O ensino e o aprendizado no curso superior de Música
Neste livro, Vera Helena Massuh Cury mostra sua habilidade no ensino do Contraponto, lançando mão de recursos tecnológicos em sala de aula, com o propósito de aproximar os alunos da produção dos colegas. Os recursos que utiliza permitem que os trabalhos realizados sejam socializados e criticados coletivamente; com eles, os alunos têm oportunidade de compartilhar acertos e enganos, ouvir críticas e criticar, aceitar conselhos e aconselhar, o que, sem dúvida, ultrapassa as necessidades imediatas da sala de aula e caminha em direção à compreensão e à tolerância. Essa postura faz parte dos anseios daqueles que, hoje, se preocupam com a atual crise em que vivemos e com os processos de desumanização do mundo, em grande parte decorrentes da perda de sentidos e significados. Trabalhar de maneira humanizadora é o caminho que a autora escolheu para trilhar, compartilhando seus achados com a comunidade musical e com o leitor interessado. Que outros mais sintam-se inspirados a buscar caminhos semelhantes.
Vera Helena Massuh Cury é mestre em Música pela Unesp na área de Musicologia/Etnomusicologia. Suas atividades didáticas, desenvolvidas em diversas instituições de ensino, incluem aulas de Harmonia, Contraponto, Análise, Apreciação Musical e Piano. Atualmente, é professora da disciplina Contraponto nos cursos de Música da Faculdade Santa Marcelina e da Faculdade Integral Cantareira.
O tema da avaliação é tratado pelas autoras com base em uma dupla perspectiva: a do conjunto de significações individuais dos processos de classificações e exames aos quais os sujeitos são submetidos no decorrer da vida e no domínio das experiências cotidianas, vinculadas ou não à escola, e ao conjunto de significações sociais dos processos que buscam classificar, hierarquizar, verificar e calcular perdas e ganhos, aquisições e desempenhos, investimentos e retornos.
Hoje, mais do que nunca, o mundo está repleto de ruídos – buzinas, gritos, sirenes, canteiros de obra e motores de automóveis: uma incessante avalanche sonora que acaba anestesiando, ou bloqueando, nossos ouvidos. É preciso, então, reaprender a ouvir e a escutar. E para realizar essa tarefa, como nos mostra este pequeno livro, podemos contar com uma grande parceira: a criatividade.
Quando se trata de leitura de textos literários, o assunto parece envolver uma insolúvel polêmica. As listas de melhores livros, por exemplo, refletem a média dos gostos particulares de algumas pessoas e sempre estão desafiando outros padrões e outros gostos, excluídos de parâmetros supostamente corretos de avaliar a literatura. O livro aborda, corajosamente, algumas questoes polêmicas: como definir literatura? Há bons livros em si? Todos devem apreciar o mesmo tipo de texto? Há uma maneira correta de ler literatura? Defende-se a ideia de que se abra mão empregando um único critério e se passe a compreender cada obra dentro do sistema de valores em que foi criada. Assim, na escola haveria lugar, ao lado a literatura erudita, também para ler e discutir os livros preferidos pelos alunos, considerando os objetivos com que foram produzidos, os gêneros a que pertencem, seu funcionamento textual.
Escrito em um momento decisivo do debate das vanguardas musicais pós-Segunda Guerra, este livro traz uma proposição maior referente à teoria adorniana da arte. Trata-se da defesa de que a modernidade das obras não está necessariamente vinculada à modernidade dos materiais. Assim, Berg, o compositor pretensamente mais regressivo da Segunda Escola de Viena, pode aparecer como nome fundamental para a compreensão dos problemas que continuam a animar a composição musical.
A linguagem musical, por ser intangível, é possivelmente a que mais se aproxima da filosofia. Neste livro, tal proximidade é destacada pelos paralelos entre o conceito de mousiké de Pitágoras – que entende a música como um diálogo entre linguagens e não apenas a mera execução de uma partitura – e os conceitos e a prática musical de compositores contemporâneos, como Alexander Scriabin e John Cage.