A necessidade deste livro se apoia na seguinte consideração: o discurso amoroso é hoje em dia de uma extrema solidão. Esse discurso talvez seja falado por milhares de pessoas (quem sabe?), mas não é sustentado por ninguém; foi completamente abandonado pelas linguagens circunvizinhas: ou ignorado, ou depreciado, ou ironizado por elas, excluído não somente do poder, mas também de seus mecanismos (ciências, conhecimentos, artes). Quando um discurso é dessa maneira levado por sua própria força à deriva do inatual, banido de todo espírito gregário, só lhe resta ser o lugar, por mais exíguo que seja, de uma afirmação. Essa afirmação é, em suma, o assunto do livro que começa. ROLAND BARTHES
Roland Barthes (1915-1980) é um dos principais representantes da semiótica e do estruturalismo francês dos anos 1950 e 1970.É ao texto literário – por excelência, lugar dos significados plurais – que o autor dedica a maior parte de suas análises. Pensador profícuo, ligado tanto a temas clássicos como à vanguarda literária, Barthes concilia em seus textos abordagem acadêmica e prazer estético. Sua influência intelectual resiste até hoje na crítica e na prática literárias.
Enquanto se liquefaz o conceito de literatura, confundindo-se até mesmo os limites de seus últimos avatares, retornam, em compensação, as discussões sobre os gêneros, que pareciam estar mortas e enterradas. Isto porque os gêneros, que dizem respeito às propriedades essenciais do discurso, transcendem a própria separação histórica e cultural entre aquilo a que se chama literatura e aquilo que estaria alheio às funções poéticas da linguagem. Neste livro, Todorov contribui de maneira substantiva para trazer à tona esse debate, colocando-o de volta à ordem do dia nos estudos literários e semióticos.
Autora de obras de literatura infantil, juvenil e adulta, Ana Maria Machado ganhou recentemente o prêmio Hans Christian Andersen e a láurea de membro da Academia Brasileira de Letras. Obra que reúne dez estudiosos que mergulharam nas diversas facetas da autora, reconhecida pela crítica especializada, por entidades nacionais e internacionais do mundo da literatura, além de ser admirada por seus leitores e pelo papel na formação de leitores críticos.
Estudo de características da prosa de ficção dos romantismos alemão e brasileiro, considerando as peculiaridades de cada movimento e as circunstâncias histórico-literárias em que surgiram. Abrangente e documentado com seriedade, o livro trata de questões relativas ao tema, como transcendência, subjetividade etc. de modo bastante claro e preciso, sendo de leitura agradável e de fácil compreensão mesmo para um público não especializado.
O objetivo deste livro é apresentar a seleção de elementos teóricos que podem e devem nortear a montagem de um dicionário de língua, entendido como um guia de uso, enfoque que acarreta uma série de tomadas de posição sobre diversos aspectos da estrutura e do funcionamento do sistema linguístico. Nesse sentido, após explicar questões de metodologia, a obra se debruça sobre o léxico, as alterações semânticas e os problemas relacionados à montagem de dicionários de língua. A obra resulta da síntese e convergência de estudos que proporciona uma viagem entre o lexical dos itens em circulação na sociedade, o sintático das combinatórias, a sincronia dos usos e o histórico das alterações, mostrando a vida da língua na força de suas significações.
O trabalho de Loide Nascimento de Souza transcende o anunciado no subtítulo deste livro: a fábula e o efeito fábula na obra de Monteiro Lobato. Suas conclusões, amparadas em competente manuseio da crítica da fábula, revelam que Lobato, apesar de não simpatizante do Modernismo de 22, escolhei o mais popular e tradicional dos gêneros – a fábula – como suporte para bem-sucedidos experimentos antropofágicos.