O tema central deste estudo é a análise e a reavaliação do que se convencionou chamar de "ideologia do branqueamento". A análise da "história do branqueamento" concentrar-se-á na comprovação de duas hipóteses interligadas. Primeira: o branqueamento não é, como comumente apontada pelos especialistas no assunto, uma invenção "genuinamente" brasileira que teria sido desenvolvida na virada do século XIX para o século XX. O autor pretende mostrar que o ideário de transformar negro em branco perpassou longos períodos históricos, em que o ideal do branco tem sido ressemantizado constantemente.
Andreas Hofbauer é PhD pela Universidade de Viena, doutor em Antropologia Social pela USP e livre-docente junto à Unesp, câmpus de Marília. Pesquisador e docente, vem trabalhando com temas como racismo e antirracismo, diferença e desigualdade em contextos afro-diaspóricos, cultura e religiosidade afro-brasileiras, teoria antropológica e pós-colonialismo.
O presente livro traz um estudo de rara profundidade sobre a comunidade siddi, pouco conhecida ao redor do mundo e mesmo dentro de seu próprio país – até hoje, muitos indianos desconhecem a história escravista entre África e Índia, bem como a existência de um grupo de afrodescendentes em luta por melhores condições de vida em seu país.
Este livro, concebido sob o signo da interrogação e da inquietação, faz um exame rigoroso do Programa Saúde da Família na realidade da Estância Turística de Santa Fé do Sul (SP). A autora parte de pesquisa documental, de investigação com usuários e profissionais e de sua participação direta, procurando discutir problemas surgidos com a implantação do Programa Saúde da Família, enfatizando sobretudo o papel do assistente social na equipe desse programa, bem como sua contribuição para a saúde pública no Brasil.
O médico Kellehear justifica seu interesse no morrer porque ao estudá-lo vemos o reflexo do tipo de pessoa que somos. Ou seja, a conduta no morrer revela as forças sutis, íntimas e desapercebidas em nossa vida cotidiana que moldam nossa identidade e individualidade. Essa experiência, simultaneamente complexa e natural, é investigada em um voo panorâmico de 2 milhões de anos, da alvorada da consciência da mortalidade, na Idade da Pedra, à Era Cosmopolita, identificando e descrevendo os padrões típicos do morrer em cada período, com suas características morais e culturais, tensões e contradições.
O Serviço Social no Brasil começou a emergir como área de produção de conhecimento crítico sobretudo após a década de 1970. Nesta obra, o autor Ricardo Lara vai avaliar justamente a produção de conhecimento dessa área, analisando as principais teorias que começaram a surgir, influenciadas, em maior escala, por Marx e Lukács. Em um segundo instante, Ricardo Lara parte para refletir sobre as questões relativas ao “mundo do trabalho” e o papel do Serviço Social no debate da situação dos trabalhadores. O autor resgata a pesquisa deste campo de estudo para também olhar criticamente as contribuições geradas para esses profissionais, debatendo a ética no trabalho e a influência do sistema de produção capitalista. Com uma visão bastante precisa do Serviço Social, Ricardo Lara já se mostra um promissor crítico para as discussões que envolvem esse conhecimento.
Como os historiadores utilizam a teoria social? E os teóricos sociais, como eles empregam a História? Com uma linguagem clara e vigorosa, Peter Burke nos oferece aqui algumas respostas de longo alcance para essas questões que se apresentam aparentemente simples, mas que engendram profundas e, por vezes, contraditórias repercussões nas ciências humanas. O clássico texto, agora revisado e atualizado em sua segunda edição, analisa a relação entre o campo de conhecimento dos historiadores e o dos cientistas sociais — antropólogos, sociólogos, psicólogos, geógrafos etc. —, bem como as tentativas de convergência empreendidas nas últimas décadas.