Partidos, políticas, eleições e perspectivas
Trump personifica uma figura que parece estar criando escola em âmbito global: a do político autoritário, com pronunciamentos eivados por xenofobia, racismo, machismo, destruição do estado de bem-estar social e desprezo por qualquer ideia de alteridade, desafiando os pactos estabelecidos desde o Pós-Guerra. No limite, esse tipo de atuação política, sobretudo à frente de uma potência como os Estados Unidos, representa um risco à segurança coletiva mundial e aos pilares da democracia moderna. Como resposta a esse preocupante quadro, o presente livro considera o modo como se deu a ascensão política de Trump, suas implicações e a consequente deterioração dos processos democráticos, não apenas no continente americano, mas em todo o planeta.
Neusa M. P. Bojikian, pós-doutora em Economia Política Internacional, atualmente é pesquisadora associada no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos sobre os Estados Unidos.
Sebastião C. Velasco e Cruz é professor titular do departamento de Ciência Política da Unicamp e do Programa San Tiago Dantas de Pós-Graduação em Relações Internacionais.
Marramao discute o típico dualismo ocidental entre pensamento laico e religioso. A noção de secularização e secular, em especial, merece do autor um estudo aprofundado onde são reconstruídos contextualmente os deslocamentos semânticos e as extensões metafóricas pelos quais esta crucial e controversa noção veio a se transformar de terminus technicus, originariamente surgido no âmbito jurídico, em básico conceito teológico e de filosofia da história.
O difundido retrato da suposta cordialidade brasileira, ilustrada pelos cenários carnavalescos ou pelo futebol, sistematicamente oculta a violência, latente ou explícita, do preconceito, da exclusão e da repressão sociais. A eficiência com que as elites ocultam essa face brutal de nossa sociedade exige um trabalho de rastreamento, de descobrimento de pistas que revelem o autoritarismo subjacente e forneçam uma interpretação mais justa. Os ensaios que compreendem este livro têm por objetivo justamente levar a cabo essa tarefa ao criticar a imagem e autoimagem da República.
Obra de rara oportunidade que propicia o conhecimento da realidade dos sem-terra para além da caricatura muitas vezes veiculada pela mídia. Podem ser acompanhadas as chegadas e partidas, venturas e desventuras, os sonhos feitos e desfeitos de personagens típicos desse universo, a partir de seus depoimentos, realizados em acampamentos, barracas de lona preta e assentamentos. Com o objetivo de discutir a questão da posse da terra no Brasil e as novas perspectivas políticas ligadas à questão agrária do país, a autora não perde de vista as raízes históricas do processo, seus matizes e a diversidade de tensões que o modulam.
Partindo de um recorte específico – “a história jurídica e política do sufrágio” nos Estados Unidos –, Alexander Keyssar enseja uma discussão ampla acerca do tortuoso caminho da democracia norte-americana. Nesta edição revisada pelo autor, são tratadas também questões que surgiram após o lançamento da versão original deste livro, em 2000, principalmente no que diz respeito à polêmica eleição presidencial de Bush versus Gore. Fruto de intensa pesquisa, O direito de voto traz elementos para o estudo da história política dos Estados Unidos desde a Independência, reunindo diversos documentos históricos – submetidos à análise provocadora de Keyssar – que dão conta do percurso do sufrágio em uma sociedade constituída em torno da autoimagem de pertencimento a um país livre, justo e democrático.
As conferências e os comentários reunidos neste volume se concentram nas obras de filósofos e cientistas sociais que estão marcados de um modo particular por seus contextos históricos. As duas últimas contribuições tematizam os próprios contextos.