goethe nos últimos anos de sua vida (1823-1832), do poeta Johann Peter Eckermann, que possibilita conhecer melhor tanto o literato quanto a sua época.
Johann Wolfgang von Goethe não deve sua fama como gênio universal apenas à sua obra literária. Homem de múltiplos talentos e interesses, dedicou-se também à reflexão sobre a literatura e as artes e a estudos e pesquisas no campo das ciências da natureza. Mas, se sua obra literária é bastante divulgada e conhecida, as obras não literárias, de importância fundamental para quem queira conhecer o autor e sua época mais a fundo, ainda são de conhecimento restrito aos especialistas. Neste monumental De minha vida: Poesia e verdade, o mestre alemão se debruça sobre sua própria história, desde sua infância, e sobre sua relação com os homens do seu tempo. Desfilam aos olhos do leitor suas impressões sobre política, arte, história e metafísica.
Este livro reúne diversos relatos de viagem de Goethe: "Cartas da Suíça", "Excertos de um diário de viagem", "A campanha na França", "O cerco de Mainz", "De uma viagem à Suíça no ano de 1797", "Sobre arte e antiguidade nas regiões do Reno e do Meno" e "A festa de São Roque em Bingen". A reunião desses escritos de viagem, além de constituir um complemento importante de seus escritos autobiográficos, nos dá também uma ideia da grande variedade de interesses e da permanente atividade intelectual de Goethe.
Wittgenstein (1889 - 1951) dizia que o papel da filosofia é dissolver confusões conceituais e desatar nós do entendimento na emaranhada teia da linguagem. Demoliu séculos de reflexão sobre a natureza do “interno” e a experiência do subjetivo. Hacker mostra como o exame que Wittgenstein faz do uso das palavras clarifica as noções de mente, corpo e comportamento.
Com prefácio de Eduardo Viveiros de Castro, Longe do Brasil traz a público entrevista em que Lévi-Strauss reflete sobre a presença brasileira em sua obra.
Paul K. Feyerabend, um dos filósofos da ciência mais citados e controvertidos de nosso tempo, completou sua biografia em seu último mês de vida. Em um estilo límpido e vibrante, o autor evoca sua família, a ascensão do nazismo, a Segunda Guerra Mundial e cenas do teatro, da música lírica, dos trabalhos da filosofia da ciência, as mulheres de sua vida e suas relações com alguns dos intelectuais mais importantes deste século: Brecht, Wittgenstein e Popper.