Cusco (Peru) e Ouro Preto (Brasil)
O presente livro realiza um estudo comparativo das residências entre dois paises da América Latina, os centros históricos de Cusco no Peru e Ouro Preto no Brasil, ambos reconhecidos como Patrimônio Nacional e como Patrimônio Cultural da Humanidade, geograficamente situados em região montanhosa, importantes centros de comércio, serviços e turismo. Os objetivos traçados são: mostrar os processos de formação dos espaços urbanos e caracterizar a arquitetura residencial nos centros históricos de Cusco e Ouro Preto, analisar a relação dos moradores, de suas residências e a análise comparativa das residências nos centros históricos de Cusco e Ouro Preto e, propor uma reflexão sobre os critérios para a reabilitação da residência como instrumento de salvaguarda desses centros históricos.
Rosio Fernández Baca Salcedo tem Pós-Doutorado na Universidade de Barcelona- Espanha (2008-2009), Doutorado em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo-USP (em 2003), Mestrado em Geografia pela UNESP (em 1995), Graduação em Arquitetura pela Universidade Nacional Santo Antonio Abad de Cusco-UNSAAC-Peru.
O processo de modernização da cidade de Franca (SP), ocorrido entre 1890 e 1940, tratado neste livro possibilita ao leitor constatar a excelência da pesquisa desenvolvida e a riqueza de possibilidades interpretativas que a história local/regional oferece. A história das cidades pode contribuir para que se constate que o processo histórico das diversas regiões brasileiras compõe-se de casos semelhantes, com profundas particularidades. Cabe a conveniência de que essa perspectiva seja levada em conta quando se projetam políticas públicas de alcance nacional, tendo em vista que o autor aborda temas como a arrecadação pública, a paisagem urbana moderna e as conseqüências sociais das alterações urbanísticas, principalmente no que se referem à vida das camadas da população mais afastadas do centro do poder.
Esta obra apresenta uma ampla e profunda pesquisa sobre a fundação de vilas ao redor das capelas no Vale do Paraíba paulista durante o período colonial e sua expansão na época imperial, com as igrejas reformadas ao gosto eclético. Artistas como Thomas Ender, Debret e Julien Pallière nos legaram rica iconografia do período da cultura do café no século XIX, quando os senhores das fazendas construíram palacetes e ornamentaram as igrejas de cidades como Lorena, Pindamonhangaba, Bananal, Jacareí, Taubaté, Guaratinguetá, São Luiz do Paraitinga e Areias. Os cientistas viajantes, como Saint-Hilaire e Zaluar, olharam para as pequenas vilas e seus relatos são fontes para compreender aqueles núcleos, hoje pujantes cidades industriais. Destacam-se neste livro análises minuciosas sobre o patrimônio sacro, desde as técnicas construtivas até seus altares barrocos. A pesquisa adentra todo o século XIX – com as reformas de igrejas que no século XX se tornaram mais amplas, adotando o estilo eclético e o neocolonial.
Atribui-se ao arquiteto neoclássico prussiano Karl Friedrich Schinkel (1781-1841) o apelo à criação de um estilo próprio da modernidade em vez da imitação do passado. O historiador da arquitetura Reyner Banham (1922-1988) considerava a arquitetura moderna um estilo por não seguir a mudança incessante que lhe ditava a tecnologia. Entre a participação modesta na teoria da arquitetura anterior a Schinkel e a ação de uma entidade cultural, tão importante quanto o Deutscher Werkbund (1907), pela criação do design e da arquitetura modernos, a Alemanha tornou-se ativa na teoria arquitetônica. Se houve repercussão tanto do materialismo estético, como de várias doutrinas da estética filosófica, nem por isso deixou de haver teorias próprias do estilo arquitetônico, como as de Bötticher e Semper, que introduziram o espaço arquitetônico como problema a ser tratado pela escola formalista em história da arte. Neste livro, Marcos Faccioli Gabriel procura tornar os debates das vanguardas, dentro e ao redor do Deutscher Werkbund, mais transparentes e mais ricos em matizes, como o discurso tardio do crítico da arquitetura Sigfried Giedion por uma Nova Monumentalidade.
O urbanismo português reflete a história do urbanismo europeu e, ao mesmo tempo, afirma sua especificidade por suas características de forma e de processos que são eminentemente portugueses. Ele é o resultado de múltiplas experiências, processos de troca e influências recíprocas levados a cabo em Portugal, no Brasil, na África, no Índico e no Oriente, em que participaram populações e técnicos de várias origens. O Brasil desempenhou um papel importante na inovação de formas e de processos que deles resultaram e que vieram a fazer parte integrante de sua cultura urbana. A cidade atual tende a se descaracterizar. As relações da forma urbana com as questões defensivas, religiosas e irrelevantes, e mesmo a relação da forma urbana com as características físicas de seus locais de implantação tende a ser menosprezada. Essa falta de condicionantes ou de referências resultou na desarticulação do desenho da cidade.
O tema principal da obra do crítico de arte inglês John Ruskin foi uma teoria da percepção, cujo objetivo era o ensino do desenho considerado como parte da política industrial londrina do século XIX. No Brasil, podemos encontrar a influência do trabalho de Ruskin no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (fundado em 1886 pelo arquiteto Joaquim Béthencourt da Silva), que tinha como sócio honorário o escritor Rui Barbosa, leitor de Ruskin. Muitas das ideias ruskinianas influenciaram o método de ensino do desenho no Liceu, que pretendia transformar a cidade do Rio de Janeiro em uma obra de arte. Neste livro, Claudio Silveira do Amaral abre a possibilidade para a revisão das experiências arquitetônicas brasileiras baseadas na concepção da estética ruskiniana, procurando problematizar e rediscutir os alicerces teóricos de nossa sociedade industrial.